quinta-feira, 9 de julho de 2015

O PL, Artur Orsi e a corrida ao Palácio dos Jequitibás

Faltam poucas assinaturas para que o Partido Liberal (PL) tenha seu registro definitivo junto ao Superior Tribunal Eleitoral. Encerrada essa etapa o PL receberá deputados, vereadores, senadores e mais políticos que formarão o novo partido.

A informação do registro do PL saiu hoje na coluna Xeque Mate do Correio Popular. O que a coluna não publicou foi que, em Campinas, o PL terá grande evidência. Isso porque seus idealizadores, entre eles o atual ministro das Cidades, Gilberto Kassab e o ex-deputado federal Guilherme Campos, conversaram com Artur Orsi, vereador mais votado de Campinas, atualmente no PSDB que, estando em rota de colisão não só com seu próprio partido, como também com o governo municipal que tem o tucanato local na base aliada, foi convidado para presidir o PL e ser candidato a prefeito de Campinas.

A proposta entusiasmou Orsi e seus aliados e amigos. Reunidos na casa dele, há algumas semanas, quando foi dada a palavra a cada um, não houve um só que não apoiasse a ideia de uma candidatura a prefeito, que, claro, seria impossível no PSDB, comandado em Campinas com mão de ferro pelo deputado federal Carlos Sampaio.  

Sem espaço no PSDB, apoiado por seus amigos e conselheiros mais próximos, com um convite para presidir um novo partido em Campinas e ter dele a legenda para a candidatura a prefeito, Orsi não hesitou: deve anunciar em breve a desfiliação do PSDB e a filiação ao PL, bem como a disputa para a principal cadeira do quarto andar do Palácio dos Jequitibás.

Sair do PSDB não é coisa que agrade Orsi, mas não há outro jeito. Foi como tucano que ele entrou na carreira política, na juventude do partido, onde seu pai pontuava como vereador e, depois, como vice-prefeito no segundo mandato de ninguém menos que José Roberto Magalhães Teixeira, o Grama que, ao morrer em 1994, acabou colocando Edivaldo Orsi no comando da cidade por quase um ano.

O quadro de candidatos a prefeito de Campinas já tem vários nomes. O favorito hoje é o atual prefeito, Jonas Donizette, que tentará a reeleição, mas seu governo, nesses dois anos e meio, não decolou como ele gostaria e há um descontentamento grande com a administração da cidade que algumas pesquisas, não oficiais, têm revelado e que causam grande preocupação lá pelas bandas do Palácio municipal.

A entrada de Orsi na corrida será um fato novo que Donizette preferia que não ocorresse. Tanto que tentou falar com Kassab assim que soube da movimentação do ministro em Campinas. Da conversa de ambos não se tem notícia, mas como o convite a Orsi está mantido – ele tem se reunido com Guilherme Campos – não deve ter produzido qualquer mudança.

Agora é esperar mais um pouco – o prazo para a filiação termina no início de outubro (um ano antes da eleição de 2016) – e apreciar a boa corrida que poderá ocorrer em direção à Prefeitura de Campinas. São tantos candidatos que, acrescidos da candidatura de Orsi, tiram de Donizette qualquer favoritismo no primeiro turno. O atual prefeito já trabalha com uma disputa acirrada e, com certeza, Orsi está na briga. 

3 comentários:

  1. Duas boas notícias: Orsi no páreo e a "candidatura única" de Jonas indo pro espaço. Dá pra esquentar um feriado de inverno.

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  2. Acho que entendi, agora, por que Orsi poupou Guilherme Campos naquela CPI da Sanasa que cassou Hélio e Demétrio. Aliás, nunca ninguém associou o nome de Guilherme aquela putaria toda, mesmo considerando-se que tudo começou no primeiro mandato de Hélio/Guilherme.

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    1. Poderia ter entendido bem antes o motivo de Guilherme Campos não ter sido associado ao escândalo de corrupção de Hélio/Rosely/Vilagra e, consequentemente não ter sido citado na CPI da Sanasa: o Ministério Público não encontrou qualquer indício, referência ou prova contra ele. Simples assim.

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