segunda-feira, 18 de maio de 2015

Lula prefere meritocracia que política de cotas

Fico sabendo pelo ótimo blog “O Antagonista” que Lula quer encurtar o mandato da direção nacional do PT. É uma espécie de golpe e como Lula se diz de esquerda, não é surpresa que ele queira trocar assim algo que não o está agradando.

Mas a história é mais curiosa – e reveladora – ainda. Acontece que para “dar o exemplo” nessa absurda política de cotas que o PT instituiu em vários setores da sociedade, mas principalmente no acesso a universidades, o partido trouxe para a sua direção nacional o mesmo sistema.  Mulheres, negros, jovens e outras “minorias” foram contempladas com lugares na direção do partido. 

Claro que o que motivou os “pensadores” petistas foi o fato de que, tenha quantos membros tiver, quem vai mandar são sempre os líderes, sejam eles Lula ou Zé Dirceu ou os mais próximos desses dois.

Mas parece que o partido não contava com o tamanho da crise em que se meteu e meteu o país. Com os índices de popularidade despencando, com rebeliões em bases sociais e políticas e com a Polícia Federal  batendo na porta quase que diariamente de petistas, o partido está precisando de reações à altura para tanto, digamos, antagonismo. 

E muitos membros do alto escalão do partido, escolhidos não pela qualidade que eles têm como políticos, líderes ou pensadores, mas pelo fato de pertencerem a alguma minoria e se encaixarem na política de cotas, não conseguem responder, mesmo que timidamente, às enormes demandas atuais.

Lula quer de volta gente como Gilberto Carvalho, Ricardo Berzoini, Edinho Silva e Marco Aurélio Garcia, que podem ter feito o diabo contra o Brasil – e fizeram mesmo – mas, convenhamos, têm capacidade para um discurso um pouco mais substancioso na enormemente difícil tarefa de defender o PT da infinita série de sérias acusações que o partido sofre hoje.

Resumindo: o que o PT quer hoje para a sua direção nacional é o mesmo que os críticos da política de cotas querem: que ocupem as vagas (e os cargos, no caso) aqueles que têm competência. Que o critério para galgar postos em qualquer lugar da sociedade seja o da meritocracia.

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