Na manchete dos portais dos dois principais jornais do país, hoje, Folha e
Estadão, a palavra “concessões” é colocada sem qualquer problema. Acontece que
essa palavra foi escolhida pelo PT para substituiu “privatizações” que é o que
está ocorrendo. Tendo em vista que o PT demonizou as privatizações desde quando
elas foram anunciadas no governo de Fernando Henrique Cardoso, ao tentar esconder
que o PT está fazendo o que condenava, os dois jornais estão fazendo o jogo
sujo da retórica petista, que atribui aos seus adversários ações que ele acusa
de “negativas”, mas que ele mesmo adota.
Lamentável que tanto Folha quanto Estado não chamem de privatização
a privatização que está em curso.
No caso, o PT chega a inovar a velha tática leninista de
acusar os adversários de fazer aquilo que ele também faz, pois primeiro critica
a prática e depois a realiza.
Leiam esse trecho
da reportagem da Folha: O modelo tucano
de concessões, em que o governo pedia um pagamento pela entrega do bem público
ao setor privado, está de volta.
Ele rompe com o
modelo adotado no PIL 1, que privilegiava concessões pelo menor preço ao
usuário de portos e ferrovias, quebrando monopólios nesses setores.
Agora, o governo
volta a permitir monopólios para garantir que essas concessões tenham receitas
para bancar as obras e ainda um valor, chamado de outorga, destinado ao Estado.
Como se vê, para tentar sair da crise e se livrar de
passivos que oneram o orçamento, o PT está privatizando vários “patrimônios do
povo brasileiro”, para usar a expressão tão cara a essa corja que está no
poder.
Depois de quase duas décadas metendo a boca nas
privatizações do governo tucano, o PT adota o mesmo modelo e, com a maior cara
de pau, chama de “concessão” o que é privatização. Canalhice é pouca. O pior é
os dois jornalões entrarem nessa.
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