quinta-feira, 30 de abril de 2015

Esforço concentrado


Dia desses escrevi aqui que Campinas estava, possivelmente, a caminho de um novo recorde no número de casos de dengue. Já fomos notícia até no Jornal Nacional, por ser a cidade com maior número de casos em todo o Brasil. Agora, vejo no noticiário de hoje que já chegamos a mais de 30 mil casos e sete mortes. O recorde é de 2014, com 42.109 e dez mortes. Mas parece que a Prefeitura está se esforçando bastante para quebrar o próprio recorde. 

Maioridade penal: uma discussão inócua



Essa história de redução da maioridade penal é conversa mole pra boi dormir. De ambos os lados. Quem a defende não percebe que já há bandidinhos de 12, 13 14 e 15 anos por aí, assaltando, estuprando, traficando, cheirando etc. e que não vai adiantar nada botar menores entre 16 e 18 anos na cadeia. Nosso sistema prisional é medieval, corrupto e insuficiente para tanto criminoso. O buraco, nesse e no outro caso, é muito mais embaixo.

Quem é contra a redução cai na besteira de achar que um jovem de 16 ou 17 anos não sabe o que faz, não pode ser processado e condenado normalmente por ter assaltado um banco, estuprado alguém, traficado drogas ou cometido um assassinato. É uma besteira porque todos que são contra a redução sabem que bem antes dos 16 anos o jovem já tem plena consciência do que é crime, principalmente os crimes mais graves.

Então, qual a solução? Claro que a solução primeira passaria por um Brasil melhor do que essa merda que está aí. Ensino de péssima qualidade, pais ignorantes, filhos piores ainda, legislação arcaica favorecendo quase sempre o infrator, corrupção desenfreada em todos os setores do país dando um grande exemplo de que roubar é melhor do que trabalhar, escolas onde o aluno não tem obrigação de nada e muito menos de disciplina, aprovação automática tenha ou não o aluno condição de evoluir, enfim, um retrato do rascunho do inferno é o nosso país hoje.

A solução primeira, repito, seria melhorar tudo isso, acabar com o que está errado e construir, finalmente, um país decente com uma sociedade civilizada. Mas isso leva, no mínimo, uns vinte anos.

Como a lei da maioridade penal não engloba nenhuma benfeitoria à sociedade, não resolve nenhum dos graves problema s que o Brasil vive nessa área, o melhor seria adotar outra lei. Aquela mesma que é adotada em países como a Inglaterra e talvez em outros, não sei.

Se um menor de 18 anos comete um crime, ele é avaliado por uma junta ou mesmo pelo tribunal. Se chegar-se à conclusão – e isso não é difícil – que não havia consciência no ato, o menor será levado a uma instituição psiquiátrica ou psicológica para tratamento, já que cometer crimes graves e não ter consciência do ato, é sintoma de doença mental.

Se o tribunal ou os encarregados da avaliação julgarem que o ato foi cometido com pleno conhecimento de suas consequências, que o menor sabia o que estava fazendo, aí o julgamento é normal, onde a idade não terá mais a mínima importância. Ou seja, cada caso será um caso e a Justiça decidirá, sempre, o que fazer com o menor infrator.

Claro que os condenados menores de idade poderiam ter um estabelecimento próprio até atingir os 18 anos, mas a pena é a mesma dos condenados maiores de idade, cumprida conforme os preceitos legais.

Só adotando uma lei assim é que o Brasil poderá dar um passo à frente no combate à criminalidade. Se a maioridade penal for modificada para 16 anos, não mudará nada no cenário, apenas nossas cadeias ganharão alguns jovens de 16 e 17 anos que sairão de lá mais bandidos do que entraram.  E se continuar do jeito que está hoje, ficaremos todos na mesma lama em que vivemos, assistindo diariamente menores cometendo crimes (ou apenas assumindo um crime que o maior de idade cometeu, conforme combinado antes) e não sendo punidos.

O embate que ora se trava é, portanto, inócuo. Ou, como escrevi lá em cima, conversa mole pra boi dormir. 

quarta-feira, 29 de abril de 2015

Se for verdade...

Copio aqui informação do blog O Antagonista. A ser verdade, a luta de grande parte da sociedade brasileira para tentar derrotar – ou diminuir, vá lá – a gigantesca corrupção que o PT implantou no país será em vão.

Se PT e PSDB têm mesmo um acordo para que nenhum político ou empresário graúdo seja punido pela corrupção praticada, então o Brasil já tem seu destino traçado: será eternamente o país da podridão, dominado pelo banditismo mais descarado e pela impunidade total dos grandes ladrões do dinheiro público.

Segue a nota. Vou torcer para que os bravos Diogo Mainardi e Mario Sabino estejam, desta vez, enganados.

A coreografia de Gilmar Mendes

Dilma Rousseff demorava a indicar um nome para a vaga de Joaquim Barbosa. A Segunda Turma do STF, que julga o petrolão, estava incompleta. Os ministros começaram a manifestar publicamente o seu desconforto. Entra em cena Gilmar Mendes, com a ideia de transferir um ministro da Primeira Turma para a Segunda Turma. Dias Toffoli, surpresa, surpresa, corre a dizer que o faria. Depois corre a reunir-se com Dilma Rousseff. Parte da imprensa suspeita das intenções de Dias Toffoli. Amigos de Gilmar Mendes defendem Dias Toffoli.

Por que amigos de Gilmar Mendes defenderiam Dias Toffoli? Porque a ida de Dias Toffoli para a Segunda Turma já estava combinada com Gilmar Mendes, quando ele propôs que um ministro da Primeira Turma se transferisse para a Segunda Turma. Por que Gilmar Mendes queria Dias Toffoli no julgamento do petrolão? Para diluir as críticas à sua disposição a soltar os presos na Operação Lava Jato. Por que Gilmar Mendes quer soltar os presos na Lava Jato e, assim, melar as delações premiadas? Porque faz o jogo do PSDB encrencado com a empreita. Gilmar Mendes precisa de um petista como Dias Toffoli para livrar os bicos dos tucanos que estão nas mãos das empreiteiras. Especialmente a Odebrecht.

Querem a meia verdade? Procurem em outros blogs.

O falacioso PT

Duas notícias nos jornais de hoje mostram o quanto de falácia sempre teve o discurso petista. Mentirosos ao extremo, seus líderes tentaram, durante a era FHC, desvalorizar todas as conquistas para, depois, se aproveitar delas a partir da eleição de Lula.

Mas, mesmo surfando na base econômica deixada por FHC que, com os bons ventos da economia mundial trouxeram visível progresso ao Brasil, os petistas não deixavam de criticar a era tucana, como se tudo que eles estavam fazendo tivesse começado em 2004.

Assim foram os anos de Lula e os quatro primeiros anos de Dilma. Sempre que possível, no discurso, havia uma farpa a ser jogada contra FHC. Mesmo nas equivocadas privatizações que o PT tentou fazer ainda durante o governo Lula, não deixou de demonizar as privatizações anteriores. O fato de que a maioria das privatizações petistas – principalmente de rodovias – deu com os burros n’água é a prova de que, ao querer fazer diferente, os petistas não tiveram talento nem competência para fazer melhor, muito pelo contrário.

A “gestão” petista na Petrobras também é m enorme exemplo de que, à incompetência dos governos Lula e Dilma juntou-se formidável corrupção que resultou no primeiro prejuízo da história da nossa maior estatal. E não foi um prejuízo pequeno, que pudesse se coberto por uma simples emissão de ações baseada em ganhos futuros. Foram R$ 21 bilhões de perdas, dos quais mais de R$ 6 bilhões saíram dos cofres da estatal diretamente para os esquemas corruptos ali implantados que favoreceram políticos, dirigentes partidários e diretores e gerentes da empresa.

Mas, voltando ao inicio, hoje pelos jornais ficamos sabendo que o governo petista vai retomar os leilões de privatização e, para que se arrecade quantias mais justas, o modelo a ser seguido será o mesmo aplicado durante a era FHC, que o PT tanto combateu.

E mais: a própria presidente irá aos EUA promover esses leilões, oferecer aos norte-americanos vantagens para que eles invistam aqui em aeroportos, portos, estradas etc. Na pátria do “capitalismo depredador” como assinalam os grupelhos de esquerdas abrigados no PT, o governo petista vai buscar interessados para os leilões de “concessão” de obras de infraestrutura que deveriam ter sido Freitas há anos, quando havia capital abundante. “Concessão” é o nome que os petistas dão às privatizações que eles realizam, em mais uma imbecil tentativa de se diferenciar dos tucanos. É a mesma coisa.

E a diferença, na economia, está cada vez mais apenas no discurso: o PT durante o tempo suficiente para que não houvesse outra saída para tentar recuperar os prejuízos causados. Apelam agora aos métodos de FHC de governar para tentar sair do buraco em que meteram o país. 

terça-feira, 28 de abril de 2015

A Sanasa vai abrir a caixa preta dos comissionados?

O vereador Pedro Tourinho, do PT de Campinas, conseguiu uma liminar na Justiça que obriga a Sanasa, empresa de saneamento básico da cidade, pertencente à Prefeitura,  a publicar a lista com os nomes de seus comissionados (contratados sem concurso público) e respectivos salários. Atualmente, a empresa diz obedece à lei e publica o número da matrícula no lugar do nome. A Prefeitura faz a mesma coisa, mas é diferente.

Com o número da matrícula do servidor da Prefeitura é possível chegar ao seu nome, bastando para isso pesquisar o número nas edições do Diário Oficial. A ferramenta de busca é boa e todo servidor tem, no mínimo, uma Portaria (a da nomeação) publicada com seu nome e número.

Já os comissionados da Sanasa não têm Portaria publicada no Diário Oficial quando da nomeação. Assim, a Sanasa, quando diz que cumpre a lei, na verdade não está cumprindo, pois apenas com o número da matrícula é impossível saber quem são os assessores que ela contratou. Ou seja, não há a transparência que a lei obriga a ter.

Agora, com a obrigatoriedade, pode ser que uma grande caixa preta da empresa esteja em vias de ser aberta, pois os boatos que correm por aí dizem que há gente demais para saneamento de menos por lá.

Não dá pra acreditar

É inacreditável que nenhum grande órgão da imprensa brasileira tenha dado a notícia do pagamento de R$ 22,9 milhões pela campanha do PT a uma gráfica fantasma. Um valor muito menor que esse, também pago pelo PT a uma outra gráfica (essa existente, mas pertencente a sindicatos ligados à CUT) foi notícia nos últimos dias nos principais jornais.

Não quero acreditar que a notícia está sendo escondida por envolver membro do primeiro escalão da campanha e do governo de Dilma, ou seja, seu atual ministro da Comunicação e tesoureiro da campanha Edinho Silva.

Também não acredito que a omissão se dá por conta do fato de que a gráfica fantasma está em nome de dois irmãos do jornalista Kennedy Alencar.

Nenhum dos dois motivos justifica a ausência da notícia nos jornalões. A notícia foi dada ontem, com provas extraídas da prestação de contas do PT e com foto feita pelo blog O Antagonista. Vamos aguardar até amanhã para ver se alguém se manca do furo que a grande imprensa está levando de um blog produzido por dois jornalistas.

Enganando os gringos

A presidente Dilma Rousseff esteve hoje em Pernambuco, na inauguração do Polo Automotivo Jeep. Os americanos e italianos (Chrysler e Fiat) investiram no polo R$ 7 bilhões de reais, que tem capacidade para fabricar até 250 mil veículos por ano. Este ano pretendem fabricar entre 50 e 60 mil.

A parte do Brasil no negócio - além dos incentivos fiscais estaduais e federais - era construir um anel viário de 77 km que iria custar R$1,2 bilhão. Os dois parágrafos a seguir foram extraídos da reportagem da Folha publicada agora há pouco no portal do jornal:

O anel viário de 77 km que ligaria a fábrica, no norte do Estado, ao porto de Suape, no litoral sul, seria feito pelo governo do Estado, mas o governo federal assumiu a responsabilidade em 2013.

Estratégica para escoar a produção do novo empreendimento, a obra deveria ter sido entregue até a inauguração da fábrica, mas ainda não saiu do papel.

Pois é, "ainda não saiu do papel". Os gringos ergueram a fábrica, vão fabricar os carros, mas, se não venderem todos os 50/60 mil previstos para este ano ali mesmo em Goiana (na Região Metropolitana do Recife, onde a fábrica está instalada) terão sérias dificuldades para escoar a produção... 

Perdão, leitores


O blog anunciou ontem, baseado em informações de outro blog, O Antagonista, de Mario Sabino e Diogo Mainardi, que a campanha do PT a presidente, no ano passado, havia repassado R$ 16 milhões à gráfica VTPB. A gráfica não existe e as notas fiscais das despesas são frias. Mas O Antagonista cometeu um erro e, por isso, ele pediu desculpas hoje aos seus leitores. O PT não lavou, digo, pagou, R$ 16,6 milhões nessa gráfica. Na verdade, foram R$ 22,9 milhões.

Por esse lapso, que acabei cometendo em conjunto com O Antagonista, também peço desculpas e confirmo: foram R$ 6,3 milhões a mais do que o anunciado ontem,  pagos à gráfica fantasma pela campanha do PT no ano passado. Os recibos dessa grana toda foram assinados pelo tesoureiro oficial da campanha de Dilma, Edinho Silva, hoje seu ministro da Comunicação. 

Se não for mais um factoide...

Quando o então prefeito de Campinas, Hélio de Oliveira Santos (PDT, cassado por corrupção) anunciou uma nova rodoviária para Campinas, todos elogiaram. Mas os elogios, pelo menos de minha parte, cessaram assim que foi anunciado o local para a construção: a cerca de 500 metros de distância da antiga estação, a nova rodoviária não resolveria talvez o mais grave problema da antiga: o fluxo de trânsito. O local escolhido é passagem de várias avenidas, fica num bairro densamente povoado e longe, bem longe, das inúmeras rodovias que passam pelo município.

Mas a nova rodoviária foi construída assim mesmo – eu fui praticamente a única voz na cidade contra o local do prédio – e privatizada, sem qualquer protesto do PT, por exemplo, então aliado do prefeito. Cito o silêncio do PT porque atualmente o partido anda berrando contra a privatização de alguns setores da Prefeitura, mas contra a nova rodoviária e contra a privatização do Hospital Ouro Verde, ambas no governo do aliado, o partido enfiou o rabo entre as pernas e se calou, provando que coerência só há quando interessa ao projeto de poder.

Eu dizia também à época que não existia projeto de ocupação da área da antiga rodoviária. Aquele prédio inacabado poderia ficar ali, ao relento, servindo de abrigo a mendigos, marginais e outros membros dos problemas sociais que vicejam na cidade.

Mas o governo municipal resolveu implodir o prédio. A medida era boa, claro, desde que houvesse projeto para o terreno. Não havia. E mesmo a implosão foi quase um fiasco: deixou em pé várias estruturas que tiveram que ser derrubadas a marretadas.

A implosão aconteceu em 2010 e até hoje, cinco anos depois, o terreno está lá, vazio, com problemas legais e sem que seus proprietários ou o poder público tomem qualquer iniciativa de dar um destino saudável àquela enorme e valorizada área.

Pois agora o atual prefeito, Jonas Donizette (PSB), informa que empresários de uma rede de hospitais o procuraram mostrando interesse pela área. A informação ganhou destaque na imprensa de Campinas e o Correio Popular – sempre otimista com as informações oficiais – tratou o assunto como manchete do dia.

Claro que a construção de um hospital naquela área seria muito bom para Campinas. Mas o histórico de anúncios fajutos na cidade, desde o governo do “doutor” Hélio, faz com que fiquemos devidamente ressabiados.

Para aquele mesma área já foi anunciado um centro de compras popular, um enorme hotel com um shopping center e sei lá o que mais.

Para Campinas, desde o governo anterior até o atual, já foram anunciados um centro de convenções, um trem-bala, um sistema de ônibus rápido com avenidas exclusivas, um teatro de ópera, a revitalização do Centro, o desassoreamento da Lagoa do Taquaral, o fim da espera nos postos e centros de saúde etc.

E se alguém consultar o Programa de Metas do atual governo, publicado no Diário Oficial de 2 de abril de 2013, perceberá que inúmeras das metas foram ali colocadas como retórica, material para inglês ver, conversa mole para boi dormir, pois muitas ações previstas para 2013 e 2014 foram sequer iniciadas.  

Assim, diante de tantos factoides deste e do governo anterior, o anúncio do prefeito de uma boa solução para a área da antiga rodoviária deve ser visto com as devidas precauções. Não fará mal para ninguém ter uma boa dose de ceticismo perante a notícia. Afinal, anunciar e não realizar e prometer e não cumprir são ações corriqueiras nos últimos prefeitos de Campinas. 

O barulho que cala a presidente

Enquanto o PT e outras aberrações partidárias tentam minimizar os movimentos contra o governo federal afirmando que eles diminuíram de tamanho, que são organizados pela elite branca e outras mentiras, a desistência de Dilma em fazer pronunciamento pela televisão no dia primeiro de maio, mostra que o tamanho da oposição hoje e muito maior do que dizem os petistas.

Isso porque ela teme que, durante seu pronunciamento, o país seja tomado por ensurdecedor panelaço. Vejam bem, um pronunciamento gravado pela televisão é evitado pela presidente por medo de que o barulho no país – forma de mostrar a ela e ao PT que ninguém está ligando para o que ela fala – será muito mais desastroso para o governo do que os benefícios que o pronunciamento (normalmente cheio de autoelogios e meias verdades) possa trazer.

Conclusão: a voz das ruas está preocupando muito mais o governo e, por isso, não podemos esmorecer. Em maio haverá outras passeatas e todos devem estar presentes, mostrando ao PT e ao governo Dilma que o sentimento maior dos brasileiros é o fim desse governo que não tem mais as mínimas condições de administrar o caos em que eles transformaram o Brasil. 

segunda-feira, 27 de abril de 2015

PT: crime eleitoral e de lavagem de dinheiro com recibo

Parece que desta vez não tem jeito. O crime está exposto com todas as provas possíveis e envolve quantia considerável de dinheiro da campanha de Dilma Rousseff em 2014, envolve notas fiscais frias, envolve uma gráfica fantasma e envolve uma autoridade de primeiro escalão da campanha do PT que assinou o recibo.

A quantia considerável é de mais de R$ 16 milhões. As notas frias são da Gráfica VTPB, que antes era uma banca de jornal, mas que, apenas 19 dias depois de mudado seu contrato social para poder emitir notas fiscais e produzir publicidade, já emitiu nota de R$ 148 mil para a campanha de Dilma Rousseff.  Essa primeira nota é de agosto de 2014, mas só nesse mês outras notas foram emitidas. Valor total, só em agosto de 2014: R$ 2.104.931,00.

Segundo o blog O Antagonista, no endereço da gráfica há um galpão fechado e os vizinhos garantem que ali jamais funcionou uma gráfica.

Todos os recibos que o PT enviou à Justiça Eleitoral para justificar os gastos com a gráfica fantasma estão assinado por Edson Antonio Edinho Silva, que era o tesoureiro da campanha de Dilma e 
atualmente é ministro da Comunicação. Ele enganou a Justiça Eleitoral.

Os crimes estão aí, todos expostos e revelam o método do PT lavar dinheiro durante uma campanha eleitoral: serviços que não existem corroborados por notas frias de uma empresa que jamais se portou como tal.

Uma campanha criminosa, como se vê que, além desse crime comprovado, usou e abusou, criminalmente também, de toda a máquina pública, sendo o caso mais notório o dos Correios, que distribuiu de graça enorme quantidade de material de Dilma e não distribuiu material de campanha de Aécio Neves, mesmo a campanha do tucano tendo pago o serviço.

Esse é o PT, cometendo crimes e mais crimes para vencer uma eleição. O fato de o partido ainda estar impune e seus candidatos eleitos não terem sido cassados se deve à morosidade e à fraqueza da Justiça brasileira. Porque no que depende do povo consciente, esse foi e irá para as ruas exigindo que esses bandidos sejam escorraçados do poder. 

A chance da Câmara de Campinas

A Câmara de Vereadores de Campinas pode realizar um grande favor para a cidade: rejeitar, de vez, as contas apresentadas por Izalene Tiene (PT) e Hélio de Oliveira Santos (PDT) de seus governos nos anos 2002, 2004, 2006, 2009 e 2010. Isso porque a medida afastará, pelos próximos oito anos, os dois de candidaturas a cargos eletivos no Brasil. Ou seja, Campinas ficaria livre por um bom tempo – quem sabe para sempre –  da volta desses nefastos governantes para concorrer a cargos por aqui.

Izalene Tiene nem tanto. Sua volta à política está praticamente afastada por vontade própria e por jamais ter sabido o que fazia no cargo de prefeita (ela que chegou lá porque o titular, Antonio da Costa Santos foi assassinado). 

Ela  não representa necessariamente um problema para a cidade. Mesmo que quisesse voltar, não se elegeria nem síndica de prédio, tão ruins são as lembranças de seu governo, cujo comando esteve sempre nas mãos de Renato Simões (PT), de quem Izalene era fiel aliada. Izalene foi vice de Toninho a mando de Simões, que recusou o cargo por achar que Toninho não seria eleito...

Já o tal de “doutor” Hélio é outra história. Fez um governo cuja maior obra foi roubar os cofres públicos para cumprir um projeto pessoal de se tornar milionário. Sua esposa, Rosely Santos, fazia o trabalho sujo enquanto o marido discursava por aí misturando formidável glossolalia ao estilo “Rolando Lero” e nadava de braçadas nas verbas que Lula – aliado de conveniência – lhe mandava de Brasília.

Com a grana correndo solta, Hélio conseguiu realizar algumas obras na populosa região do Campo Grande e ainda é bem lembrado por lá. Com uma campanha bem feita – dinheiro não deve faltar – ele poderia ser um candidato perigoso em 2016.

Por isso é importante que a Câmara, que agora vai dar direito de defesa aos réus no julgamento das contas – antes só referendava ou não o parecer do Tribunal de Contas do Estado – rejeite novamente essas contas, aprovando o parecer sobre elas. Afinal, são três anos de conta consideradas irregulares por um tribunal técnico que não devem ser contestadas pelos vereadores.

Hélio foi cassado por corrupção. Os vereadores de Campinas estão tendo a chance agora de afastar de vez esse tipo de governante dos cofres municipais. 

sábado, 25 de abril de 2015

Bomba na Veja: o sítio do bilionário Lula em Atibaia



Mais uma bomba de Veja estoura neste sábado no colo de Lula e do PT. As promíscuas relações do ex-presidente com o dono da empreiteira OAS, Léo Pinheiro, preso há seis meses pela Operação Lava-Jato, tem algumas partes reveladas.  Por elas se percebe que Lula é o bandido que sempre quis ser.  Amealhou um triplex no Guarujá, fruto da cooperativa Bancoop, comandada por Vaccari, que tungou mais de 3 mil mutuários, que pagaram e ficaram sem suas casas. O prédio onde está o tríplex não ia ser concluído, já que a Bancoop estava falida por conta dos desvios praticados por Vaccari e sua quadrilha. A OAS pegou a obra e a concluiu. Vaccari também tem um apartamento lá. Ou seja, ambos, Lula e Vaccari, não estão nem aí com os 3 mil mutuários enganados pela Bancoop. Coisa de bandidos mesmo.

A outra revelação é maior ainda. Lula tem um sítio em Atibaia, em nome de outras pessoas (um deles é filho de Jacó Bittar e sócio de Lulinha).  O sítio foi totalmente reconstruído pela OAS e é coisa de cinema como revela a Veja. Piscina, campo de futebol, duas lagoas com peixes ligadas por uma cachoeira, estrada com cascalho etc. Deve deixar a famosa Casa da Dinda, do Collor, (lembram?), no chinelo. A foto aérea que reproduzo aqui dá uma boa ideia do “paraíso” lá na aprazível Atibaia.

A petralhada vai aumentar sua fúria contra a revista, mas, como sempre, não podem desmentir nada. A reportagem diz ainda que o empresário, amigo de Lula há muito tempo, já não suporta mais a prisão e as penas que terá de cumprir, e está pronto pra assinar um acordo de delação premiada. E o que a revista conta hoje é só um a pequena amostra de tudo que ele sabe e pode contar.  

Demagogia eleitoreira deu prejuízo de R$ 4,5 bilhões à Petrobras


O vídeo acima é aquele famoso em que Dilma anuncia a redução do valor das contas de energia elétrica. A medida, anunciada em rede nacional, tinha de demagógica o que teve de prejuízo aos cofres públicos. O primeiro prejuízo visível foi de todos os brasileiros que hoje estão amargando aumentos de mais de 50% nas contas de luz, fazendo não só os preços de todos os produtos que dependem de energia elétrica aumentarem, como alimentando a inflação. 

Mas teve um outro prejuízo, gigantesco, que só agora, com a publicação do balanço da Petrobras é revelado. A Eletrobras, estatal que teve de acionar inúmeras usinas termelétricas para manter o Brasil funcionando, já que o PT, em 12 anos, não conseguiu construir nenhuma hidrelétrica, com a demagógica diminuição do valor das contas de luz não teve caixa para pagar a Petrobras, de quem comprava o combustível para as termelétricas. 

Resultado: uma dívida de R$ 4,5 bilhões que a Petrobras não vai receber nunca mais. 

Só com a corrupção petista e com a demagogia eleitoreira, o governo Dilma provocou um prejuízo (oficial, pode ser maior ainda) de R$ 10,7 bilhões na Petrobras. Esse é o modo do PT se manter no poder: roubando de todas as formas dinheiro público. 

sexta-feira, 24 de abril de 2015

CPI DOS BLOGS JÁ!!!

Como Reinaldo Azevedo está iniciando uma campanha que envolve blogueiros, vou publicar o post dele sobre o assunto e deixar claro que apoio totalmente a campanha. 

ALÔ, BLOGUEIROS SUJOS E LIMPINHOS! ENTREM NA MINHA CAMPANHA POR “CPI DOS BLOGS JÁ”! CHEGOU A HORA DE SABER QUEM PAGA QUEM E POR QUÊ!

Reinaldo Azevedo

Quero aqui hoje dar início a uma campanha nacional. E espero contar com a adesão de todos os blogueiros de esquerda — ou que, vá lá, se tornaram de esquerda depois que o PT chegou ao poder, já que alguns deles, no passado, têm relevantes serviços prestados à extrema direita. Vamos ver.

Leio na Folha que “O diretório estadual do PT, em São Paulo, vai entrar com representação no Ministério Público pedindo investigação sobre os pagamentos mensais efetuados há dois anos pelo governo Geraldo Alckmin (PSDB), por prestação de serviços de comunicação, à empresa de um blogueiro antipetista”. 

O jornal vai adiante: “Reportagem da Folha publicada no último sábado mostra que a Appendix Consultoria, contratada como prestadora de serviços de comunicação para a Secretaria de Estado da Cultura, criada pelo advogado e blogueiro Fernando Gouveia há dois anos, recebe dos cofres estaduais R$ 70 mil por mês para atualizar o portal e os perfis da secretaria nas redes sociais. Gouveia, que usa o pseudônimo Gravataí Merengue na internet, se apresenta como “CEO”, ou executivo principal, do site Implicante”.

Muito bem! Chegou na hora de a gente botar os pingos nos is dessa história. Blogueiros de todas as tendências, unamo-nos em favor da transparência!
Alô, senhores deputados!
Alô, senhores senadores!
Alô, ministro Edinho Silva!
Alô, presidente Dilma Rousseff!
Alô, prefeitos, governadores!
Chegou a hora de fazer uma CPI do Financiamento dos Blogs! Vamos ver quem paga quem! Vamos ver de onde vem a renda dos blogueiros “progressistas”, “reacionários”; “petistas”, “antipetistas”… FAÇAMOS ISSO EM ESCALA FEDERAL, ESTADUAL E MUNICIPAL.
QUEM TOPA A MINHA PROPOSTA?

Eu quero saber quanto a Petrobras deu a blogueiros nos últimos 12 anos.

Eu quero saber quanto o Banco do Brasil deu a blogueiros nos últimos 12 anos.

Eu quero saber quanto a Caixa Econômica Federal deu a blogueiros nos últimos 12 anos.

EU QUERO SABER QUANTO O BNDES ANDOU EMPRESTANDO A UM BLOGUEIRO, EM DINHEIRO VIVO, NOS ÚLTIMOS 12 ANOS.

Alô, blogueiros limpos e sujos! Vocês topam entrar em defesa de uma CPI dos Blogs? Vamos tentar entender como funciona essa máquina?

Eu quero saber os critérios usados pela Secom e pelas estatais para distribuir verba publicitária. É por número de leitores? É por trânsito? É por internautas? É por influência?

O PT quer investigar a Appendix Consultoria e o blogueiro Fernando Gouveia? Que se investigue! Mas por que só ele? 
E QUE SE NOTE: NÃO ESTOU PROPONDO QUE SE INVESTIGUE TODO MUNDO PARA QUE NÃO SE INVESTIGUE NINGUÉM. A PROPOSTA É PARA VALER.

Os petistas e esquerdistas aceitam essa minha proposta? Não? Por que não? Então que os tucanos e oposicionistas no geral comecem a recolher assinaturas em favor de uma CPI dos Blogs. Há valentes que se disfarçam de jornalistas que estão na lista de pagamento de Alberto Youssef e de outros envolvidos na Operação Lava Jato. Pronto! FORNEÇO AQUI ATÉ O FATO DETERMINADO. 

Querem outro? Financiamento do BNDES a blogueiro. Com que propósito?

COVARDES PROPÕEM INVESTIGAR SÓ O BLOGUEIRO FERNANDO GOUVEIA. CORAJOSOS PROPÕEM INVESTIGAR TODAS AS FONTES PÚBLICAS DE FINANCIAMENTO DE TODOS OS BLOGUEIROS, NÃO IMPORTA A SUA TENDÊNCIA.

Alô, deputado Eduardo Cunha, presidente da Câmara! O senhor tem feito, até agora, no comando da Casa, um bom trabalho. Preste mais esse serviço à transparência! Aliás, o senhor é um dos alvos preferidos de alguns blogueiros financiados por estatais. Vamos nessa?

Aguardo a adesão de blogueiros sujos e limpinhos à minha proposta. Por uma CPI do Financiamento Público de Blogs já! Não se acovardem, petistas! Conto com vocês!

Ministro Edinho, aguardo seu apoio à minha proposta. Vamos falar sobre mídia técnica, entre outros assuntos.
Luciano Coutinho, presidente do BNDES! Vamos explicar ao povo por que um blogueiro merece receber empréstimo de um banco de fomento, as condições em que o dinheiro foi dado e a forma de pagamento.

Senhores comandantes da CEF, do Banco do Brasil e da Petrobras! Deixem claro ao povo brasileiro o critério que bancos e empresas públicas usam para distribuir um dinheiro que é do… público!

Está feita a proposta! Tenho a certeza de que blogueiros de todas as tendências apoiarão a sugestão. Afinal, eles são todos muito corajosos.

quinta-feira, 23 de abril de 2015

Quem tem medo das teses da militância petista?


Ganhou notoriedade maior este ano o Caderno de Teses do PT, produzido para o V  Congresso do partido que acontece em junho, em Salvador (BA). Em parte por causa da oposição ao petismo que anda divulgando-o como uma espécie de prova de que eles querem mesmo transformar nosso país numa imensa Cuba, passando antes pelas agruras em que vive hoje a Venezuela. 

Mas a notoriedade é motivada também pelo imenso folclore que o documento contém e que, num primeiro momento, assusta, mas depois vira humor, tamanho os absurdos, as mentiras, as análises enviesadas da realidade, enfim, toda a prosopopeia que a velha esquerda insiste em usar em detrimento da realidade. 

Quase tudo é escrito como se o  capitalismo fosse o maior dos males e o socialismo não só o “bem” como fosse inevitável, como um natural progresso da humanidade.  Não escrevem, claro que o socialismo não deu certo e que, nos países que realmente contam no concerto mundial, é carta fora do baralho, é passado de terror que, quem viveu, jamais quer viver de novo.

Em primeiro lugar, que fique claro, teses como essas são produzidas amiúde pelos grupelhos de esquerda que coabitam o PT, combatem o capitalismo e querem porque querem uma ditadura do proletariado para chamarem de sua. Não serão colocadas em prática a não ser que um grupelho desses consiga vencer a eleição interna do partido, dominar o diretório nacional e, depois, vencer as eleições presidenciais do Brasil. Ou dando um golpe que resulte numa tomada à força do poder e instale aqui uma ditadura socialista, depois de eliminar uns 20 ou 30 milhões de possíveis opositores. Eliminar à bala, como fizeram outras ditaduras do tipo.

Mas antes que isso aconteça, talvez o socialismo já tenha virado peça de museu, de estudos curiosos, para saber como populações inteiras se deixaram levar por vãs promessas de paraísos terrenos e sofreram tanto e por tanto tempo na mão de tiranos.

Detalhe: não há, nesse caderno que circula por aí (não sei se ele está completo) tese da corrente majoritária do PT, a Construindo um Novo Brasil (CNB). É a que comanda o partido e à qual pertencem Lula e Zé Dirceu.

Isso posto, vamos ao caderno de teses. Uma das poucas visões corretas de todo o caderno (são 165 páginas), deve ser o título dado à sua tese pela tendência Articulação de Esquerda: “Um partido para os tempos de guerra”. Considero o título correto porque, depois de 12 anos no poder, mais de 70% da população brasileira não aguenta mais o PT e está em guerra declarada contra ele.

Mas é difícil achar outros “acertos”. O êxito do partido em algumas políticas públicas não passa, nem de raspão, pelo fato de a economia ter sido totalmente mudada na era FHC, criando condições para que, num cenário mundial favorável, o Brasil se sobressaísse mercê seu formidável poderio exportador.

Depois de esquecer o que ocorreu antes e fazer grandes elogios ao governo Lula, a chapa faz uma autocrítica que revela o tom que vai permear o resto da tese: “Mas não fomos capazes de realizar transformações estruturais, que retirassem do grande capital o controle sobre as alavancas fundamentais da economia e da política brasileira”. 

Por aí se vê que o objetivo é estatizar tudo, acabar com o “grande capital” e dominar a economia e a política. Esse parágrafo já depõe contra todo o documento e o que se verá dali pra frente é o velho discurso da esquerda de dominação total e da destruição do capitalismo para se manter no poder. Lixo.

A segunda tese exposta no caderno é da chapa Diálogo e Ação Petista e tem por título “Resgatar petismo no PT!”, assim mesmo, com ponto de exclamação.  A tendência tem uma visão mais imediatista da história atual. 

Diz, logo de cara, que “os dias 13 e 15 de março definiram os dois lados da trincheira.” E que os que foram às ruas no dia 13 “forneceram um ponto de apoio para a resistência popular à ofensiva reacionária”. Ok, não riam. Para essa turminha, o fato de a CUT, o PT e os governos petistas contratarem milhares de pessoas, dando condução grátis, camisetas, bandeiras e faixas e ainda pagando um “cachê” pela participação, se constitui num definidor do movimento de massas de esquerda que ora se vê no Brasil. Esse povo “contratado” é o ponto de apoio deles. Os outros todos que foram às ruas dia 15 de março (e também em 12 de abril), voluntariamente, movidos pela indignação e pela esperança de mudar o Brasil para melhor, não passam paus mandados convocados por empresários, partidos de oposição e pela TV Globo. Eles dizem que até a Federação Paulista de Futebol mudou horários de jogos para promover a manifestação, quando foi exatamente o contrário que ocorreu: a PM pediu para a FPF mudar o horário para a força policial dar conta da segurança de todos.

Quando vejo a leitura que esses socialistas fazem da realidade, percebo porque gente séria não acredita mais neles e muito menos no socialismo. Um regime que nasce de premissas totalmente falsas não vai encontrar amparo na realidade nem adesão dos honestos.

Só para constar: o 32º parágrafo do texto dessa tendência termina com um brado: “Abaixo o Plano Levy”. É pra levar a sério?

A terceira tese do caderno é da chapa Mensagem ao Partido e ela prega um “novo ciclo de mudanças democráticas no país”. O título seria bom desde que as mudanças fossem mesmo “democráticas”. Mas o que a esquerda entende como “democracia” é fim das liberdades, o fim da economia privada, a censura à imprensa e por aí vai.

Para explicitar sua tese, a chapa começa com uma “análise” do cenário internacional, onde, pela enésima vez, o capitalismo vive seus dias de agonia e a esquerda dá sinais fortes de crescimento. Eu lia coisas assim durante a ditadura militar no Brasil, quando era estudante e frequentava alguns núcleos de partidecos de esquerda, clandestinos, claros.

Na análise, para se ter uma ideia mais precisa das baboseiras, a Venezuela, país “que mais se atreveu no caminho da agenda pós-neoliberal” é vítima das “duras pressões do mercado financeiro internacional e da ingerência do governo dos EUA...” Ah, sim, toda a corrupção na Petrobras é atribuída a FHC, que a iniciou. Dilma só a combateu... É muita cara de pau, né?

Depois de 130 parágrafos de mentiras e delírios socializantes da Mensagem ao Partido, começa a tese da Militância Socialista. Após teorizar sobre socialismo e o que é ser socialista, a crise do capitalismo vira tema (como sempre, né?), apontando-o como causa de todos os males do mundo. “O capitalismo global está no auge de uma estagnação secular”, afirma a chapa no, coincidentemente acho eu, 13º parágrafo. Como já disse, cansei de ler frases como essa há cerca de 45 anos.

Um detalhe interessante: a II Guerra, para essa tendência, “foi um conflito imperialista” em que “as elites dominantes fascistas ou ‘democráticas’ promoveram a barbárie e deram prova daquilo que a ordem capitalista é capaz.” A União das Repúblicas Socialistas Soviéticas que matou milhões, foi fundamental também para deter Hitler e invadiu países do Leste Europeu, dominando-os e impondo ali ditaduras de esquerda, ficou de fora. Acredite: para eles, só os fascistas e ‘democráticos’ promoveram a barbárie.

Depois de 90 parágrafos da Militância Socialista, surge a tese da chapa O Partido que Muda o Brasil. Como título apenas “Manifesto”. Logo de cara, depois de algumas considerações sobre o que eles consideram o cenário político atual, afirmam, com a maior cara de pau, que Lula e Dilma só venceram no segundo turno suas eleições porque a sociedade brasileira é conservadora e “alguns segmentos nunca esconderam seu desprezo pelos pobres ou pelos nordestinos, nem ocultaram seu racismo, sexismo e homofobia”. Pois é. Para eles, o incentivo ao preconceito é fundamental para a sobrevivência.

A tendência também não consegue entender a crise atual e pergunta: “Como doze anos de tão importante transformação social, econômica e política no país puderam ser desconsiderados em um espaço de tempo tão breve?” Essa é fácil de responder: foram desconsiderados porque não houve transformação alguma social, econômica ou política. Houve só aumento de dinheiro em circulação que proporcionou melhores ganhos e a falsa impressão de desenvolvimento sustentado, pois a política econômica era equivocada. Quando o dinheiro diminuiu, escancarou-se a roubalheira, a corrupção, o péssimo governo e a incompetência em todos os sentidos. Aí, claro, o povo se revoltou.

No vigésimo-sexto parágrafo, está dito que graças à política econômica de Lula, “o Brasil passou da condição de eterno devedor à de credor global”. O mais de 1 trilhão de reais de dívidas interna e externa de hoje desmentem cabalmente essa afirmação. Só a Petrobras tem dívidas que consumiriam quase um terço das reservas cambiais de US$ 350 bilhões citadas nesse parágrafo.

Ah, essa tendência também culpa o passado pela corrupção atual, dizendo que “o PT não pode cair nessa vala comum”. Doze anos de roubalheira, de mensalão e de mais de R$ 6 bilhões surrupiados da Petrobras segundo ao balanço da empresa, e eles dizem que o partido não pode cair nessa vala comum... Deviam pensar em como sair da vala em que estão há muito tempo.

Eles também creem firmemente que Dilma jamais mentiu durante a campanha, recusando totalmente a pecha de “estelionato eleitoral” e atribuindo-a, claro, a FHC em 1998, jamais à “presidenta”. A esquerda continua com a mesma mania que vem desde os tempos de Lênin e Stálin: para ela, mudar a história é apenas uma questão de botar no papel o que eles consideram melhor para o partido.

A próxima tese é da chapa Partido Para Todos e na Luta que, ao que parece, é uma união do Movimento PT, da Tribo, do Socialismo XXI e de independentes. Somados devem dar uns 15 militantes. Mas vamos lá.

Talvez inspirados em Cazuza, o tema da tese é O Tempo Não Para. E, como não poderia deixar de ser, depois de afirmar que a eleição de Dilma reafirmou a esperança mundial, pois “somos fiadores de um importante processo político e econômico em curso no mundo” (!!!), a análise do cenário internacional começa com a velha “crise internacional do capitalismo” que “polarizou ideologicamente o mundo”.  Juro que está escrito isso aí.

Mas eles são sinceros em alguns momentos: “Se antes era possível acusar um grupo ou uma corrente interna do PT por protagonizar as principais distorções que experimentamos no último período, hoje práticas que estão em desacordo com nossa ideologia, e inclusive desvios éticos, atravessam a maioria das tendências, fragilizadas pelo mesmo processo que enfraqueceu as instâncias partidárias.” A autocrítica diz, claramente que a maioria das tendências pratica desvio éticos.  Pois é, eles sabem.

Na análise da última eleição presidencial, a queda de Marina nas pesquisas é atribuída a erros dela. Sobre a infame campanha do PT contra a moça, tanto na propaganda oficial quanto nas redes sociais, nenhuma linha.

Por fim, a chapa afirma que o partido deve retomar a luta social como prioridade de atuação. Não por acaso, no parágrafo anterior, o MST é citado entre os movimentos nos quais o partido deve investir.

A última tendência a botar no papel seus sonhos ditatoriais de esquerda é a da Chapa Virar à Esquerda! Reatar com o Socialismo! (dois pontos de exclamação no nome da chapa deve ser um recorde). Mas, apesar do nome com duas frases, a tese ocupa apenas 34 parágrafos e menos de dez páginas.

Embora pequena, parece que a radicalização aqui bate mais firme. O título da tese não deixa dúvida: “Abaixo a política de austeridade! Anulação das Privatizações! Não Pagamento da Dívida! Fora os Capitalistas do Governo!” Quatro pontos de exclamação para dizer que tudo aquilo que Lula fez questão de se livrar para ser aceito como candidato viável em 2002, essa chapa quer de volta.

Diante disso, qualquer leitura dessa tese vai esbarrar naquele mesmo esbirro das esquerdas de acabar “com tudo isso que aí está” para se construir o “novo mundo possível”.  

Mas eu não poderia deixar de citar uma “descoberta” da chapa: “O aprofundamento da crise econômica do capitalismo é seguido pela crise política de dominação do capitalismo”. Eu sei, já conhecem o tema, né?

E na sequência dessa inédita afirmação, a chapa afirma que “Este é um processo internacional e que no Brasil atinge diretamente o PT, que está na cabeça de um governo que busca a salvação do sistema em decadência”.  Viram só?

Para finalizar, um vaticínio: “Ou esse V Congresso gira essa política, ou o PT seguirá sua autodestruição”.  Então vamos torcer para que o Congresso não “gire” política nenhuma, certo? 

quarta-feira, 22 de abril de 2015

R$ 6,2 BILHÕES PARA A CORRUPÇÃO


Até pra quem tem certeza que o balanço da Petrobras divulgado hoje ainda esconde muita coisa, os números são impressionantes: prejuízos de R$ 21,5 bilhões, perdas de R$ 6,2 bilhões  com a corrupção, perda de valor de ativos de R$ 44,3 bilhões e endividamento R$ 351 bilhões.

Especialistas dizem que a Bolsa dará um veredicto mais preciso sobre o balanço nesta quinta-feira, o que significa que muita gente vai passar a noite esmiuçando o documento.

Mas, com ou sem veredicto de especialistas, podemos dizer que o estrago foi grande, gigantesco, recordista mundial.

Assumir que uma estatal do tamanho da Petrobras, que explora e vende um produto de primeiríssima necessidade, teve um prejuízo de mais de R$ 21 bilhões é um tapa na cara não só dos acionistas da empresa espalhados pelo mundo, mas de todos os brasileiros.

Isso porque não estamos falando de uma empresa privada, com perdas decorrentes de má gestão, da queda do preço dos produtos que comercializa ou de alguma catástrofe natural. Estamos falando de uma empresa cujo comando está nas mãos de um governo que indica seu presidente, os membros das diretorias e a maioria dos conselhos.

Inexperiência? Muito pelo contrário. Desde 2004, o atual governo comanda a Petrobras que, em anos recentes, teve lucros fabulosos. Ou seja, gerenciar a gigante petrolífera não era problema.

O problema foi a corrupção e a ideologia. E disso os governos do PT devem ser responsabilizados totalmente. O esquema que ora se desvenda através da Operação Lava Jato, é resultado de um projeto de poder que visa perpetuar um partido como dono de uma nação e, para tanto, o enriquecimento ilícito dos políticos do próprio PT e de partidos aliados fazia parte desse projeto.

A ideologia atrasada de uma esquerda que já desapareceu no mundo desenvolvido, mas que aqui viceja saltitante, fez com que o governo petista buscasse aliados em ditaduras de esquerda falidas ou à beira da falência, realizando grandes negócios com esses governos, negócios esses que têm em comum o fato de que os cofres públicos brasileiros sempre amargam com um formidável prejuízo.

O PT tenta, de todas as maneiras, afastar Lula e Dilma do escândalo da Petrobras, mas isso é impossível. Pois foi o projeto petista de poder e o modo petista de governar que transformou a corrupção em instituição fazendo com que os cofres públicos bancassem esses crimes todos.

R$ 6,2 bilhões de prejuízos causados por corrupção admitidos num balanço oficial de uma empresa  é a mesma coisa que o prefeito de uma cidade como Campinas passar seis anos seguidos roubando todo o Orçamento, sem pagar um tostão a ninguém, nem o seu próprio salário. É muita coisa até para os padrões brasileiros de roubalheira.

Mas há quem diga que a corrupção no BNDES é maior, ou que na Binacional Itaipu, os donos, governos brasileiro e paraguaio deram-se as mãos para juntos delapidar muito mais do que foi delapidado na Petrobras.


Não sabemos se BNDES e Itaipu, se Eletrobrás e Fundos de Pensão de estatais ainda vão nos surpreender com seus valores decorrentes de uma corrupção maior ainda. O que há hoje são boatos, mas em se tratando de PT, não podemos duvidar totalmente.  O que se tem de concreto é que o governo petista, que sempre fez questão de mandar totalmente na Petrobras, assume hoje que a empresa perdeu R$ 6,2 bilhões por causa da corrupção. Um governo que chega a esse ponto não pode continuar comandando um país. 

Síndrome de Estocolmo?

Fernando Henrique Cardoso parece estar sofrendo da Síndrome de Estocolmo: passou a defender seus algozes ao ser contra o impeachment de Dilma.

Durante os oito anos do seu governo, os petistas gritaram “Fora FHC”, atribuindo a ele toda e qualquer irregularidade que acontecesse no Brasil. Depois, durante os 12 anos seguintes, não pararam um dia sequer de amaldiçoar seu governo, demonizando todas as realizações, desrespeitando a Lei de Responsabilidade Fiscal, chamando-o de corrupto sem ter uma prova sequer da corrupção – pelo contrário, em 12 anos no poder o PT não foi capaz de reabrir um processo que eles dizem terem sido engavetados por um MP suspeito (na verdade eram processos sem uma causa, denúncias vazias,  acusações que o PT inventava e que só podiam ser arquivados mesmo); dizem, até hoje e sem provas que impliquem FHC, que ele comprou a reeleição, mas não dizem que 80% da população eram a favor, bem como todo o Congresso, com exceção do PT. Ou seja, FHC não precisava comprar nada para mudar a lei.

E hoje, ainda com a mesma cara de pau o PT usufrui de tudo que criticou e critica em FHC, das medidas na economia ao instituto da reeleição.

FHC pode ter lá suas razões pra não querer o impeachment, mas deveria saber que é importante demais na luta da oposição para posar de defensor da continuidade do governo mais corrupto da história do Brasil, comandado por um partido que tentou, nos últimos 20 anos (desde a posse em 1995), reduzir a história dos seus mandatos a pó. 

Lamentável

Notícia na Folha de São Paulo de hoje (no Painel) nos informa que Dilma Rousseff hesitou até domingo à noite em assinar o Orçamento de 2015 com o aumento do Fundo Partidário que comento no post anterior. Temia que o aumento fosse usado pela oposição como argumento contrário ao ajuste fiscal que tanta economia necessita para ser realizado. 

Pois um dos argumentos usados para convencê-la a assinar o absurdo aumento foi o de que tanto o PSDB quanto o DEM aprovavam a medida. E ela assinou.

Então ficamos assim: esses partidos são oposição só na hora que eles percebem que podem chegar ao poder. Na hora de gastar de forma absurda o dinheiro dos contribuintes, eles não se diferem de quem criticam. Lamentável. 

Depois os movimentos que estão realizando as gigantescas passeatas pelo Brasil vaiam políticos que tentam delas participar e eles não entendem. Não aceitar esse caminhão de dinheiros roubado dos contribuintes para sustentar partido político seria um bom começo para não ser hostilizado pelo povo na rua.

terça-feira, 21 de abril de 2015

Um país de tolos


Você, caro leitor, acha que, caso o financiamento público seja o único mecanismo permitido para os partidos arrecadarem recursos para as campanhas (além da doação voluntária dos militantes), eles vão recusar se um empresário aparecer no partido com uma mochila com milhares ou milhões de reais dentro dela?

Pois é isso que o PT quer que a gente acredite. Aliás, não é só o PT: há até ministros do STF achando que a corrupção vai acabar se empresário for proibido de dar dinheiro a partido. É difícil aceitar que esses experientes magistrados nem desconfiem que o que os partidos declaram à Justiça Eleitoral é apenas pequena parte do que receberam efetivamente. Eu diria que cerca de um terço do arrecadado é declarado. O resto vai para despesas sem nota fiscal e para enriquecer os caciques de sempre.

Além disso, o Congresso acaba de aplicar mais um golpe no governo, ao quase triplicar as verbas do Fundo Partidário. Golpe porque deixou o governo numa sinuca de bico, tendo em vista a situação de crise atual. O governo precisa economizar R$ 80 bilhões para cumprir compromissos da dívida, mas o Congresso não vê nada demais em passar de R$ 289,5 milhões para R$ 867,5 milhões a verba do Fundo Partidário, que sairá do dinheiro que todos nós pagamos de impostos.

Se Dilma vetasse, contra ela desabaria a ira de todos os deputados e senadores – inclusive do PT que foi o partido que mais pressionou para a verba ser aprovada. Não vetando, como fez, ela se expôs, mais uma vez, a um enorme desgaste junto à opinião pública, pois o ato contradiz, de novo, a necessidade de economizar para tentar controlar a economia que está em vias de desandar.

E por que justo o PT, além de fazer campanha pelo financiamento público também foi o que mais pressionou para o absurdo aumento do Fundo Partidário? Simples: por um lado o partido acaba de declarar oficialmente que não vai mais aceitar doações de empresas e, por outro, ele vai receber a bagatela de R$ 116 milhões do novo e engordado Fundo Partidário.

E, se o financiamento público for aprovado nos moldes que o PT quer, ele vai ficar com a maior parte do bolo sempre que eleger o maior número de deputados.

Enfim, com o financiamento público, tudo que vier de empresas vai virar um enorme caixa 2. E, pior, vamos ter que dar mais uma verba entre R$ 5 e R$ 7 bilhões (o cálculo é do relator do Orçamento Federal de 2015) para pagar a campanha eleitoral de todos os partidos a cada eleição.

Então, o Brasil ficará assim: a maior parte dos políticos (de todos os poderes) rouba o tempo todo os cofres públicos e quando chega a hora de gastar para tentar se eleger, se reeleger ou ajudar o chefe na eleição, nós, os patos, é que vamos cobrir todas as despesas.

O Brasil é um país de tolos mesmo.

segunda-feira, 20 de abril de 2015

A "teletela" do PT


Dá nojo ver a propaganda política do PT na televisão. Enquanto seus dirigentes espalham por aí que “impeachment é desespero das oposições”,  o PT, na maior cara de pau, aparece na TV dizendo um monte de mentiras e usando táticas inventadas por Lenin e outros ditadores no início do século passado.

Uma dessas táticas e sempre ter um inimigo que precisa ser combatido. George Orwell, na sua fantasia ditatorial “1984” demonstrou bem essa tática. Os três grandes países em que o mundo havia se transformado estavam sempre em guerra. E sempre um deles contra os outros dois. Só que a guerra não existia, era só notícia divulgada pelo serviço de imprensa oficial que invadia todos os lares pela “teletela” um equipamento que todos os pequenos apartamentos tinham, que não podia ser desligado nem diminuído o volume e, diziam, funcionava com duas vias: era uma tela de tevê funcionando o tempo todo e era também um olho do Grande Irmão vigiando toda a casa casa. (A foto que ilustra o post é do filme baseado no livro e mostra a teletela dominando o apartamento). 

Na dúvida, a amedrontada população nem pensava em não amar o Grande Irmão. Aliás, foi daí que veio o nome do programa de tevê, Big Brother. A Globo nem se deu ao trabalho de traduzir. O PT, de certa forma, tenta tornar realidade, nos dias de hoje, esse pesadelo.

A “guerra”, como diz a propaganda, é contra “eles”. Quem são “eles”? Isso o PT jamais dirá, deixando a imaginação (e o temor) popular decidir. Diz a peça que “eles” não se conformam com tudo de bom que o PT fez, que “eles” querem destruir o PT e outras mentiras. A criação de um inimigo oculto, quase invisível, porém “poderoso” é uma das mais manjadas artimanhas de ditadores de todos os tempos. Esse energúmeno chamado Maduro, na Venezuela, por exemplo, culpa os EUA até pela incidência de unha encravada nos venezuelanos. Os radicais islâmicos culpam os "infiéis" por toda desgraça que eles próprios causas. E por aí vai.

A “teletela” do PT é a televisão, hoje presente em mais de 90% dos domicílios brasileiros. Essa estrovenga chamada propaganda partidária obrigatória cumpre o dever da audiência maciça, fazendo chegar a todos os ouvidos as frases que, ditas no tom certo e com a exata emoção do locutor, farão os incautos acreditar que “eles” querem mesmo destruir o PT pelo que ele fez de bom.

E o blogueiros sujos (eles mesmo se deram esse apelido, numa perfeita  autocrítica) aliados aos jornalistas petistas que ainda devem ser maioria nas redações, todos mais ou menos pagos a com o dinheiro de estatais (nosso dinheiro, né?) fazem o papel da imprensa chapa branca do genial livro do Orwell, reproduzindo a propaganda e os “mantras” também mentirosos que os especialistas a serviço de uma ideologia que só produziu desumanas ditaduras escrevem para o partido.

Só que o jogo parece estar virando. As últimas pesquisas mostram que quem apoia o governo petista já é minoria (uns 13% segundo o Datafolha) e que Lula, hoje, perderia uma eleição presidencial para Aécio Neves.

Ainda é pouco. O estrago que os dois governos de Lula e o de Dilma fizeram no Brasil vai levar muito tempo para ser superado. E quanto mais os petistas continuarem no poder, mais tempo o país levará para se recuperar. É, portanto, imprescindível que o Brasil se livre o quanto antes do governo petista. 

Por que defendo o impeachment


A semana começa e nada indica que a crise caminha para um desfecho melhor para o país. Tenho defendido a saída do PT do poder, seja por impeachment, seja por julgamento do STF, seja por renúncia ou qualquer outra via legal, constitucional. Tenho rebatido quem fala em golpe militar (nem pensar!!!) ou a tal intervenção militar que tem aspecto legal, mas não tem garantia alguma de que, depois, viraria golpe. E tirar alguém do poder pela força das armas seria confessar nossa incapacidade civil de resolver nossos problemas políticos. Rebato dizendo que há mecanismos legais menos 
traumáticos para nos livrarmos desse governo que está desgraçando o Brasil.

Com um governo terceirizado – economia nas mãos de um liberal tomando medidas que o próprio PT contesta; coordenação política nas mãos do presidente do PMDB, o primeiro interessado num impeachment; movimentos levando milhões às ruas pedindo a saída do PT do poder; inflação voltando e não dando sinais de arrefecimento; desemprego comendo solto; modernização das relações trabalhistas barradas por retrógrados partidos de esquerda e suas soviéticas centrais sindicais; e um mar gigantesco de corrupção que cresce a cada dia, a cada delação premiada. Tudo isso provando que esse governo – e esse partido – não tem mais a mínima condição de continuar à frente de um país cujo orçamento já passa da casa do trilhão de reais.

E é nesse cenário, de total ingovernabilidade, que surge o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso se colocando contra qualquer processo de impeachment. Sempre admirei FHC e continuo considerando-o o melhor presidente que o Brasil já teve.  A campanha que o PT fez e faz para destruir a bendita herança por ele deixada é a maior prova da qualidade de seu governo.  Mas nessa questão ouso dizer que FHC está pisando na bola.

Até entendo que a preservação dos ritos eleitorais, com governos sendo eleitos e tomando posse sem qualquer interrupção, é um dos maiores pilares da democracia. E FHC sempre quis preservar a democracia e jamais escondeu sua alegria em terminar seu governo e entregá-lo a um presidente eleito, mesmo que esse eleito fosse o líder da oposição ao seu governo.

Dizer, como ele disse, que impeachment não deve ser uma tese e que são necessários fatos que comprovem a improbidade ou qualquer outro crime para que o processo seja instaurado, demonstra, ele que me desculpe, que nosso grande sociólogo não está acompanhando de perto o governo petista. Uma amiga postou no Facebook reportagem com FHC contra o impeachment.  Comentei, contestando  a opinião de FHC, afirmando que Dilma cometeu crimes sim, pois foi beneficiada com a corrupção, já que  políticos foram comprados para dar apoio ao governo dela, como já havia ocorrido com Lula; usou a máquina pública na eleição e reeleição; teve caixa 2 já confessado por empresários; seu partido recebeu dinheiro do exterior durante a campanha, o que é proibido por lei e realizou as "pedaladas fiscais”, crime previsto na Lei da Responsabilidade Fiscal.

Pois um amigo dessa amiga, que não conheço, também comentou o post, discordando de FHC e afirmando que “a crise que hoje vivemos (inflação e desemprego) é a prova de que houve desrespeito à Lei das Diretrizes Orçamentárias, elaborada exatamente para que o executivo se mantivesse dentro do orçamento por ele proposto e aprovado pelo Congresso. Isso sem falar em Petrolão, em uso da máquina pública, mentiras da campanha e por aí vai...”

Vejam só, em apenas duas cabeças, seis motivos para que se instaure um processo de impeachment, como está previsto na Constituição. Será que FHC não viu nenhum deles? Acho difícil e não entendo como uma pessoa esclarecida como ele pode defender a continuidade de um governo que se tornou totalmente ilegítimo ao mentir descaradamente durante a campanha, ao não cumprir leis básicas para manter a economia estável, ao mudar uma lei para não ser acusada de crime de responsabilidade e ao patrocinar ou, no mínimo, ser conivente com uma corrupção como jamais se viu no Brasil e, arrisco dizer, no mundo, tamanho o volume da roubalheira só na Petrobras.

Por isso tudo, e por tornar o Brasil um país dilacerado ao tentar impor uma ideologia de esquerda, por fazer alianças com ditadores e governantes que tratam a oposição a tiros, por defender governos autoritários e antidemocráticos, por tentar se perpetuar no poder comprando votos com programas sociais, e por muito mais, é que defendo o impeachment.

A saída do PT do poder é o primeiro passo para que o Brasil retome o caminho da decência – mesmo que Michel Temer seja seu sucessor – e do desenvolvimento, já que as medidas que Levy vem tomando serão inócuas se o mundo não voltar a confiar no governo brasileiro. E no governo petista, até petistas já não confiam mais.