O blog publicou um post criticando o governador Geraldo
Alckmin (PSDB) por ele ter cortado parte do programa Viva Leite. Agora ele
voltou atrás, o programa vai continuar normalmente. Tenho certeza de que se não
saísse na imprensa (escrevi no blog baseado em reportagem da Folha), o corte
teria sido efetivado e os mais prejudicados, que são de famílias carentes, não
teriam voz para protestar e fazer o governo voltar atrás. Fosse este país
dominado pela imprensa chapa branca, como quer o PT, a reportagem não teria
existido e a situação dos que necessitam do leite ia piorar um pouco mais. A reportagem
abaixo é da Folha de hoje.
Governo Alckmin volta
atrás e diz que vai ampliar entrega de leite a bebês
Venceslau Borlina Filho
De Campinas
O governo Geraldo
Alckmin (PSDB) voltou atrás da decisão de alterar os critérios que reduziram a
entrega de leite para crianças carentes no Estado de São Paulo. Conforme
revelado pela Folha no último sábado (4), o corte no programa Viva
Leite afetou 37 mil crianças de até um ano e acima de seis anos de
idade.
Um dos principais
motivos para o recuo foi a repercussão negativa para a gestão estadual, segundo
a Folha apurou. Agora a intenção de Alckmin é ampliar a entrega do
leite para 20 mil crianças entre seis meses e um ano. Para isso, o governador
vai recorrer um programa da Secretaria de Estado da Saúde.
A mudança foi
confirmada nesta terça-feira (7). Para as crianças de seis anos, porém, o corte
no fornecimento de leite permanece. Segundo o governo, a medida está
fundamentada no PNAE (Programa Nacional de Alimentação Escolar), com
alimentação nas escolas.
Na faixa etária de até
um ano, 9.922 crianças eram beneficiadas pelo Viva Leite, que garante a entrega
de 15 litros de leite por mês. Segundo o governo, esse número vai subir para 20
mil. Ao todo, o Viva Leite atende a 353 mil crianças em todo o Estado. De
acordo com a Secretaria de Estado de Desenvolvimento Social, o programa
Primeiríssima Infância, da Saúde, será o responsável por aumentar a entrada de
crianças de até um ano no Viva Leite. Ele dá assistência a gestantes, mães e
crianças, e será ampliado de 41 para cem municípios paulistas.
Para obter o leite, as
famílias precisam ter renda per capita de ¼ de salário mínimo (R$ 197) e manter
o cadastro atualizado no Cras (centro de referência em assistência social) dos municípios.
As crianças serão acompanhadas por especialistas e as famílias poderão ter
acesso a outros programas sociais.
Na capital e Grande
São Paulo, o número de crianças beneficiadas por família é limitado a um
participante. No interior, esse número é maior: dois. A explicação do governo é
a de que na Grande São Paulo as famílias têm menos filhos. O orçamento da
secretaria para o Viva Leite neste ano soma R$ 240 milhões.
Para bebês de até seis
meses de idade, a recomendação da secretaria é a de que os bebês recebam,
exclusivamente, o leite materno. Segundo o pediatra Tadeu Fernandes, da
Sociedade Brasileira de Pediatria, se as mães não tiverem leite, devem recorrer
aos bancos de leite ou às fórmulas especiais (leites em pó enriquecidos).
OUTRO LADO
O secretário de Estado
de Desenvolvimento Social, Floriano Pesaro, afirmou nesta terça à Folha que
o governo não voltou atrás da decisão da mudança de critério, apesar de
oficializada no próprio site do Viva Leite. Questionado, ele disse que o
anúncio de integração com a Secretaria de Estado da Saúde não foi feito na
semana passada porque ainda não estava definido.
Pesaro também afirmou
que o objetivo das mudanças é priorizar os atendimentos aos que mais precisam.
"Estamos focalizando o programa [Viva Leite] e essa parceria com a saúde
[Secretaria da Saúde] vai priorizar as crianças de seis meses a um ano",
disse. O Primeiríssima Infância atende crianças de até três anos de idade.
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