O cenário se torna cada vez mais nebuloso para o PT e Dilma.
A reportagem da Folha de hoje mostra uma presidente totalmente acuada, sem ter
o que falar a não ser que não vai cair, que a oposição está tramando um golpe,
que o PMDB é ótimo, que não gosta de delatores e que foi torturada e não
delatou.
Vamos por partes.
Dizer que não vai cair porque não vê problema algum em todas
as denúncias que ululam por aí, é, no mínimo, demonstração de uma ignorância que,
em política, pode ser letal. E, ainda por cima, acusar adversários de cometer
as mesmas “pedaladas” que ela, cimenta o festival de besteiras sobre o assunto.
Nada do que houve anteriormente, se compara ao rombo (roubo?) que se produziu
no orçamento e se tentou disfarçar com as “pedaladas”, tirando dinheiro de
correntistas de bancos públicos para pagar dívidas do Tesouro.
Golpe? Ninguém fala em golpe a não ser o próprio PT. O que
se pretende ou é o impeachment – que jamais foi golpe, pois está previsto na
Constituição – ou a saída dela por algum crime administrativo e ou eleitoral,
que podem ser provados tanto pelo TCU, pelo STF ou pelo TSE.
Dizer que o PMDB é ótimo, nessa altura do campeonato, é o
mesmo que elogiar o adversário na véspera na decisão do campeonato. O PMDB está
louco para derrubar Dilma e o PT, está conspirando 24 horas por dia e Michel
Temer, enquanto posa de “fiel vice da presidenta”, já procura aliança que o
ajudarão a governar.
Um detalhe: reportagem do jornal Valor Econômico, afirma que
Temer abriu mão de uma possível reeleição em 2018 caso assuma o governo. Se for
verdade – e o Valor não costuma chutar – está aberto o caminho para que ele
receba o apoio da oposição para tirar Dilma e o PT do poder.
Por fim, Dilma, provando que está totalmente acuada e sem
quem lhe aconselhe sobre o que dizer, falou novamente que não gosta de delatores,
usando sua experiência de presa política para reafirmar a tese babaca. A tese,
quando a soltou pela primeira vez, há cerca de uma semana, foi destruída até
por quem até agora tem mostrado certa simpatia pela “mulher sapiens”, por não
ter semelhança algum com delatores forjados nos porões da ditadura.
Enfim, o que se vê hoje é uma presidente sem futuro,
lançando programas que têm como solução para a crise diminuir horas de trabalho
e salários, fazendo discursos que mais parecem de pacientes psiquiátricos sob
efeito de algum forte remédio e lançando, do vazio de suas ideias, uma espécie
de desafio à oposição, como se tirá-la do poder legalmente fosse apenas uma
vingança da oposição que perdeu as eleições.
Alguém precisa avisá-la que depois que se ganha uma eleição,
há que se cumprir o que se prometeu para e eleger e que a oposição existe também
para cobrar essas promessas.
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