Uma sexta-feira nada santa para os petistas. Que me perdoem os religiosos, mas estou falando de política,
cujo calendário não pede licença pra ninguém para expor seus horrores.
Do balaio de gato em que se transformou a corrupção no
governo Lula e continuou no governo Dilma, agigantando-se a ponto de
influenciar até no balanço de uma das maiores empresas do mundo, a sexta-feira
apresentou algumas “novidades” (está entre aspas porque são fatos quase de
domínio público, mas não de todo provados e, portanto, sem um o peso jurídico
que deverão ter em breve, assim que mais provas surgirem) que aproximam os
escândalos da cúpula do poder que, nos últimos 12 anos, 3 meses e 3 dias usou e
abusou da sacanagem e da impunidade para se enriquecer, enriquecer seus
cúmplices, se manter no poder e arrasar com a economia de um país que se
preparava para entrar no seleto grupo dos grandes do mundo. Não entrou, e vai demorar
para se recuperar, tamanho o estrago que
a quadrilha petista causou nas contas públicas e na moral do povo brasileiro.
A primeira notícia que li nesta “bloody Friday” foi a
constatação de que Erenice Guerra, a dileta amiga e assessora da então chefe da
Casa Civil, Dilma Rousseff, está implicada até o pescoço na formação da
quadrilha que se apossou do Conselho
Administrativo de Recursos Fiscais, o CARF, espécie de tribunal da Receita
Federal que julgava as multas impostas aos sonegadores.
A “absolvição” de grandes empresas que deviam milhões e milhões
ao Fisco era negociada pela quadrilha formada por gente indicada por Erenice
Guerra, conforme se constatou em e-mails que a amiga da Dilma trocou com seu
irmão. Se ela for presa, vai jurar que Dilma não sabia de nada...
Outra bomba da sexta-feira foi a notícia de que não foram R$
29 milhões que o chefe da quadrilha da Mensalão, José Dirceu ganhou em cerca de
seis anos de “serviços prestados” a
grandes empreiteiras que tinham negócios com o governo petista. Foram R$ 39
milhões, pois suas concorridas “consultorias” ultrapassaram os limites do
Brasil e chegaram a países como Cuba, Venezuela e Bolívia, onde, não por
coincidência, os governos impõem ao povo um socialismo completo ou embrionário,
em forma de ditaduras que se sustentam à base da violência contra a oposição,
da censura, da fraude eleitoral, enfim, do terror. Nesse terreno, Zé Dirceu se
sente em casa para “abrir portas” para empreiteiras e receber delas milionários
pagamentos pelos favores prestados.
Mas a sexta-feira continuou pródiga em estragar a Páscoa de
muitos “companheiros” que sempre acharam que a impunidade era eterna e o roubo
dos cofres públicos poderia continuar sendo praticado à luz do dia ou da noite.
Pois não é que a outrora governista revista Isto É apareceu
com um documento de 17 de agosto de 2006, com a assinatura de Dilma Rousseff,
então chefe da Casa Civil e presidente do Conselho da Petrobras, documento esse
que autoriza a contratação para a montagem do Estaleiro Rio Grande. Trata-se da
obra que, segundo a Operação Lava Jato, permitiu um desvio de R$ 100 milhões
para o PT. A outra assinatura que aparece no documento é de Renato Duque.
Leiam o que a própria revista publicou: “O documento será entregue aos procuradores por um ex-funcionário da
Petrobras que resolveu colaborar com as investigações, desde que sua identidade
seja preservada. Ele atua há 30 anos no setor de petróleo e durante 20 anos
trabalhou na Petrobras. Além do contrato, essa nova testemunha vai revelar aos
procuradores que desde a sua implementação o Estaleiro vem sendo usado para
desviar recursos púbicos e favorecer empresas privadas a pedido do PT. Na
semana passada, a testemunha antecipou à ISTOÉ tudo o que pretende contar ao
Ministério Público. Disse que o contrato para a implementação do Estaleiro é
fruto de uma “licitação fraudulenta, direcionada a pedido da cúpula do PT para
favorecer a WTorre Engenharia”. Afirmou que, depois de assinado o contrato,
servidores da Petrobras “foram pressionados a aprovar uma sucessão de aditivos
irregulares e a endossarem prestações de contas sem nenhuma comprovação ou
visivelmente superfaturadas”. Um mecanismo que teria lesado a estatal em mais
de R$ 500 milhões.”
E a sexta-feira cheia de notícias ruins para o PT se completa
com a Revista Época que traz reportagem sobre ações do “capo de tutti capi”
como “consultor” ou “lobista” para a Odebrecht na Venezuela, quando seu dileto
amigo e ditador Hugo Chávez que, para o bem de todos, já não está no mundo dos
vivos, mandava e desmandava no país.
Vamos ao que nos informa a Época: “Foi no fio do bigode, com a informalidade que marcou alguns negócios
do Brasil com a Venezuela de Hugo Chávez. Em 26 de maio de 2009, o presidente Luiz
Inácio Lula da Silva chegou ao subsolo do hotel Pestana, na orla de Salvador,
para encontrar o líder venezuelano. Conversa vai, conversa vem, os companheiros
acertaram que o BNDES desembolsaria US$ 747 milhões para
financiar a construção de linhas do metrô de Caracas, na Venezuela.
Combinou-se que a obra seria tocada pela construtora baiana Odebrecht.
Seis anos depois (e dois anos após a morte de Chávez), surgem indícios de irregularidades na operação, escondidas na quase impenetrável opacidade dos financiamentos do
BNDES no exterior. Documentos reservados do Tribunal de Contas da União,
obtidos por ÉPOCA, revelam que a construtora e o governo venezuelano receberam
do banco mais dinheiro do que precisavam para executar as obras, sem
apresentar as garantias necessárias para cobrir o risco do calote.
A operação de crédito
orquestrada por Lula e Chávez levanta duas suspeitas principais. A primeira tem
a ver com a aprovação do empréstimo do BNDES. Para liberar os US$ 747 milhões,
o banco ignorou suas regras e abriu exceções camaradas: dispensou a exigência
de garantias por parte da Odebrecht e assumiu o risco de calote acima
dos limites estabelecidos em sua própria resolução. O segundo indício de
irregularidade detectado pelo TCU se relaciona à “incompatibilidade entre os
avanços físicos e financeiros do projeto”. Em outras palavras, o BNDES mandou
dinheiro para as obras da Odebrecht mesmo quando elas não avançavam conforme o
combinado. Assim, produziram-se saldos em dólares no exterior, embolsados pelo
governo venezuelano e repassados à empreiteira para executar obras. Segundo
cálculos do TCU, cerca de US$ 201 milhões foram “antecipados sem
justificativa na regular evolução da obra” da linha Los Teques, o mais
caro dos projetos. Entre janeiro e abril de 2010, a Odebrecht só havia gastado
8,15% do valor total do empreendimento. Mesmo assim, recebeu centenas de
milhões de dólares do cofre do BNDES, via governo da Venezuela.”
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