quarta-feira, 6 de maio de 2015

Surrealismo é pouco: o PT contra o governo do PT


A Câmara Federal vive momento surrealista. O governo petista, comandado (oficialmente, pelo menos) por Dilma Rousseff, elaborou medidas provisórias que, considera o governo petista, são necessária para que o Brasil inicie uma recuperação do estrago feito pelo... governo petista. 

Só esse fato já demonstra alguns absurdos: o governo petista cometeu erros infantis – além de demagógicos, populistas e corruptos ao extremo – na condução da economia do país. 
E quando cometia todos eles foi abundantemente avisado dos erros e crimes, mas nada fez para impedir que o país caminhasse para o abismo econômico em que se meteu. E, jurando por todos os deuses que estava tudo bem e que não havia nada sendo urdido para mudar a situação (estava tudo bem, ora pois!) acabou por assinar medidas que são justamente aquelas que a campanha eleitoral do governo petista acusava que a oposição iria tomar caso fosse eleita.

Bom, além desse quadro totalmente irreal, podre mesmo, próprio de um governo, no mínimo, infantil e, no máximo, desonesto ao extremo, o partido do governo petista, conhecido como PT, se recusa a votar a favor das medidas que prejudicam trabalhadores, mas que, no entender do governo petista, são necessárias para tentar consertar o estrago feito pelo governo petista, que teve a aprovação, nos últimos 12 anos, do PT.  

O PT não fechou questão sobre as medidas do ajuste fiscal elaboradas pelo governo do PT. E quer que o PMDB, aliado fiel nos últimos 12 anos, se encarregue de aprovar, junto com outros votos da base aliada, o pacote amargo de medidas do governo do PT.

Pior: no programa obrigatório do partido, ontem à noite na televisão, acompanhado por formidável panelaço de protesto, o PT criticou violentamente as medidas do governo do PT, demonizando a priori os deputados que poderiam votar a favor do pacote.

O fiel aliado é fiel aliado, mas não é burro. Sabe que pode  ficar com o ônus da aprovação e vai sofrer críticas que terão reflexos nas ruas e nas urnas, enquanto o PT, posando de oposição ao governo do PT, quer ficar com o bônus, numa atitude (ou em mais uma, entre tantas) de extrema desonestidade.

O PMDB, claro, está berrando na sessão da Câmara desta quarta-feira, que se o PT não fechar questão – o que obrigaria todos os seus deputados a votarem a favor do pacote do governo do PT – ele não vai se colocar a favor das medidas. E aí o pacote não será aprovado e o governo do PT vai cair numa depressão econômica. Por causa do PT.  

O PT, de tão desonesto, acabou criando uma enorme armadilha para ele mesmo. Se não votar as medidas, o que resta do governo petista vai derreter. Se votar, o PT vai ficar com a marca de ser contra os trabalhadores. Bem feito!

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