A pegadinha do ano foi promovida pela Folha de São Paulo,
usada pelo PT para tentar abrir um “diálogo” entre Lula e FHC. A notícia dizia
que Lula estava mandando emissários para saber se FHC toparia conversar. O mote
da reunião seria encontrar uma forma para o Brasil sair da crise. Lula, pelo
seu instituto, mandou avisar que não sabia de nada, mas já no dia seguinte,
mudou de ideia. Tática infantil, claro. FHC respondeu com a classe de sempre:
disse que Lula tem os telefones dele e não precisa de intermediários para
marcar encontros, e que, sim, conversaria, desde que fosse sobre uma agenda
divulgada e o encontro fosse do conhecimento de todos. E se mandou para a Europa,
onde passa férias até o fim do mês. Se houver o encontro, só em agosto.
FHC deveria recusar toda e qualquer conversa com Lula ou
Dilma agora. Por quê? Ora, a resposta é simples: o PT, Lula e asseclas passaram
mais de 20 anos – desde quando o PSDB foi para o governo de Itamar Franco –
metendo a boca nos tucanos e fazendo de tudo para sabotar todas – todas mesmo! –
iniciativas que iriam para mudar, para melhor, os rumos do país.
O PT foi contra o Plano Real, foi contra a Lei de Responsabilidade
Fiscal, foi contra a política de câmbio flutuante, foi contra a política de
metas de inflação, foi contra a política de superávit primário, foi contra as agências
de fiscalização, foi contra todas as privatizações, enfim, não houve programa
ou projeto tucano em que o PT e Lula não meteram a boca, sempre desqualificando
a ideia e votando contra ela em todas as instâncias. E durante oito anos
gritaram por aí “Fora FHC!”
Depois, quando chegou ao poder, teve 12 anos para acabar com
tudo aquilo que dizia ser maléfico para o país (e não era, claro), mas não
acabou. Apenas gerenciou de forma tão incompetente – e corrupta, é sempre bom
lembrar – que as conquistas da era FHC hoje estão enfraquecidas a ponto de não
surtirem mais os benéficos efeitos que poderiam surtir.
As agências fiscalizadoras foram aparelhadas e se tornaram
ineficientes; a meta de inflação está ultrapassada; o superávit primário virou
déficit; as privatizações no governo de Lula foram uma piada de tão mal feitas
e só geraram prejuízos; a política externa privilegiou ditaduras e alastrou a
corrupção em forma de ajuda a países como Venezuela, Bolívia e outros; a Lei de
Responsabilidade Fiscal foi totalmente afrontada com as “pedaladas fiscais” e o
rombo orçamentário.
Enquanto esteve navegando em águas mansas e com vento
favorável, Lula fez o que pôde para destratar FHC e seu governo. A qualquer
discurso vomitava aquela frase que se tornou um símbolo de sua arrogância: “Nunca
antes nesse país...”, como se tudo estivesse começado com ele, em 2003, numa
formidável campanha de destruição do passado eivada de desonestidade latente.
Bem que muitos tucanos tentaram contribuir positivamente com
os governos petistas. Chegaram até a aprovar leis em 2003 e 2004 as quais até petistas
rejeitaram, avisaram muitas vezes que a política econômica de dinheiro farto
para o crédito interno era equivocada, que a fartura deveria ser consequência
do desenvolvimento amplo do país, que a política externa deveria estar voltada
para o primeiro mundo que são parceiros com alto poder de compra de nossos
produtos, que a infraestrutura precisava de um up grade geral para fazer frente
à crise que estrava anunciada.
Mas o PT nunca ouviu o PSDB e se portou sempre
como se fosse o dono do mundo. A política populista que estava afundando o
Brasil mais a distribuição de dinheiro às pencas para populações menos
favorecidas sem existir contrapartidas sociais, acabaram gerando um banco de
votos comprados suficientes para reeleger Lula, eleger e reeleger sua sucessora
que, na última eleição, talvez tenha batido o recorde de mentiras ditas em rede
nacional.
Quando a ficha caiu – no fim do ano passado – e os problemas
que qualquer economista recém-formado previa surgiram, o PT saiu correndo atrás
de um economista liberal para consertar os estragos. Só que os estragos foram tão
grandes, as maquiagens no orçamento esconderam rombos tão gigantescos e as
mentiras foram tão descaradas, que o conserto está cada vez mais difícil. E
está cada vez mais difícil exatamente pela falta de confiança no governo do PT,
tanto do mercado mundial quanto do povo que já não aguenta mais tanta incompetência,
falsidade e corrupção.
Pois é nessa hora em que Dilma derrete sua popularidade mais
do que derreteu suas gorduras, em que o índice de ótimo e bom de seu governo
atinge rasteiros 7,7%, em que mais de 60% da população estão a favor do impeachment,
em que a corrupção praticada desde 2003 é denunciada não só no Brasil, mas
também em Portugal, na Suíça e nos EUA, tornando os governos petistas uma
espécie de máfia internacional, em que a base de sustentação no Congresso foge
do PT como o diabo da cruz, eles querem conversar com FHC?
Ora, por que Lula e Dilma não se reúnem com Fidel Castro,
com Cristina Kirchner, com Nicolas Maduro, com Evo Morales e com outros ditadores
africanos para buscar uma solução para o Brasil? Pois não foram com eles que,
contrariando toda a lógica de evolução diplomática e de desenvolvimento que os
governos petistas se relacionaram esses anos todos, causando enormes prejuízos aos
cofres púbicos?
Por que Lula e Dilma não se encontram com João Pedro
Stédile, com Fernando Collor, com Paulo Maluf, com José Sarney, com José
Dirceu, com José Genoíno, com a CUT, com a Apeoesp, com a UNE e pede a eles
conselhos para sair da crise? Pois não são essas “sumidades” e entidades às
quais os governos petistas se uniram contra a maioria da população que as rejeita
e a eles deram vida boa, com fartas verbas surrupiadas do erário?
Agora que a água bateu na bunda eles vêm pedir ajuda a FHC.
Eu espero que o último estadista que governou o Brasil, não se rebaixe e aceite
conversar com o chefe da quadrilha que tanto desgraçou e continua desgraçando o
Brasil. A saída de Lula, Dilma e a corja petista do poder é a única solução
para que o país retome o caminho correto para superar a atual crise e dar
verdadeiras esperanças ao povo.