quinta-feira, 9 de abril de 2015

Um patético tesoureiro

Fim do patético depoimento do tesoureiro do PT, João Vaccari, na CPI do Petrolão. Repetiu ad nauseam que é inocente e que os termos das delações premiadas sobre ele são mentirosos.  Fica a cara de pau que os advogados mandaram que ele representasse. Se Vaccari disse a verdade, veja só, todos os depoimentos das delações premiadas, dos diretores e gerente da Petrobras e dos empresários que até agora aceitaram o acordo, são mentirosos. Só que se eles estiverem mentindo vão perder a regalia da diminuição da pena. Só para se ter uma ideia da troca que fizeram, ao contar o que sabem e, com isso ajudar na investigação para que se chegue aos culpados, há penas previstas de cerca de 40, 50 até 100 anos  que poderão ser trocadas por 2 anos em regime aberto.

Ora, o que os delatores disseram tem que ser provado e acho que ninguém iria arriscar dizer algo que não possa ser provado. O castigo é muito duro.

Então, a conclusão óbvia que se chega é que Vaccari, apoiado na decisão do STF de que ele, depondo como acusado, poderia mentir ou omitir pra se proteger, realizou essa patético depoimento, onde apenas revelou que esteve “uma única vez” no escritório do doleiro Alberto Youssef, “e ele não estava lá”. Só que, disse Vaccari, recebeu um telefone de Youssef para ir ao escritório dele. Foi e ele não estava lá...

Mas, vejam vocês, só essa confissão para um depoimento de quase oito horas, já é bastante complicadora, pois um deputado perguntou o que o tesoureiro do PT iria conversar com um doleiro que já tinha sido preso e contra ele pesavam várias acusações de lavagem de dinheiro e evasão de divisas. Vaccari não respondeu, claro, mas ficou a confissão para o MP do Paraná aproveitar.

De resto, os ratos no início da sessão espalhados por um funcionário da 2ª vice-presidência da Câmara, cujo titular é do PR do Paraná, deram um tom cômico ao dia. Mas não se sabe se o protesto do servidor (que não é concursado e foi demitido rapidinho) foi contra todos que estavam no plenário, contra o depoente (acusado de roubar a Petrobras) ou contra a roubalheira geral que o PT instituiu no Brasil.

Ficaram, de toda a sessão, a atuação de Carlos Sampaio(PSDB) que inquiriu Vaccari melhor que qualquer outro deputado, colocando-o na parede e terminando sua participação com uma frase que já está correndo as redes sociais: “O senhor está pronto para ser preso e o PT pronto para ser extinto” e a de Onyx Lorenzoni (DEM) que, sem fazer qualquer pergunta, discursou de modo veemente e arrasador contra o tesoureiro e os desmandos do PT na Petrobras.

Já quase no fim, a deputada Mariana Carvalho (PSDB), depois de ouvir a mesma resposta para todas as perguntas que fez, já estava encerrando sua participação, quando Vaccari lhe pediu para responder algo que ela havia perguntado e que ele não havia respondido. Ela retrucou: “Não precisa não. O senhor não respondeu nada até agora, não vai responder de novo, então não me interessa mais o que o senhor vai dizer.” Foi aplaudida. 

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