domingo, 5 de julho de 2015

Já se discute o Brasil sem o PT no poder

A imprensa, aquela que vale e não a que ainda puxa o saco do PT e reproduz frases de Lula sem atentar para a tremenda cara de pau do ex-presidente, neste fim de semana se debruçou sobre as alternativas para o lugar de Dilma Rousseff. Isso equivale a dizer que a era PT acabou.

E para comprovar mais ainda que não há saída, a Folha publica reportagem, que provavelmente será desmentida, mas tem toda pinta de ser verdadeira, sobre a “fritura” a que Joaquim Levy está sendo submetido no Planalto. Ora, fritar o único ministro que avalia o plano econômico em curso é sinal inequívoco que o PT está apostando na ruptura – vai tentar na base do desespero, se manter no poder bajulando alas do partido que pregam medidas radicais à esquerda. Claro que não vai dar certo.

Na verdade, a alternativa mais discutida é uma só: Dilma cai, legalmente, e Michel Temer assume. É isso que se discute por aí, tanto nos meios políticos quanto no meio empresarial.

A alternativa com Temer sendo cassado junto com a presidente, não está sendo discutida, pelo menos a ponto de vazarem para a imprensa. O bravo e bom Ronaldo Caiado considera que as eleições têm de ser anuladas e tem argumentos sólidos para tanto. Mas já se diz por aí que Temer teve tesoureiro próprio em campanha, o que o livraria dos malfeitos do tesoureiro do PT. Só que ninguém votou em Temer separadamente: a irregularidade que beneficiou Dilma também beneficiou Temer.

Mas é provável que Dilma seja cassada sozinha e Temer assuma a presidência, até com direito a reeleição em 2018. Afinal, ele é do PMDB que, aliado a outros partidos que não o PT (PSDB, DEM, PSB mais os adesistas ao poder de sempre) continuará comandando a maioria no Congresso. E o PT vai pra oposição.

Motivos para cassar Dilma abundam. A corrupção na Petrobras, da qual ela foi partícipe em posição de comando, pois mandava na empresa mais que o próprio presidente; as pedaladas fiscais que o TCU deve reprovar por unanimidade (outro sinal de que o PT não manda mais) e as irregularidades na campanha, como o uso da máquina pública de maneira descarada até e o abastecimento da campanha não só com o dinheiro sujo da corrupção, como também com dinheiro sujo da corrução vindo do exterior, o que configura dois crimes num só. A oposição pode escolher qual caminho vai apoiar e todos eles podem defenestrar Dilma e o PT do poder.

Um governo Temer, com apoio do PSDB e outros partidos liberais, pode não ser o ideal, mas, com certeza, será muito melhor que o atual. Claro que as condições atuais do Brasil não mudam da noite por dia, mas com o PT fora do poder, o governo poderá tomar outras medidas que, se não aliviam a situação de imediato, mostrarão o caminho certo para a recuperação, cimentando novamente uma confiança que o brasileiro já não tem mais.

Diminuição dos ministérios, abertura dos contratos secretos de empréstimos do BNDES com os necessários processos na Justiça para as irregularidades, fim do apoio a ditaduras não só das Américas do Sul e Central, mas de todo mundo; todo apoio à Operação Lava Jato; sair do Mercosul  ou exigir que o regulamento seja cumprido e a Venezuela expulsa; privatização de portos, aeroportos e rodovias para que a iniciativa privada faça as obras de infraestrutura que o governo não consegue fazer; livrar a Petrobras do peso do governo e deixá-la trabalhar como empresa que compete com gigantes mundiais (o ideal seria privatizá-la, mas acho que seria pedir muito para um governo do PMDB); acabar com o aparelhamento das agências fazendo-as voltarem ao seu papel que é o de fiscalizar as concessões todas dadas à iniciativa privada como telefonia, saúde suplementar, energia elétrica etc. E, claro, combater com eficiência a corrupção.

Com essas medidas e outras mais que apontam para a confiança na economia liberal, o Brasil voltaria a ser um porto seguro para investidores do mundo todo. E poderia sair da atual crise num tempo menor do que o previsto e sem exigir tanto sacrifício do povo.

O fim da malfadada aventura petista pode ser o começo de um novo Brasil. Mas se não for, o negócio é continuar atento, bater panelas e sair às ruas sempre que necessário. 

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