segunda-feira, 29 de junho de 2015

Campinas: mais candidatos a prefeito

Palácio dos Jequitibás: principal cadeira do quarto andar ganha mais pretendentes

O cenário eleitoral de Campinas vai ganhando novos personagens à medida que as eleições se aproximam e as esperanças de alguns políticos crescem. Mas não é só de esperança que os candidatos vivem: alguns usam eleições municipais para chegar ao poder via acordos no segundo turno e outros para deixar o nome conhecido na praça para se candidatar a deputado dali a dois anos.

De qualquer forma, é provável que Campinas tenha, ano que vem, sete ou oito candidatos a prefeito. Com chances mesmo, talvez uns dois ou três.

O atual prefeito, Jonas Donizette (PSB) é candidatíssimo. Está fazendo alianças com quem quiser e oferece alguma fatia do poder. Planeja várias inaugurações (ou mesmo início) de obras para o ano que vem, tudo para usar na campanha eleitoral. Hoje é o favorito.

O PT, tudo indica, não tem outro nome a apresentar a não ser de um desmotivado Marcio Pochmann. A desmotivação tem três causas: a derrota na última eleição mostrou que o PT já não era mais o mesmo em Campinas; os escândalos todos envolvendo membros do partido e o péssimo governo que Dilma vem fazendo, com a necessidade de medidas antipopulares. Tudo isso deve diminuir consideravelmente o eleitorado petista. Pode virar um Zica, que não foi nem para o segundo turno em 2004. Mas tem chance de aparecer num segundo turno.

O PMDB, um partido com bom tempo na televisão, ensaia lançar candidato próprio. Ou melhor: o partido não ensaia nada ainda, mas pelo menos um de seus membros sonha em representar a legenda no pleito municipal. É o ex-prefeito Lauro Péricles Gonçalves. Quem se lembra dele não deve ter muita saudade. Era autoritário e acabou traindo o PMDB à época, aderindo à ditadura e lançando um candidato à sua sucessão que não tinha chance alguma. Chico Amaral, do PMDB, ganhou folgado e Lauro partiu para um ostracismo tão grande que não conseguiu se eleger nem vereador quando tentou. É mais provável que o partido continue na aliança com algum favorito. Jonas já deu um naco do governo a ele e espera tê-lo como aliado. Mas o cenário é mutante.

Outro nome que tem saído por aí é o do ex-vereador e ex-deputado estadual Tiãozinho. Ele era do PT, agora está no PC do B. Não tem chance alguma, mas se entrar na disputa, deve ser para tentar ser deputado estadual de novo daqui a dois anos, se é que o calendário eleitoral vai continuar o mesmo.

Pedro Serafim saiu do PDT, talvez para não se contaminar com a volta de Hélio de Oliveira Santos à direção local do partido. Deve anunciar seu ingresso no PRB. Foi prefeito por um ano e parece que gostou. Tentou uma “reeleição”, mas perdeu para Jonas e Pochmann.  Tentou ser deputado federal, mas não conseguiu. Quer ser candidato a prefeito, mas, num partido sem expressão na cidade, suas chances serão pequenas.

Um nome que apareceu na última semana como possível candidato é o do médico Marcelo Assis, pelo PMN. Outro sem chance alguma, pois é conhecido de pequeno círculo e está à frente de um projeto que pode ser muito bom para quem dele necessita, mas não tem apelo popular suficiente para angariar os milhares e milhares de votos que ele precisa.

Entre os nomes que podem ter algum sucesso na corrida ao Palácio dos Jequitibás, está o do vereador Artur Orsi, atualmente no PSDB, mas em vias de se mudar para o novo PL. Orsi é nome forte na cidade e foi o vereador mais votado na última eleição. Carrega a bandeira de oposição, que não abandonou mesmo quando seu partido entrou na aliança que elegeu o atual prefeito. Tem denunciado possíveis irregularidades no governo municipal e, com isso, perdeu toda e qualquer regalia que a base aliada poderia lhe proporcionar e passou a ser evitado dentro do próprio partido – onde o deputado federal Carlos Sampaio reina absoluto –, mas angariou simpatias além das que já possuía entre o eleitorado. Se tiver estrutura forte pode ser um bom candidato e sonhar com um segundo turno contra Jonas.

O ex-prefeito “doutor” Hélio (PDT), cassado por corrupção, voltou ao seu partido e tem dito por aí que pode lançar um candidato a prefeito. Com os direitos políticos cassados até 2019, parece estar em busca de um nome. Mas pode estar querendo se mostrar para se aliar a alguém. Como é um nome queimado na maior parte da cidade, tendo em vista o escândalo que seu governo produziu – o maior caso de corrupção da história de Campinas – deve estar fazendo apenas uma marolinha para aparecer.

O cenário ainda está instável. Prova disso é que na semana passada surgiram boatos de que Jonas estaria com receio de perder o apoio do PSDB. E o boato acrescentava que a performance de Carlos Sampaio em Brasília, como líder do partido e, principalmente, sua atuação na CPI do Petrolão, estão fazendo os olhos do moço brilharem novamente. Como acordo político nunca é definitivo, o boato pode ter lá seu fundo de verdade. Se acontecer, a indefinição vai crescer mais ainda e um segundo turno será quase certo. E lugar garantido nesse segundo turno, hoje, só o de Jonas. 

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