São arrasadores o depoimento e os documentos do empresário Ricardo
Pessoa, dono da construtora UTC, na Operação Lava Jato. Ele era o chefe do
Clube do Bilhão, associação de empreiteiras que dividiam as obras da Petrobras
e davam parte do que recebiam pelo serviço a diretores da empresa que
repassavam boa parte a políticos do PT, do PP e do PMDB. Outra parte ficava com
os diretores. Esse era o esquema geral de corrupção implantado pelo PT na
Petrobras, a partir de 2004 mais ou menos.
Pois bem, Ricardo Pessoa não chefiava o clube à toa.
Meticuloso, ele tinha tudo anotado, com detalhes que não deixam dúvidas sobre a veracidades das planilhas. Nelas estão dinheiro doado oficialmente e doado para entrar no caixa 2. Em ambos os casos, ele deixa
claro, as doações eram resultado da pressão que o governo petista exercia, do
tipo “ou você paga ou vai ter dificuldade para continuar ganhando licitações na
Petrobras” e, bem provavelmente em todos os setores do governo federal e de
governos estaduais e municipais comandados pelo PT e seus aliados. Aqui em
Campinas, o esquema do governo de Hélio de Oliveira Santos (PDT), aliado do PT,
era na base da pressão também. Tanto ele quanto seu vice foram cassados por
corrupção.
A ameaça feita a Pessoa – com chefe do Clube do Milhão – era
um aviso a todos. Do mesmo modo que a máfia vendia proteção na Itália ou nos
EUA, a quadrilha do PT vendia o temor para empresários: ou aceitava a corrupção
ou perdia dinheiro, muito dinheiro.
O fato mais importante dessa colaboração premiada agora,
além de desvendar partes essenciais do esquema, é colocar a campanha do PT e de
Dilma Rousseff de 2014 como receptora de parte do dinheiro que saía dos cofres
da Petrobras e ia para os empresários que realizaram as obras, voltava para o
sofre do partido e o bolso de petistas ou de diretores de confiança do partido.
Ou seja, esse governo que aí está, foi eleito com dinheiro sujo da corrupção.
Isso é crime e, provado, anula a eleição.
Uma das planilhas do empresário mostra o pagamento de 5 milhões
de reais à campanha de Dilma. É uma doação legal, mas, claro, feita sob
pressão. O dinheiro era parte dos 3% que o PT havia determinado que seriam transformado
em propina. No documento, uma curiosidade: que recebeu a grana foi Manoel Araújo,
hoje chefe de Gabinete de Edinho Silva, ministro da Comunicação Social do
governo petista. Só que, na época, ele se apresentava como funcionário da Presidência da
República. E era “arrecadador” do partido também,
numa fusão de funções totalmente incompatíveis segundo a lei.
Esse documento que, reproduzo abaixo, é só uma amostra do
conteúdo explosivo dos arquivos de Ricardo Pessoa. O governo petista não pode
continuar existindo, pois foi construído inteiro sob uma base totalmente
criminosa.
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