terça-feira, 16 de junho de 2015

Gaeco desmantela quadrilha na região de Ribeirão Preto

Da newsletter do jornalista Moacyr Castro:


Festival de prisões

Operação do Gaeco busca suspeitos de fraude em concursos públicos e falsificação de documentos na região de Ribeirão: vereadores, secretários e advogados são investigados; serão realizados 20 mandados de prisão e 55 de busca e apreensão. Marlene Gagliasso, vereadora de Pradópolis, é a chefe do bando. Secretária de educação de Motuca, Elaine Cristina Marques Luiz, é presa na operação.
Entre os procurados estão 07 empresários, 03 vereadores, 03 secretários municipais, 06 advogados e funcionários públicos. As buscas estão sendo realizadas em 06 empresas, 18 Prefeituras Municipais e 11 Câmaras Municipais, entre outros locais. A investigação apontou possíveis fraudes em 04 concursos públicos e mais de 30 processos licitatórios para a contratação das empresas investigadas, que teriam recebido somente em 2014 e 2015 mais de 2 milhões de reais dos poderes públicos municipais em decorrência desses contratos.

Dinâmica das Fraudes

Marlene Gagliaso, empresária e vereadora de Pradópolis, se trata da cabeça do grupo criminoso, a qual vem usando a empresa Gerencial Assessoria, sediada em Ribeirão Preto, para participar de licitações fraudulentas, as quais redundavam ora na contratação, por Prefeituras e Câmaras Municipais, ora de sua empresa, ora de empresas de pessoas ligadas a ela, como a Absoluta Assessoria e a Persona Capacitação (de Ribeirão Preto e Fernandópolis, respectivamente).

Marlene indicava os nomes das empresas para participarem das licitações, as quais eram contratadas tanto para a realização de concursos públicos (seleção de pessoal), como para a prestação de serviços de assessoria (como a implantação do plano municipal de educação, alteração de estatuto de servidores, assessoria administrativa perante o Tribunal de Contas etc.). 

Tratavam-se de verdadeiras licitações dirigidas, em que não havia concorrência de fato, já que apenas se revezavam as empresas pertencentes ao grupo ligado à mentora do esquema. O rodízio de empresas permitia que o grupo não despertasse atenção dos órgãos de controle e fiscalização. 

Num segundo momento, as empresas vencedoras dos certames promoviam concursos e processos seletivos nos órgãos públicos. Nesses concursos, eram aprovadas e contratadas pessoas previamente indicadas e apontadas por servidores públicos. Para essas fraudes, Marlene e seus cúmplices se valiam de variados meios, desde a substituição das provas e gabaritos até a simples alteração descarada da listagem de notas e classificação final dos candidatos.

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