Essa é a “pátria educadora” que a Dilma prometeu na
campanha? Eu não me surpreendo porque aprendi que promessa de petista é
campanha é bravata, é balela, é mentira. A reportagem é do jornal O Estado de
S. Paulo
Governo corta 47% dos investimentos previstos para as
federais
Victor Vieira - 20 Junho 2015
Obras e compras de materiais vão perder R$ 1,2 bilhão dos R$
2,59 bilhões reservados para as 63 instituições de ensino neste ano
São Paulo - O Ministério da Educação (MEC) cortou em 47% os
investimentos nas 63 universidades federais do País em 2015. Esses recursos são
usados em obras, além da compra de computadores e móveis, por exemplo. A medida
faz parte do ajuste de contas feito pelo governo federal desde o início do ano.
Segundo gestores de universidades ouvidos pelo Estado, a redução será de cerca
de R$ 1,2 bilhão.
No Orçamento de 2015, a previsão era de R$ 2,59 bilhões para
investimentos, segundo cálculos dos gestores. Agora, o limite para gastos nessa
categoria é de R$ 1,34 bilhão. A assessoria de imprensa do MEC disse que o
limite das despesas de investimento neste ano seria 73% do que foi reservado
pelo governo para gastos (empenhado) em 2014, mas não detalhou cifras.
O secretário de Educação Superior da pasta, Jesualdo Farias,
confirmou o corte de 47% ao Estado. “Vamos trabalhar, primeiro, para que todas
as obras que estão sendo realizadas sejam concluídas”, disse. “E com a
perspectiva de adiar novas obras, de forma que não comprometa cursos que estão
em funcionamento.”
Segundo Farias, serão feitas nas próximas semanas reuniões
com cada um dos dirigentes das instituições para definir prioridades. “O
orçamento de 2015 não vai poder cobrir todas as demandas. Vamos programar uma
parte para este ano e outra para 2016”, explicou. No ano passado, segundo
balanço do MEC, havia 456 obras em execução nas federais.
Soraya Smaili, reitora da Universidade Federal de São Paulo
(Unifesp), e outros dirigentes da instituição publicaram nesta quinta-feira,
18, uma carta de protesto contra os cortes, classificados como “violentos”. A
perda de recursos para investimentos na Unifesp será de aproximadamente R$ 25
milhões.
Segundo Soraya, o corte pode comprometer a reforma da
biblioteca e dos laboratórios da instituição, a construção do campus na zona
leste e a compra de equipamentos para o segundo prédio do Hospital São Paulo,
já em fase final de construção, mas com um ritmo mais lento. Também podem ser
prejudicadas as obras em prédios dos campus de Diadema e de Osasco, esperadas
há mais de cinco anos.
A Unifesp aumentou em 825% o total de alunos entre 2004 e
2014, mas foi alvo de críticas por criar novas vagas e faculdades sob condições
precárias. “Ao fazermos as reformas em passo mais lento, adiamos a consolidação
dessa expansão”, criticou Soraya. “E também a continuidade da expansão.”
Segundo Jesualdo Farias, secretário do MEC, serão
priorizadas as federais em maior dificuldade. “A expansão vai continuar, mas no
ritmo que o orçamento permite”, disse. A partir de julho, acrescentou, os
repasses de dinheiro para investimentos serão normalizados.
O decano de Planejamento e Orçamento da
Universidade de Brasília (UnB), César Augusto Silva, também lamentou a perda de
recursos, estimada em R$ 31 milhões na instituição. “O grande problema é que
ficamos até o meio do ano sem saber o que seria cortado”, reclamou.
De acordo com ele, devem ficar prejudicadas as obras do novo
prédio da Faculdade de Medicina e a restauração do Instituto Central de
Ciências, conhecido como Minhocão, principal prédio do câmpus.
A Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) informou, em
nota, que o montante de investimentos da instituição para este ano não foi
definido. Como foram contratados antes do corte de verbas, os editais em
andamento serão mantidos. Novos projetos, afirmou a reitoria, devem ter a
licitação concluída apenas em 2016.
O MEC afirmou ainda, também em nota, que “priorizou as
despesas de custeio das universidades”. Segundo a pasta, o limite de empenho
para 2015 ficará 4% maior quando comparado com os valores empenhados no ano
passado. Acrescentou ainda que o orçamento das 63 federais saltou de R$ 8,6
bilhões, no ano passado, para R$ 9,5 bilhões neste ano.
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