O deputado Miro Teixeira participou, junto com líderes do
então recém eleito PT para a presidência da República, da reunião que
determinou que para se compor a maioria no Congresso, o governo ia comprar
deputados e senadores. Era a gênesis do Mensalão.
Em entrevista hoje na Folha, ele revela até o mês em que
ocorreu a reunião: janeiro de 2003. E revela também que Antonio Palocci estava
presente e que os dois votaram contra a “solução orçamentária”. Mas perderam. O
repórter quis saber quem mais estava na reunião. Transcrevo trecho da
entrevista:
- José Dirceu estava
nessa reunião?
- Eu não vou nominar. Há uma coisa que eu devo falar. O Palocci se debateu
muito para se trabalhar pelos projetos, dizendo que o PSDB, sem dúvida, apoiaria.
- Qual outro nome
importante do governo estava nessa reunião?
- Não vou falar. Teve quatro pessoas presentes.
- O Lula estava nessa
reunião?
- Não se deve citar nomes. A revelação que posso fazer é essa.
Em primeiro lugar, o
deputado deveria, para o bem do Brasil, dizer que eram os outros dois membros
da reunião. Não revelando quem criou um fato criminoso, ele vira cúmplice.
Mas da pra deduzir, né? Se havia quatro pessoas presentes e
ele e Palocci votaram contra a compra dos parlamentares, mas a proposta foi
vencida, é sinal de que os outros dois votaram a favor e, mesmo com o empate, a
proposta do Mensalão ganhou. Vai daí, conclui-se que os outros dois
participantes deveriam ter mais poder que Miro e Palocci. O deputado não era
nem membro tradicional do PT, mas Palocci era o ministro da Fazenda, cargo abaixo
apenas do presidente e do ministro chefe do Gabinete, certo?
Quem pensou em Lula e Zé Dirceu como os outros dois
participantes da reunião que criou o Mensalão tem grandes chances de acertar...
Nenhum comentário:
Postar um comentário