quarta-feira, 13 de maio de 2015

Naufrágio na educação


Segunda-feira passada postei aqui um texto sobre as péssimas condições de várias universidades federais brasileiras, principalmente a do Rio de Janeiros, onde a falta de verbas está provocando até a interrupção de cursos. Outras caminham para a mesma situação.

E hoje a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) divulgou o ranking mundial de educação. Em 76 países pesquisados, o Brasil está na 60ª posição. Na último ranking estrava na 58ª. A queda de dois postos não é por acaso: o Brasil piorou nos últimos anos em todos os setores e a educação, enormemente dependente do governo federal, não seria exceção.  Estamos hoje mais próximos de nações africanas do que estávamos há dois anos. E a tendência é chegar mais perto ainda se o atual governo continuar sua política de contenção de despesas para tentar tirar o país do buraco em que está por culpa desse mesmo governo.

Mas a encrenca é muito maior quando se trata de educação. O relatório da OCDE assinala que “os índices de educação de um país podem sinalizar os ganhos econômicos que essas nações terão a longo prazo. Além disso, o país que hoje ocupa o primeiro lugar da lista, Cingapura, já registrou altos níveis de analfabetismo na década de 60, o que é visto como um exemplo de que o progresso educacional é possível mesmo em pouco tempo”.

Como se vê, o país que o PT hoje está arrasando, vai sofrer consequências ainda piores no longo prazo. Se o Brasil começar a melhorar a educação hoje – o que é praticamente impossível com o PT no poder – daqui uns 20 anos teremos as consequências benéficas dessa melhoria.

Mas para o PT o que importa não é qualidade e sim quantidade no ensino. Claro que vagas para todos é uma meta importante, mas isso FHC já tinha conseguido para o ensino básico em 2002. As metas seguintes passavam primeiro pela melhoria desse ensino e, depois, pelo aumento do número de universidades, o que seria uma consequência lógica, pois o Brasil passaria a ter um número maior de estudantes aptos a cursar universidades.

Mas Lula e o PT preferiram o marketing da inauguração de universidades – muitas de péssima qualidade –, a promoção dos programas como o ProUni que distribui farta verba a universidades particulares que, por serem de qualidade inferior, nem conseguem preencher todas as vagas disponíveis e outras ações que ficavam bonitas na propaganda na televisão, mas na realidade praticavam (e praticam) um ensino meia-boca.

O relatório afirma, sem medo de errar, pois está baseado na realidade mundial, que “políticas e práticas educativas deficientes deixam muitos países em um permanente estado de recessão econômica.”

O ranking divulgado hoje será apresentado oficialmente na próxima semana, durante o Fórum Mundial de Educação, na Coreia do Sul, quando líderes mundiais irão se reunir para traçar novas metas para educação.

Se o “líder” enviado pelo Brasil – se é que o Brasil vai enviar alguém – for a presidente, será inútil. Ela não vai entender nada e, se deixarem a moça discursar de improviso, talvez a OCDE queira revisar o ranking e colocar o Brasil numa posição bem mais baixa do que a que está hoje. 

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