quinta-feira, 11 de junho de 2015

No PT, 725 é muito parecido com 36.000.000

A história da contadora Rosilene Alves Marcelino que escreveu R$ 36.200.000,00 na prestação de contas de uma candidata a deputada estadual do PT - Helena Ventura - e agora que o treco foi descoberto, está dizendo que se enganou – era para escreve R$ 725,00 no lugar dos R$ 36,3 milhões – está bombando nas redes sociais.

E não é pra menos, já que a situação é absurdamente ridícula. E totalmente mentirosa, claro.

Já pensou? Uma contadora, acostumada a lidar com números, escreve oito algarismos antes da vírgula como resultado de uma conta que deveria ter apenas três algarismos e não percebe o erro na hora ?

A candidata em questão é enfermeira, não foi eleita e mesmo se fosse, não tomaria posse, pois a candidatura foi impugnada depois das eleições. Sua campanha inteira recebeu do PT a quantia de 16 mil reais. E a contadora, na prestação de contas, escreveu que ela gastou R$ 36 milhões na confecção de material gráfico.

A história seria apenas absurda, mais uma enorme mentira de gente que foi pega com a boca na botija, mas deve ter outros desdobramentos. Isso porque os R$ 36 milhões para serviços gráficos não podem ter surgido do nada na cabeça da contadora. Na prestação de contas está registrado (ou estava, agora a moça corrigiu o “engano”) que o pagamento foi feito à gráfica pertencente a Benedito Oliveira, o famoso Bené, amigo de Lula e, principalmente, de Fernando Pimentel, governador de Minas, eleito ano passado, na mesma eleição da qual Helena participou.

Acontece que Bené foi preso pela Operação Acrônimo da Polícia Federal. Duas empresas controladas por ele receberam R$ 525 milhões de órgãos do governo federal entre 2005 e 2015. A PF investiga suspeitas de lavagem de dinheiro e associação criminosa. Ele foi preso no dia 29 de maio, com mais três pessoas, e solto após pagamento de R$ 188 mil em fiança.

Resumindo: uma contadora de uma candidata do PT recebe os documentos para realizar a prestação de contas que seria entregue ao TER. Faz a prestação e nela coloca – provavelmente seguindo os documentos recebidos – que a candidata pagou a uma gráfica a quantia de R$ 36 milhões. O dono da gráfica é preso, a prestação de contas com a quantia absurda é divulgada e a contadora corre para corrigir dizendo que foi um engano, um erro numa conta cujo resultado era 725 e ela chegou ao resultado de 36.000.000.

Claro, está todo mundo acreditando na moça.  

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