quarta-feira, 24 de fevereiro de 2016

A grande chance


Se os brasileiros querem mesmo se livrar da quadrilha que está no poder há pouco mais de 13 anos, têm de aproveitar a chance atual. Se deixarem essa passar, não haverá força que faça com que o PT deixe o poder por muito mais tempo.

A economia escancara números que derretem o país diariamente; a inflação não para de crescer; o governo continua gastando mais do recebe; não há uma medida sequer – mesmo as prometidas em rede nacional! – que seja tomada e que resulte em economia importante de recursos; os escândalos de corrupção se sucedem e a Operação Lava Jato, em todas as suas 23 etapas até agora consumadas, descobriu crimes em todas elas e, em todos os crimes descobertos, havia gente do governo petista envolvida; o Senado é presidido por um meliante com vários processos nas costas, todos por conduta incompatível não só com o cargo, mas com o Código Penal e a Constituição; a Câmara dos Deputados é presidida por um crápula da mesma laia dos petistas que, momentaneamente, está em campo oposto ao do governo, mas apenas para tentar salvar sua própria pele; os partidos que formam a base aliada estão  cada vez mais incomodados por defenderem uma quadrilha “comandada” por uma presidente que não consegue discursar dentro dos parâmetros mais simples da língua portuguesa; a reeleição de Lula e a eleição e reeleição de Dilma foram sustentadas com dinheiro público roubado, como está sendo sobejamente provado pela Justiça; os desvios para pagar propinas e a inacreditável incompetência administrativa da petralhada e seus asseclas fizeram com que a maior empresa pública brasileira, a Petrobras, fosse à bancarrota, sendo obrigada a vender seus ativos para tentar se recuperar e não se sabe se conseguirá; os maiores fundos de pensão das estatais foram assaltados pelo PT desde antes da posse de Lula, num plano agora revelado pela imprensa cujos resultados hoje se encontram em algumas dezenas de bilhões de reais de prejuízos nominais; o notável enriquecimento de petistas e aliados, principalmente da família Lula da Silva, é prova concreta de apropriação indébita de valores retirados dos cofres públicos e devolvidos a políticos como forma descarada de propina.

Há mais escândalos a serem elencados, mas só alguns do parágrafo acima já seriam suficientes para render aos autores vários anos de prisão num país decente. O conjunto, então, renderia prisões perpétuas.

Por esse quadro de horrores fica claro que o cidadão precisa demonstrar sua revolta. E essa demonstração, numa democracia, se dá indo pra rua protestar, gritar bem alto que não dá mais para aguentar tanta sujeira, tanto roubo do nosso dinheiro, tanta mentira em rede nacional.

E no dia 13 de março, um domingo, dia propício para que os trabalham a semana inteira se manifestem nas ruas, vamos todos demonstrar que nossa paciência já se esgotou há muito tempo.

É primordial que as ruas estejam cheias em todas as grandes cidades brasileiras. Como dizia Ulysses Guimarães, o político só teme uma coisa: o povo na rua. E, ouso dizer, os magistrados também temem, principalmente aqueles que se sujaram para vestir uma toga de um tribunal superior.

A Operação Lava Jato, a mais importante investigação da corrupção que já ocorreu no Brasil, está fazendo a sua parte, mesmo tendo contra ela muita gente poderosa. A outra parte – a pressão real que vem das ruas – cabe a todos nós que nos indignamos com essa situação. Dia 13 será o dia da virada total, o dia em que o brasileiro deverá demonstrar que a mudança geral é inevitável. Será o dia em que aqueles que querem construir um país digno, com chances iguais para todos, com prêmios ao mérito e ao trabalho, com a honestidade sendo a regra e a corrupção a exceção, têm de sair às ruas e levar seu brado de revolta contra ideologias totalitárias, contra essa esquerda que só desgraçou países que governou, contra o PT que jamais se preocupou realmente com o povo, só com o poder.

Dia 13 de março, o dia da grande chance. Nós não podemos nos decepcionar!

terça-feira, 23 de fevereiro de 2016

Artur Orsi no PSD é candidato a prefeito de Campinas


No próximo sábado a politica municipal de Campinas ganha o principal fato novo para as eleições de outubro. O vereador Artur Orsi se filia ao PSD, numa grande festa no Club Fonte São Paulo, a partir das 11h.

Desde o último governo de Magalhães Teixeira, complementado por Edivaldo Orsi – já lá se vão 20 anos – Campinas sofreu na mão de políticos de baixa estatura política e/ou moral. Chico Amaral realizou um governo medíocre, montado num dos piores secretariados que Campinas já viu. Saiu desgastado, empanando o que restava de seu governo anterior. Depois dele, Antonio da Costa Santos (PT) não pode ser enquadrado em qualquer categoria, pois não teve tempo de mostrar a que veio, assassinado que foi em 2001. Sucedido por Renato Simões – a vice, Izalene Tiene era apenas uma testa de ferro do então deputado petista – o que se viu naqueles três anos e pouco na cidade foi um circo de horrores, com uma administração destrambelhada, sem rumo e, provavelmente, arrecadando muito para os bolsos e planos petistas.

Hélio de Oliveira, cuja eleição se deveu à mala de dinheiro e ao marqueteiro que José Dirceu mandou de Brasília, fez jus aos seus patronos: instalou uma quadrilha no Palácio dos Jequitibás que seria uma espécie de miniatura da que vicejou no Mensalão e depois no Petrolão petistas. Cassados – ele e a quadrilha – a herança de seu governo corrupto se deve ao dinheiro que Lula mandou e que rendeu ruas asfaltadas na região do Ouro Verde e do Campo Grande. O resto do governo foi tocado a propinas. Que não volte nunca mais é o que a cidade espera e deseja.

O curto período de Pedro Serafim, eleito após a cassação de Oliveira, não comprometeu a cidade, mas a chegada ao poder de Jonas Donizette fez dar a impressão de que os velhos tempos da maquiagem nas ruas e muita publicidade na mídia tinham voltado. E tinham mesmo.

Donizette faz um governo que não empolga ninguém, não tem liderança, tem um secretariado bagunçado e incompetente em sua maioria e não consegue criar um projeto que mostre a que veio. Um dos maiores, o BRT, travou no governo de Oliveira, andou um pouco com Serafim, e voltou praticamente à estaca zero com Donizette. Uma placa na Lagoa do Taquaral anunciando um obra cuja verba viria do governo estadual é um retrato desse governo: está lá anunciando o desassoreamento da lagoa (obra urgente, por sinal) há quase dois anos e o prefeito não tem força para exigir do governo estadual o cumprimento da promessa de financiamento da obra.  Um governo fraco. Pífio.

Por isso Artur Orsi chega para empolgar boa parte do eleitorado que vê nele a esperança de Campinas voltar a ter um prefeito realmente preocupado com a cidade e seus cidadãos.

Opositor ferrenho de Oliveira (foi ele o autor do pedido de cassação que acabou com o corrupto governo de então) manteve seus princípios no governo atual, mesmo depois de seu partido ter apoiado Donizette e ter no governo várias secretarias e muitos outros cargos. Acabou isolado dentro do PSDB, mas não abriu mão de fiscalizar a administração municipal. Denunciou vários desmandos e foi vítima da “ira” do governo, que escalou um vereador advogado para o triste papel de inventar malfeitos que Orsi jamais cometeu.  Lamentável.

Sem futuro no partido que ajudou a criar junto com seu pai, e pronto para galgar novos degraus em sua carreira política, Orsi, com a votação mais expressiva entre todos os 33 vereadores de Campinas, se viu obrigado a sair do ninho tucano – dominado com mão de ferro pelo deputado Carlos Sampaio – para poder colocar seu nome como uma opção para o governo de Campinas.

Orsi não é novo na política, está em seu terceiro mandato de vereador, mas é a grande novidade para as próximas eleições. Novidade em termos de ficha limpa, de honestidade e de visão privilegiada de um campineiro que há mais de 20 anos trata das coisas da cidade com o carinho e determinação que elas merecem. É, disparado, meu candidato a prefeito.

Quanto ao fato de ele estar se filiando a um partido que faz parte da base aliada do governo petista de Dilma Rousseff, há que se levar em conta as alianças municipais, estaduais e federais. Há no Brasil um verdadeiro saco de gatos em termos de alianças. Valem os interesses regionais: as mais estranhas alianças já foram feitas sem que seus participantes mudassem de opinião sobre muitas coisas. O próprio partido do atual prefeito de Campinas foi aliado de sempre do PT, até que seu líder Eduardo Campos, resolvesse disputar a presidência.  

Artur continuará na oposição e na posição em que sempre esteve. O foco dele é Campinas e tenho certeza que jamais dirá uma palavra em defesa do corrupto governo petista que assola o país. 

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2016

A City Banda é do Cambuí

Sou um dos cinco fundadores da City Banda e, depois do último Carnaval, andei sendo questionado, por alguns amigos, sobre a mudança de local do desfile, o que parece já estar definido. Claro que não tendo mais nada a ver com a organização da City, não tenho qualquer intenção de interferir no processo. O que for decidido está decidido, quer eu concorde ou não. Zé de Oliveira e Paulinho, mais Geraldo Jorge e outros que fazem parte da atual diretoria (a omissão de nomes é por total desconhecimento de minha parte) têm todo o direito de botar a banda onde quiserem.

Mas para quem me pergunta se a banda deve mudar o local de desfile, saindo das ruas do Cambuí e indo para a Avenida Norte-Sul, que é o local citado como alternativa, digo que não gostaria que isso acontecesse. E acrescento: a City nasceu no Cambuí, adotou o nome do bar mais famoso da região como uma homenagem ao nosso ponto de encontro, fez com que a pracinha criada em frente ao bar quando da implantação do Projeto Rótula passasse a se chamar, oficialmente, Largo da City Banda e tomou conta das ruas do bairro por mais de duas décadas. Já é uma tradição da cidade incrustada no bairro. Não acho que deva mudar.

Quando nós cinco – Paulinho, Zé, Tadeu, Geraldo e eu – fundamos a cita cuja, ali na mesa 10 do City, a intenção era oferecer uma alternativa à Toma na Banda, que andava mal das pernas e talvez nem saísse em 1995. Depois de decidido o nome (a sugestão foi minha, he, he) pensamos no trajeto e concluímos que a City não deveria sair do Cambuí, deveria ser uma atração local para o povo que mora e que frequenta o bairro. Aliás, dos cinco, à época, só Tadeu e Zé moravam no Cambuí. Hoje acho que só o Zé.

E assim foi feito. No terceiro ano a City caiu de vez no gosto de uma multidão. Trouxemos Jamelão pra alegrar a festa e mais de dez mil pessoas se aglomeraram no Largo e saíram pelas ruas do Cambuí festejando o Carnaval.

Nos anos seguintes a City só cresceu. Não me lembro o ano em que saí da diretoria, mas foi quando mais de 20 mil pessoas apareciam todo ano pra brincar na rua. Hoje, a conta ultrapassa os 30 mil foliões e a City, sendo só do Cambuí, já é de Campinas inteira.

A mudança de bairro tem como justificativa exatamente o sucesso da banda. O bairro já não comportaria um evento com 30 ou 40 mil pessoas. Claro que ao fim da banda há sujeira pelo chão. Claro que ao fim da banda já aconteceram brigas provocadas por alguns animais sobre duas patas cuja presença é impossível evitar.

Ora, feiras livres também causam sujeira, tanto que, ao fim de cada uma delas, a Prefeitura se incumbe de limpar a rua. E ninguém fala em mudar as feiras de local por causa do lixo que elas provocam. O futebol tem provocado muito mais brigas que a City (afinal futebol tem o ano inteiro) e ninguém fala em mudar o local dos jogos por causa delas.

De resto, brigas podem acontecer em qualquer lugar que ocorra um evento regado a alegria, cerveja, uísque, vodca, energéticos e algumas drogas proibidas, como é fácil verificar. E sujeira vai ter sempre, já que o campineiro não é exceção na falta geral de educação do brasileiro. Ou seja, por causa de sujeira ou de brigas, a banda não poderia acontecer em lugar nenhum, certo?

Mas o que penso é que, saindo do Cambuí, a City Banda se descaracteriza. Indo pra Norte Sul, então, ela  passa a ser um “desfilão” numa avenida sem casas, um montão de gente cantando pra ninguém, quase uma parada cívica de 7 de Setembro ou algo parecido.

De banda de Carnaval, criada imitando as grandes bandas do Rio (Ipanema, Leblon, Cordão do Bola Preta e outras – que sempre fazem o mesmo trajeto, diga-se, e com públicos gigantescos), a City Banda vai passar a ser uma atração carnavalesca pra inglês ver. É capaz de alguém querer botar arquibancadas na Norte-Sul para o povo assistir sentado à banda passar. Não foi pra isso que ela nasceu.

Quando pensamos nela tivemos em mente um Carnaval descontraído, onde qualquer um pudesse entrar e se divertir. E o Cambuí se prestava a essa liberdade, pois ali, além de ser o bairro que todos nós mais frequentávamos, era onde a diversão, em todos os sentidos, mais acontecia.

Não me lembro, claro, mas é bem provável que saí do City Bar naquela noite do início do verão de 1994, assobiando o samba “Plataforma” de João Bosco e Aldir Blanc, que deixo aqui como um pequeno protesto contra aqueles que querem tirar a City Banda do seu berço.





terça-feira, 16 de fevereiro de 2016

Os microcéfalos de Brasília

Mais uma colaboração de José Maria Leal Paes ao blog. Os leitores, tenho certeza, agradecem. 

Os microcéfalos de Brasília 

José Maria Leal Paes

Nunca criatura foi tão espetacularmente múltipla. Da microcefalia à política passando pela convocação das forças armadas - das desarmadas também como bucha publicitária -; pelo descalabro gerencial da Saúde Pública e pela promiscuidade em que vivem milhões de brasileiros sem qualquer infraestrutura sanitária, o aedes egypti é um sucesso de mídia. Dengue, chikungunya, zika e - sabe Deus - possíveis desconhecidos outros males são a face visível do mosquito. A invisível está na aliança com o Planalto e o PT para esfriar ou adoecer mortalmente o impeachment de Dilma Rousseff. Chega a ser tragicômica a estratégia,  mais propagandística e militar que médica, para bombardear o poderoso inimigo que há 13 anos deita e rola picadas nos sucessivos e cabeçudos ministros da Saúde infectados pelo mal do faz de conta que assola a Esplanada dos Ministérios. O que há ou existe de microcéfalos no Brasil de Brasília infectologista nenhum pode avaliar.

segunda-feira, 15 de fevereiro de 2016

Mais um escândalo na Sanasa

Quando o presidente da Sanasa – empresa municipal de saneamento básico de Campinas – Arly de Lara Romeo, veio a público anunciar um aumento extemporâneo, em julho do ano passado, nas tarifas de água e esgoto com a justificativa de que a estiagem prolongada no Estado de São Paulo estava causando grandes estragos ao caixa da Sanasa, todo mundo pensou que, com o aumento realizado, as finanças da empresa iriam voltar ao normal.

Isso porque se tratava do segundo aumento no ano passado. Em fevereiro de 2015, o governo de Jonas Donizette (PSB) já havia autorizado, como acionista maior da empresa, um aumento de 11,9% (bem acima da inflação à época). Com o aumento de julho, de 15%, também muito acima da inflação, a Sanasa faria com que os preços ao consumidor fossem elevados em nada menos que 28,6% em oito meses.

Pois “só” esses aumentos não bastaram: a Sanasa voltou a aumentar suas tarifas em janeiro deste no em mais 10,95%. Ou seja, o que se passou a pagar em agosto de 2015 foi 28,6% superior ao que se pagava em janeiro do mesmo ano. E o que se passou a pagar em janeiro de 2016, chegou a inacreditáveis 42% a mais em 12 meses. E a inflação beirando 10% ao ano.

Claro que com a exorbitância desses aumentos, o alardeado problema de caixa seria necessariamente resolvido, já que, como se sabe, a Sanasa vende água e trata esgoto em Campinas. E só ela faz isso para uma população que beira 1,2 milhão de habitantes.

Ora, se estamos falando de uma empresa que tem monopólio de um serviço público essencial e que tem uma clientela fidelíssima, espera-se que a tarifa cobrada seja suficiente para fazer frente às despesas e até gerar algum lucro, com o qual se farão novos investimentos.

Engana-se, porém, quem pensa dessa forma. Após os aumentos – Campinas passou a pagar um dos maiores valores do Brasil pelo saneamento básico – a Sanasa continuou se complicando, aumentando seu endividamento e chegando ao inacreditável valor de mais de R$ 200 milhões de reais em dívidas. Por isso, agora, ela anuncia que está procurando na praça um empréstimo de R$ 280 milhões para fazer frente ao endividamento e para poder continuar seu plano de obras de abastecimento de água e tratamento de esgoto. Ou seja, tudo que está arrancando do bolso do consumidor campineiro ainda não é suficiente.

O vereador Artur Orsi, implacável oposicionista aos desmandos do governo de Donizette, resumiu bem a situação: “Mesmo depois de dois aumentos na tarifa em 2015 e um neste ano, Sanasa acumula 280 milhões de reais em dívidas. É isso mesmo: a Sanasa, empresa de economia mista de Campinas, referência de qualidade técnica e operacional, vive um sufoco financeiro, sem precedentes, na administração do prefeito Jonas Donizette, que insiste em manter a empresa como um verdadeiro "cabidão de empregos" para abrigar apadrinhados políticos. E pior: o endividamento ocorre mesmo depois de dois reajustes no valor da tarifa no ano passado e mais um neste ano.”

A acusação de “cabidão” não é fora de propósito. Há vários rumores na cidade de que a Sanasa mantém um exército de cabos eleitorais na folha de pagamento cujos trabalhos não têm nada a ver com a finalidade da empresa.

Há ainda fatos que circulam à boca pequena sobre vários “socorros financeiros” que a Sanasa estaria prestando ao combalido governo municipal.

São boatos que a necessidade de um empréstimo de R$ 280 milhões dá a eles uma enorme possibilidade de se calcarem na mais crua realidade. E, caso não sejam verdadeiros, estamos diante de uma gigantesca incompetência administrativa por parte da direção da Sanasa. 

Porque não é possível uma empresa vender água sozinha numa cidade de mais de 1 milhão de habitantes e ter prejuízos dessa monta. Pois se trata de um tipo de negócio que daria enormes lucros a qualquer comerciante que soubesse fazer apenas as quatro operações básicas da matemática. 

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2016

A enganação da Unicamp

Se você vai prestar vestibular na Unicamp, cursou antes uma escola pública e se declara preto, pardo ou indígena, já entra com 80 pontos à frente de quem estudou em escola particular e é branco. E se os que cursaram a escola pública e são brancos passarem para a segunda fase, ganham mais 90 na prova de redação e mais 90 nas provas dissertativas.  Mas se também forem pretos, pardos ou indígenas, ganham, além dos 90, mais 30, entrando na briga por uma vaga na Unicamp com 120 pontos a mais nas provas que os concorrentes brancos oriundos de escolas particulares.

Não era assim até 2015, os pontos só apareciam na segunda fase, mas, no ano passado, estudantes das escolas particulares prevaleceram no vestibular, então a Unicamp decidiu diminuir as chances da “elite branca que veio do ensino privado”, mesmo sabendo que o ensino público é, hoje, muito pior que o privado. 

Com isso, em 2016, a Unicamp parece estar muito orgulhosa ao anunciar não que os melhores cérebros vão fazer parte do seu corpo discente, mas que mais de 50% dos aprovados no vestibular vieram de escolas públicas. Óbvio que, se não atingissem essa meta, no ano que vem os bônus que matam o mérito e a capacidade de muitos estudantes aumentariam ainda mais.

Muitos pais que se sacrificaram para pagar uma escola particular - e melhor - para que o filho pudesse ser mais competitivo no vestibular, percebem que o sacrifício foi em vão. Mas sobre isso a Unicamp se cala, talvez temendo não ser politicamente correta ou qualquer idiotice desse tipo.

Trata-se, evidentemente, de um sistema de cotas, só que revestido de um verniz hipócrita, causando, ainda, a falsa impressão de que a escola pública está melhorando, quando, na realidade, está cada vez pior. Mesmo porque quando ela tenta melhorar, os bandos que são usados como massa de manobra de partidecos de esquerda se mobilizam, fazem greve, invadem e ocupam escolas, derrubam secretário e impedem qualquer melhoria no ensino.

O resultado é que o péssimo ensino público básico faz com que o superior invente cotas ou bônus para a ele se adequar e, com isso, o Brasil siga segurando a lanterna ou bem próximo dela nos rankings de universidades e de educação realizados no mundo.

Esse é o Brasil que uma ideologia ultrapassada e a covardia de muitos governantes estão construindo: um país com o futuro comprometido pela ignorância do presente.

terça-feira, 9 de fevereiro de 2016

Secretário de Jonas se mostra autoritário e sem educação

O que poderia ser um raro sinal positivo na administração de Campinas, parece mais consequência de um irresponsável autoritarismo. Estou me referindo ao presidente da Emdec e secretário dos Transportes de Campinas, Carlos José Barreiro, que andou expulsando jornalistas de uma entrevista para a qual haviam sido convidados e sendo extremamente mal educado com uma repórter do Correio Popular.

O sinal positivo que ele poderia estar dando é de que é não atende a pedidos de vereadores. É positivo porque, infelizmente, a grande maioria da Câmara Municipal quer se reeleger e para tanto, tenta conseguir “benfeitorias” para suas regiões. Eles trocam a obrigação de fiscalizar o Executivo e fazer leis que realmente beneficiem a população por esse troca-troca de benfeitorias, exercendo para tanto verdadeira romaria diária aos gabinetes do Executivo.

Como tenho ouvido várias queixas de que Barreiro não os atende, pensei que se tratava de um secretário que não se rendia às pressões dessa maioria de vereadores. Era, talvez, a única qualidade que eu via nele, já que o trânsito e os transportes públicos de Campinas que estão sob suas atribuições na Secretaria e na empresa pública, andam cada vez piores na cidade.

Mas a possível qualidade desapareceu em consequência desse episódio: o que lhe move para recusar atendimento a pedidos de vereadores não são outras prioridades de sua gestão e sim a prática de um autoritarismo típico dos incompetentes, pois ataca jornalistas em pleno exercício de suas funções.
Impedir a permanência, numa entrevista coletiva, de dois jornalistas alegando – de modo mentiroso, diga-se – que eles não haviam sido convidados, é usar o poder para tomar atitude covarde, o que só evidencia a falta de caráter e o despreparo para o cargo público.

Já destratar uma repórter, acrescentando a uma resposta a uma pergunta técnica frases como “seus óculos e seus cabelos estão sujos”, é mostrar que é uma pessoa desprovida de educação básica que jamais deveria ter sido nomeada para as funções que exercem, pois elas que exigem um mínimo da dignidade própria dos seres humanos.

Não sei se o secretário, homem de total confiança do prefeito Jonas Donizette (PSB), vai ser sequer advertido por sua conduta totalmente fora dos padrões civilizados. Merecia ser excluído da equipe de secretários, mas aí já é esperar demais de um prefeito fraco como Donizette. 

domingo, 7 de fevereiro de 2016

Gula rima com Lula (e vice-versa)

Abro espaço hoje no blog para a preciosa colaboração do poeta e escritor José Maria Leal Paes, pela qual o blog agradece imensamente.

Gula rima com Lula (e vice-versa)



José Maria Leal Paes

PT está no ar publicitário com bandeiras, cores e textos de paz, de conciliação. Nada mais falso. Nada mais cinicamente dissimulado. Nada mais joãosantanamente mentiroso, caviloso, velhaco.  Nada mais zika. Nada mais macrocéfalo para o mal. O PT quer que esqueçamos o desastre econômico e administrativo em que o Brasil foi atirado pela incompetência gerencial, pela gula criminosa da propina para enriquecimento dos chefões, para a perenização do partido no poder, para a reeleição de Dilma Rousseff, para a continuação da farra infame que a Operação Lava-Jato pôs no varal da nossa perplexidade tal o tamanho da ousadia do bloco carnavalesco da Papuda, da carceragem da Polícia Federal de Curitiba. Gula rima com Lula.

O PT quer que, esfolados, paguemos a conta com o nosso couro.  O PT raivoso, que semeou o ódio entre brasileiros com os "eles" e "nós", quer que esqueçamos as tentativas para amordaçar o Ministério Público e silenciar a imprensa com o sinistro, stalinista marco regulatório da mídia. O PT quer o retorno do flagelo tributário da CPMF para encher as burras e nos fazer de burros para não perceber o enriquecimento ilícito de Lula com o tríplex do Guarujá, o sítio de Atibaia, os filhos medíocres de saber, porém ases nas maracutaias paralelas à falsa virtude do pai arrivista e seus homens ordinaríssimos, como escreveu o Estadão em editorial.

O PT pilantra quer que esqueçamos os malefícios diabolicamente engendrados do mensalão ao petrolão, da prostituição do Congresso ao aparelhamento do topo Judiciário, os apelidados tribunais superiores nos quais fulgura um chamado Supremo de supremo servilismo ao príncipe do Aerolula de Rose Noronha, à princesa ou "presidenta" de currículo falso da Unicamp.

O PT quer que esqueçamos as transações escabrosas de Pasadena, de Angra, o porto de Muriel, os perdões de dívida dos países africanos, ditaduras assassinas pelo meio, em nome do delírio de fazer Lula - ele mesmo, o peregrino de delegacias e interrogatórios da Polícia Federal - secretário-geral da ONU.

O PT quer que sejamos otários a desfraldar bandeiras coloridas e degustar textos suaves como o vinho Romanée Conti, de Lula analfabeto funcional, porém letais como a cicuta de Sócrates, filósofo e sábio.

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2016

Vandalismo na 13 de Maio: um festival de violência e de erros

O vandalismo cometido na Rua 13 de Maio, centro de Campinas, na noite de domingo passado,  por pessoas que estavam num baile funk realizado na Estação Cultura é resultado não só da ignorância e do banditismo agregado ao público desses bailes, mas também a uma série de erros que mostram o total despreparo das autoridades para lidar com um tipo simples de situação, bem como desprezo pelos cidadãos de bens e contribuintes de Campinas.

Qualquer pessoa minimamente bem informada, conhece o potencial de periculosidade que um baile funk tem. Oriundo de comunidades da periferia, o evento é geralmente regado a fartas quantidades de bebidas alcoólicas e muita droga ilícita. Seus organizadores são, quase sempre, ligados a quadrilhas de traficantes. Nos bailes rolam músicas de péssima qualidade e muito sexo, explícito ou não, com maiores ou menores de idade. Todo isso, claro, as autoridades civis e policiais estão cansadas de saber.

Pois sabendo de tudo isso, tivemos um baile funk realizado no centro de Campinas, sem qualquer fiscalização das forças policiais. Pior: autoridades civis ligadas ao evento, pouco fizeram para que o baile fosse, ao menos vigiado à hora do seu término, quando turmas embriagadas e drogadas iriam sair da Estação Cultura par fazer sabe-se lá o quê.

Três autoridades civis – um vereador, o secretário de Cultura e o de Segurança de Campinas – estão na ponta da irresponsabilidade do caso e podem ser apontados como favorecedores do vandalismo. Claro que isso não exime os vândalos da vocação para o banditismo, mas se vereador e secretário tivessem agido da maneira correta, a história seria outra.

O vereador, Cidão Santos (PROS) ligado aos promotores do evento, ficou com a tarefa de pedir policiamento para o baile. Pediu errado.  Informa o Correio Popular desta sexta-feira que foi enviado um ofício (“vago”)  à “Secretaria de Segurança Pública do Município e ao 35º Batalhão da Polícia Militar Interior (BPM/I), pedido segurança. Este último pedido deveria ter sido enviado ao 8º BPM/I, responsável pela área central da cidade.”

Mas leiam o que diz, segundo a reportagem, o comandante do BPM/I: “O tenente-coronel do 8º BPM/I, Marci Elber Rezende, confirmou que recebeu o ofício do 35º BPM/I, e que por se tratar de um pedido vindo da Câmara, encaminhou ofício à Secretaria de Cultura pedindo informações sobre público e tipo de evento. “O ofício era vago, e como que se trava de evento cultural, a Secretaria de Cultura que tinha que fazer a solicitação. Eu questionei isso e estou até hoje esperando resposta”, disse Rezende. “Não designei policiamento porque não houve confirmação”, frisou.

Como se vê, o vereador errou – erro corrigido pelo 35º BPM/I. O secretário de Cultura, Ney Carrasco, parece nem ter dado bola ao ofício. Sem uma confirmação da Secretaria de Cultura, a PM não pôde enviar policiais, mas aí está outro erro também, pois a PM sabe do potencial explosivo desses bailes e deveria, ao menos colocar um viatura na 13 de Maio na hora da saída do baile (22h). Aliás, às 22h de qualquer dia é necessária a presença de policiamento na 13 de Maio, região hoje infestada de marginais à noite, justamente pela ausência de policiamento.

Depois da desgraça do vandalismo e dos roubos ocorridos nas lojas da 13 de Maio, vieram as mentiras das autoridades municipais.

Segunda-feira passada a Prefeitura mentiu.  Ela informou que prestou apoio ao evento, por meio da Secretaria de Cultura, com a cessão do espaço, e frisou que a GM esteve presente no local durante toda a realização do evento, que transcorreu sem incidentes. Ora, se a GM estava lá o tempo todo, por que não acompanhou a turma que desceu a 13 de Maio?

A reportagem do Correio informa ainda que voltou a procurar a Secretaria de Segurança Pública Municipal (o secretário é Luiz Augusto Baggio)e ela saiu com outra mentira deslavada. Disse que o “patrulhamento da Guarda Municipal realizado na rua 13 de Maio dá prioridade aos dias e horários com maior fluxo de pessoas. Assim, aos domingos, naquela região, a GM atua com maior atenção à Estação Cultura, onde há a realização de eventos culturais e artísticos”.

Ora, o baile foi num domingo e a 13 de Maio ficou mais de 11 horas – do meio-dia às 23 horas de domingo passado – sem qualquer patrulhamento da Polícia Militar e da Guarda Municipal nas imediações da Estação Cultura. Esse fato está comprovado por imagens feitas por câmeras de segurança e que estão em poder dos comerciantes que tiveram suas lojas assaltadas pelos bandidos do baile funk.  

Agora os comerciantes, com razão, querem ter os prejuízos ressarcidos pelas autoridades municipais, já que ela se mostrou completamente indiferente às consequências um evento desse tipo poderia ter. A PM também errou por não colocar patrulhamento no local público (a 13 de Maio) e só chegar 35 minutos depois do vandalismo perpetrado. A GM chegou um pouco antes, (26 minutos depois) mas sua presença, tal qual a da PM, também já era inútil.

Assim Campinas vai vivendo dias de terror sem que as autoridades – municipais ou estaduais – sejam responsabilizadas como deveriam ser. Claro que isso é fruto de um governo municipal irresponsável que está mais preocupado em embelezar a cidade na sua aparência, maquiando paredes e ruas, sem tocar programas sólidos de segurança do cidadão. O resultado é que turmas de bandidos como essa oriunda do baile funk, sempre se sentirão à vontade para praticar vandalismos e roubos em Campinas. Pobre cidade. 

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2016

Eleições em Campinas: o alvo é Artur Orsi

A possibilidade da entrada de mais um concorrente na corrida à Prefeitura de Campinas, revelada hoje na coluna Xeque Mate do Correio Popular, se não tem grande peso num possível resultado, mostra, ao menos, estratégias que estão sendo pensadas.

O novo personagem na corrida, o presidente da Câmara Rafa Zimbaldi (PP), sabe que não tem chance alguma de ser eleito, mas coloca seu nome no páreo para medir sua força a uma candidatura a deputado em 2018 e, ao mesmo tempo, tentar pavimentar a estrada para um novo mandato de Jonas Donizette (PSB), de quem é aliado.

O quadro até agora tinha três concorrentes com chance de chegar ao segundo turno: o próprio prefeito, o candidato do PT, que deve ser Márcio Pochmann e o vereador Artur Orsi, de malas prontas para o PSD, já que no seu partido, o PSDB, os caciques Carlos Sampaio e Célia Leão não admitem que qualquer outra liderança local apareça e, portanto, jamais dariam a legenda a Orsi.

Sem lideranças para o cargo de prefeito, o PSDB vive fase amarga em Campinas: não teve candidato a prefeito pela primeira vez e caminha para não ter pela segunda vez, abandonando um enorme eleitorado. Desde que foi criado, elegeu um prefeito e em apenas uma eleição não foi ao segundo turno. Agora está a reboque do inexpressivo Donizette.

A entrada de Zimbaldi pode significar um pouco menos de votos para o PT e para Orsi? Talvez. Na última eleição, Zimbaldi teve pouco mais de 9 mil votos, um número que, se é bom para a Câmara, é insignificante para a Prefeitura. Claro que eleição para prefeito tem muito menos candidatos, mas o mandato de Zimbaldi na Câmara, sem qualquer fato que o faça sobressair além de ter conseguido a presidência com as bênçãos do prefeito, não o projeta como um candidato cotado para um segundo turno, nem com mais votos que qualquer um dos três já colocados.

O PT é uma incógnita. Pode até não ter candidato, pois esbarra no mar de lama em que está envolvido, na possibilidade de seu maior líder ser até preso por corrupção e também na pouca vontade de seu único candidato em Campinas concorrer. Pochmann, um intelectual de esquerda, preso a conceitos marxistas retrógrados e autoritários, jamais dirigiu uma Prefeitura e chegou ao segundo turno na eleição passada por que o PT ainda não tinha tantos podres revelados e Lula desfrutava de algum prestígio. Hoje, o apoio de Lula pode significar o contrário do que significou há quatro anos. (A reeleição de Dilma eu não conto, pois há enormes suspeitas de fraude e de uso de dinheiro público roubado para fazer sua campanha).

É esse PT combalido que Donizette “elegeu” em entrevista, como seu maior adversário nas urnas em outubro. Não deve ser. A entrada de Orsi no PSD e sua firme determinação de concorrer à Prefeitura, é o fato novo e importante para a próxima eleição. Donizette sabe disso e, ao mesmo tempo em que tenta desviar o foco dizendo ser o PT seu maior adversário, incentiva (ou determina) uma nova candidatura originária do mesmo campo de Orsi, a Câmara.

Assim, a tentativa de entrada de Zimbaldi, além de avaliar suas chances para uma candidatura em 2018 (deputado estadual ou federal), mostra a preocupação com a entrada de Orsi na corrida. O atual prefeito sabe que seu governo tem avaliação abaixo da média e insuficiente para uma reeleição tranquila. E vê em Orsi, que é o maior crítico de seu governo, um grande potencial para atrapalhar seus planos de governar Campinas por mais quatro anos. 

Portanto, é mais provável que Donizette tenha chamado Zimbaldi para concorrer. Os dois - Orsi e Zimbaldi - concorreriam pela primeira vez, são oriundos da Câmara e tiveram participação ativa na cassação de Hélio de Oliveira. Só que as coincidências terminam aí e não dá pra dizer que elas podem dividir o eleitorado.