Domingo passado, durante a caminhada matinal na Lagoa do
Taquaral, passei de novo pela placa de publicidade do serviço de
desassoreamento da lagoa. A placa está lá desde meados do ano passado. O
serviço era pra começar em outubro, depois foi adiado para janeiro deste ano,
depois para março e, em maio passado, já não se sabia mais quando vai começar.
Mas a publicidade anunciando a “grade obra” continua lá.
Enquanto isso, quem frequenta a lagoa percebe o mau cheiro,
o tom esverdeado e sujo da água e muitas aves andando ao invés de nadar em
vários trechos da lagoa, sinal de que a profundidade está cada vez menor.
A obra está a cargo do Departamento de Águas e Energia Elétrica do
Estado de São Paulo (DAEE), que assinou o compromisso com a Prefeitura de
Campinas. Assim que foi assinado, a Prefeitura tratou de confeccionar placas
para anunciar a obra. Foram, duas, colocadas à beira do caminho que todos usam
para as caminhadas por lá. Quando o vento forte danificou uma delas, o conserto
foi rápido, mas a obra mesmo para recuperar a lagoa, orçada em R$ 20 milhões,
até agora nada.
O desassoreamento da lagoa é necessário porque sua
profundidade original de nove metros já está, segundo técnicos que fizeram uma
vistoria, em apenas 3 metros. Como a lagoa recebe água de chuva que carrega
detritos, essa profundidade tende a diminuir ainda mais com o tempo. Se nada
for feito, em pouco tempo não haverá mais lagoa.
Em março passado, alguns oceanógrafos estiveram na lagoa
medindo sua profundidade e realizando outros trabalhos técnicos que, segundo reportagem
do Correio Popular, eram necessários para que a obra finalmente tivesse início.
Só que não começou e, em maio, o DAEE anunciou um levantamento
batimétrico. A Rádio CBN Campinas anunciou nessa ocasião: “Somente a partir
deste levantamento será possível definir o volume do assoreamento na
lagoa. A partir daí é que será feito o processo para a licitação pública
da obra.” Mas há um fato intrigante: na placa de publicidade, acima do valor da obra, já está o volume - 206 mil m3. Quem será que o DAEE está querendo enganar?
De resto, nem a licitação para escolher a empresa começou. E a obra anunciada para 2014 não vai começar nem em
2015.
Devem estar adiando para 2016 que é ano eleitoral e o prefeito, Jonas
Donizette (PSB), é candidato à reeleição. Aí ele promove um grande evento na lagoa com direito a gravação para sair no horário eleitoral. Se for isso, a atual administração considera
que recuperação da lagoa pode esperar o interesse eleitoreiro do prefeito.
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