Festival de prisões
Operação do Gaeco busca suspeitos de fraude em concursos
públicos e falsificação de documentos na região de Ribeirão: vereadores,
secretários e advogados são investigados; serão realizados 20 mandados de prisão
e 55 de busca e apreensão. Marlene Gagliasso, vereadora de Pradópolis, é a chefe
do bando. Secretária de educação de Motuca, Elaine Cristina Marques Luiz, é
presa na operação.
Entre os procurados estão 07 empresários, 03
vereadores, 03 secretários municipais, 06 advogados e funcionários públicos. As
buscas estão sendo realizadas em 06 empresas, 18 Prefeituras Municipais e 11
Câmaras Municipais, entre outros locais. A investigação apontou possíveis
fraudes em 04 concursos públicos e mais de 30 processos licitatórios para a
contratação das empresas investigadas, que teriam recebido somente em 2014 e
2015 mais de 2 milhões de reais dos poderes públicos municipais em decorrência
desses contratos.
Dinâmica das Fraudes
Marlene Gagliaso, empresária e vereadora de
Pradópolis, se trata da cabeça do grupo criminoso, a qual vem usando a empresa
Gerencial Assessoria, sediada em Ribeirão Preto, para participar de licitações
fraudulentas, as quais redundavam ora na contratação, por Prefeituras e Câmaras
Municipais, ora de sua empresa, ora de empresas de pessoas ligadas a ela, como a
Absoluta Assessoria e a Persona Capacitação (de Ribeirão Preto e Fernandópolis,
respectivamente).
Marlene indicava os nomes das empresas para participarem das
licitações, as quais eram contratadas tanto para a realização de concursos
públicos (seleção de pessoal), como para a prestação de serviços de assessoria
(como a implantação do plano municipal de educação, alteração de estatuto de
servidores, assessoria administrativa perante o Tribunal de Contas etc.).
Tratavam-se de verdadeiras licitações dirigidas, em que não havia concorrência
de fato, já que apenas se revezavam as empresas pertencentes ao grupo ligado à
mentora do esquema. O rodízio de empresas permitia que o grupo não despertasse
atenção dos órgãos de controle e fiscalização.
Num segundo momento, as empresas
vencedoras dos certames promoviam concursos e processos seletivos nos órgãos
públicos. Nesses concursos, eram aprovadas e contratadas pessoas previamente
indicadas e apontadas por servidores públicos. Para essas fraudes, Marlene e
seus cúmplices se valiam de variados meios, desde a substituição das provas e
gabaritos até a simples alteração descarada da listagem de notas e classificação
final dos candidatos.
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