segunda-feira, 15 de junho de 2015

Bola fora de Alckmin

No fim de semana foi lançada, por alguns correligionários de peso, a candidatura de Geraldo Alckmin (PSDB) a presidente da República em 2018. Nem precisa ser mineiro pra dizer que é muito cedo pra qualquer lançamento desse tipo. Geralmente, esse tipo de estratégia” é lançada pelos adversários com um objetivo explícito: queimar a candidatura, pois seus adversários terão muito mais tempo para elaborar desgastes, bem como, no governo e como governador do maior Estado do Brasil, o candidato terá muito mais flancos abertos para serem explorados pelos inimigos. O lado bom é um só: se Alckmin não errar até se desincompatibilizar para fazer campanha, será forte candidato.

Mas não errar em tanto tempo é muito difícil. E a prova da dificuldade já está hoje nos jornais. O Ministério Público Estadual conseguiu reunir indícios para sustentar a reabertura de processo criminal contra Gabriel Chalita, ex-secretário de Educação de Alckmin e atualmente no mesmo cargo, só que municipal, no governo de Fernando Haddad (PT). Chalita é investigado por crimes de formação de quadrilha, lavagem de dinheiro, peculato, corrupção ativa e passiva, e fraude a licitação.

Pois não é que Alckmin saiu em defesa do seu ex-secretário, afirmando que tem plena confiança nele? Ora, Chalita já deu inúmeras provas de que não é alguém em que se pode depositar confiança. Teve gestão marcada por comportamento estranho e acusações várias de irregularidades. Se a acusação fosse, por exemplo,apenas por fraude em licitação, alguém poderia argumentar que se trata de algum problema administrativo que será resolvido etc. e tal. Mas é muito difícil para um órgão como o MPE estar totalmente enganado quando reúne provas, ou pelo menos fortes indícios, suficientes para reabrir uma investigação de formação de quadrilha, lavagem de dinheiro, peculato, corrupção ativa e passiva, além da fraude em licitação.

Alckmin, com toda sua experiência e tendo em vista seus interesses políticos futuros, não poderia sair em defesa de alguém tão suspeito. E, pior: uniu-se, na defesa de seu ex-secretário, a um inimigo mortal do PSDB, o PT, já que Chalita agora é membro do governo de Fernando Haddad que, claro, também está defendendo seu secretário de Educação.

Enfim, se é mesmo pra valer esse lançamento de candidatura a presidente, Alckmin perdeu uma boa chance de mostrar que quer distância de gente suspeita de tantos crimes.

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