terça-feira, 2 de junho de 2015

Por que devemos ficar desarmados?

Eu sou contra o desarmamento, sempre fui, por isso publico aqui o texto abaixo de Alexandre Karamazov. Todo cidadão deve ter o direito de se defender em situações extremas.

A farsa do desarmamento no Brasil

Alexandre Karamazov

Em editorial publicado ontem, o jornal O Globo mentiu sobre o desarmamento. A ignorância sobre o assunto não surpreende, quando vinda de um cidadão desinformado ou de algum articulista de esquerda, mas um editorial tão infantil, despreparado e sem embasamento de um jornal com grande circulação conseguiu me chocar, algo difícil nos dias surrealistas em que vivemos, com o título cômico de “Princípio indiscutível”. 

Em dado momento, há esta pérola: “É inquestionável, portanto, que a guerra contra a violência passa, necessariamente, pela providência de desarmar a sociedade” — é de embrulhar o estômago. Não poderia haver algo mais mentiroso, ingênuo e contraditório.

O autor, ou autores, do editorial deveriam ler o livro de Benê Barbosa e Flavio Quintela: “Mentiram para mim sobre o desarmamento”, e reescrever outro artigo se desculpando pelo vexame e desinformação. Para completar o cenário, na parte “Outra opinião”, que, em tese, deveria ter um contraponto, há um autor defendendo o porte de spray de pimenta para a Guarda Municipal. 

Enquanto à esquerda, literalmente, havia um texto destruindo a luta de quem quer o direito de comprar uma arma de fogo pra se defender, na direita, havia o corajoso defensor do spray de pimenta, que, não duvido nada, deve ter imaginado que o assunto era somente este e escreveu focando nisso ou houve um mal entendido, porque não é possível tamanha ingenuidade.

Aproveito e entro num tema que me é muito importante, inclusive na esfera pessoal, onde luto para conseguir comprar minha arma de fogo legalmente. O cidadão honesto tem dois caminhos, de forma resumida, para conseguir sua arma: via Polícia Federal, alegando uma “necessidade” para a arma, e isso se dá por determinadas profissões e situações específicas; ou pelo Exército (meu caso), via CR (Certificado de Registro) nas categorias Atirador, Caçador ou Colecionador. Para segurar uma arma de fogo, é preciso fazer o psicotécnico, que é longo e caro (aproximadamente R$ 200,00), e fazer uma prova teórica e prática (igualmente caras).

Depois disso, você está apto a praticar em Clubes de Tiro, que são escassos e, não raro, estão caindo aos pedaços. Somente para poder acessar o site do Exército e solicitar o seu documento, é preciso ir pessoalmente no quartel e entregar uma parte da documentação. Depois, você consegue logar no site e visualizar os novos documentos requeridos. Fotos do prédio/casa, documentações negativas em todas as esferas (mais burocracia e dinheiro para o Estado, já que é necessário uma peregrinação nos cartórios), um cofre pra guardar a arma (sim, você precisa comprar um cofre sem saber se terá direito a arma), segurança comprovada via foto no prédio, na porta do apartamento, e nada disso tem explicação no site, é preciso ir no erro e acerto, o que consome tempo e, claro, dinheiro, porque também é obrigatório estar associado a um clube de tiro, praticar (praticar como se não temos arma? Brasil, zil, zil!), fazer provas de 3 em 3 meses, e mais uma série absurda de documentações que, certamente, ainda tiram o tempo dos militares obrigados a conferir tais papeladas e participar deste circo montado e gerido pelo Governo Federal.

O processo kafkiano acima é para um contribuinte que deseja ter um simples revólver em casa para se defender. Os que defendem o desarmamento, em especial os políticos de esquerda, tem seguranças armados 24hs por dia, pagos por nós, é claro. No país do desarmamento, são quase 60 mil assassinatos por ano. Ainda neste país lúdico do desarmamento, os governantes sempre souberam que os criminosos não entregariam suas armas e que as mesmas vêm por contrabando, inclusive as fabricadas no Brasil, que vão pro exterior e voltam ilegalmente, como apontado por qualquer estudioso sério no assunto.

Há pouco tempo, após o esfaqueamento do ciclista na Lagoa, no Rio de Janeiro, surgiram piadas pela campanha do ‘desfaqueamento‘, o que, inacreditavelmente, virou proposta real no Congresso, com apoio de petistas e pessedebistas, num enredo quixotesco (já adianto que não entregarei ao governo meu conjunto de talheres comprados na Casa & Vídeo). O que é piada para eles, o que é discurso fácil para jornalistas que não se aprofundam com isenção no assunto, é morte para o contribuinte, que sustenta todos estes parlamentares e membros do Executivo.

O político privar o cidadão da liberdade de ter um instrumento de defesa pessoal é dizer a ele: “Você me paga, paga meu 15º salário, paga a mesada da minha amante, paga meu implante de cabelo, minhas cabeças de gado, minhas viagens ao exterior e meus seguranças, mas eu não deixo você ter o básico para tentar se defender numa situação extrema”.

Em 2006, votamos no plebiscito sobre o assunto e o Brasil decidiu que não seria favorável à proibição de venda de armas de fogo no país. Nem desta forma fomos respeitados. O que se viu foi uma campanha maciça pró-desarmamento, encabeçado pelo PT, evidentemente, paga, adivinhe! com nosso dinheiro, e que não resultou em absolutamente nada. 

Somente mais assassinatos, mais certeza para os criminosos de um crime bem sucedido e tranquilo, garantias aos invasores de terra de que nada lhes acontecerá, porque são intocáveis, mais controle do governo num assunto que diz respeito tão e somente aos cidadãos, e a lavagem cerebral em parte da população brasileira que associa arma de fogo à violência, guerra, ódio, crimes, etc.

Enquanto nos EUA, país com o maior número de armas de fogo do mundo, os índices silenciam qualquer argumentação pró-desarmamento, principalmente nos lugares onde a cultura da arma de fogo está enraizada, desmistificando ainda mais a lógica de ‘mais armas, mais violência’.

Para o pífio argumento de que liberando-se as armas a violência aumentará, é sempre bom lembrar o óbvio: quando alguém deseja matar o próximo, ele o fará. Seja com as famosas facas Tramontina, um martelo, uma furadeira, uma espada ou até uma inocente bola de vidro que ornamenta a mesinha de centro. 

A arma de fogo é um instrumento, não um ator principal. A arma de fogo é a certeza de que um povo, em condições extremas, jamais será subjugado por seus governantes. A arma de fogo é uma escolha que permite ao cidadão defender ou tentar defender a sua família contra a violência criada, incentivada e mantida pelos governos populistas de nosso país. Se a Suíça, com seus indicadores econômicos, de criminalidade e de educação, permite aos seus cidadãos o acesso às armas, porque o Brasil, nos últimos lugares em todos os rankings internacionais confiáveis, haveria de ceifar tal direito?

Para mais dados, números, argumentos, relatos e histórias compre o livro “Mentiram para mim sobre o desarmamento”.

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