A reportagem abaixo é da revista Veja e foi atualizada às 16h45.
A comitiva
de senadores de oposição do Brasil foi cercada por manifestantes em Caracas e,
segundo o senador Ronaldo Caiado (DEM), o ônibus foi apedrejado. A comitiva
estava a caminho do presídio onde tentariam visitar Leopoldo López, preso político do governo venezuelano
comandado por Nicolás Maduro.
Os manifestantes aproveitaram o trânsito
engarrafado para cercar o ônibus em que estava os senadores com os gritos de
guerra "Chávez não morreu, se multiplicou" e "Fora, fora".
Em seu Twitter oficial, o senador Aécio Neves (PSDB) escreveu: "Estamos em
Caracas, sitiados em uma via pública. Nossa van foi atacada por
manifestantes". A comitiva estava acompanhada de batedores da Polícia
Militar da Venezuela.
Com
o trânsito travado devido "a obras de manutenção", o ônibus com os
senadores brasileiros teve de retornar ao aeroporto, mas o terminal onde está o
avião da FAB que os aguarda foi fechado. Enquanto o terminal não abre eles
aguardam dentro do ônibus. Além de Aécio e Caiado, a comitiva é composta pelos
senadores Aloizio Nunes (PSDB), Cássio Cunha Lima (PSDB), Ronaldo Caiado (DEM),
Agripino Maia (DEM), Ricardo Ferraço (PMDB) e Sérgio Petecão (PSD).
A
ex-deputada venezuelana oposicionista Maria Corina Machado, cassada pelo
Parlamento chavista, também acompanha os senadores brasileiros. Os
manifestantes deram tapas na lataria do ônibus, que também transporta esposas
dos políticos opositores venezuelanos presos.
Segundo
o senador Cássio Cunha Lima, logo após desembarcarem em Caracas, ao ingressarem
no ônibus, batedores tentaram conduzir o grupo diretamente para o presídio,
impedindo desta forma que os parlamentares fossem recebidos pelas esposas dos
políticos presos e pela imprensa que aguardava o grupo no saguão do aeroporto.
Ainda segundo Cássio Cunha Lima, ao deixarem a aeronave, eles foram filmados
pelos militares. "Tivemos que furar o cerco dos batedores venezuelanos
para podermos nos encontrar com as esposas", disse.
Na
chegada, Aécio Neves ressaltou que as manifestações não só da região, mas de
representantes de entidades de outras partes do mundo, podem
"sensibilizar" as autoridades venezuelanas para marcar eleições
livres e libertar os presos políticos. Há expectativa de que representantes do
Parlamento europeu desembarquem nas próximas semanas em Caracas em defesa da
libertação dos presos políticos.
A visita dos parlamentares brasileiros à
Venezuela foi considerada pela deputada Maria Corina Machado, "um gesto
histórico". "O governo da Venezuela não quer que o mundo conheça a
nossa realidade de perseguição da imprensa e separação dos poderes",
disse.
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