terça-feira, 27 de outubro de 2015

Lula: a viúva Porcina da política brasileira


Lula faz hoje 70 anos. Eu o vi nascer para o sindicalismo e, depois, para a política. Cheguei a entrevistá-lo quando era candidato a governador de São Paulo. Da entrevista me lembro que ocorreu num sindicato que ostentava, num quadro negro, o resultado de uma pesquisa mostrando que Lula estava em primeiro na cidade, com 24% das intenções de voto. Era falsa, claro. Lula ficou em quarto lugar na eleição, atrás de Montoro, Reynaldo de Barros e Jânio Quadros. Teve 9,87% dos votos válidos.

Depois da entrevista, fomos até o Sindicato dos Petroleiros, cuja sede era no Centro. Eu acompanhei para registrar o encontro dele com Jacó Bittar, presidente da entidade. Ali,  conversa vai, conversa vem, fomos, os três, até o boteco mais próximo onde os dois tomaram um conhaque Palhinha. Eu tomei uma Coca Cola, por não ser fã de conhaque (ainda mais Palhinha) e por não ter o hábito de beber durante o trabalho.

Depois do fim da ditadura militar, Lula conseguiu se eleger deputado federal e foi um dos constituintes. Não assinou – nem seu partido – a Constituição de 88 que ele ajudara a criar. Era o início de uma oposição raivosa que jamais votou a favor de uma medida sequer que partisse do governo – fosse de Sarney, de Collor, de Itamar ou de FHC – mesmo que ela favorecesse a população e fosse boa para o Brasil.

Foi assim com o Plano Cruzado, com todas as privatizações, com a Lei de Responsabilidade Fiscal, com todas as medidas econômicas, com a reforma da Previdência etc.

Depois, quando chegou ao poder, procurou formar uma base aliada para que outros partidos fizessem o que o PT que ele comandava jamais fez: aprovar medidas  do seu governo, muitas, aliás, bem parecidas com as que ele sempre recusara apoiar.

Além disso, não mexeu no que sempre criticou. Pelo contrário: defendeu e se valeu da reeleição; manteve o fator previdenciário; ampliou os programas sociais que ele chamava de esmola; manteve o câmbio flutuante; aumentou o endividamento do Brasil; não fez qualquer reforma política; se aliou a inimigos mortais e recentes (Collor, Renan, Sarney, Maluf...) e passou grande parte do seu governo desmerecendo a era FHC, como se tudo de bom que restou tivesse sido feito por ele e seu partido.

Como presidente da República, Lula se transformou num grande engodo. E, nos últimos 13 anos, conseguiu levar o Brasil, junto com a sucessora que ele inventou e elegeu, a uma das maiores crises que o país já viveu: crise econômica, crise política e crise moral.

 Ao fazer 70 anos, nem pode comemorar. Cancelou festas por receio de manifestações contrárias e as homenagens se restringem a alguns vídeos nas redes sociais, devidamente preparados por marqueteiros, com frases decoradas ou sendo lidas.

Lula embarca na última quadra de sua vida pagando o preço de ter sido desonesto, por quebrar o Brasil, por inundar um país com a corrupção e por ampliar o ódio social no pior estilo nazista, sempre procurando um culpado para seus próprios erro e defeitos.

Aos 70 anos, o que se vê é um homem que fez história no Brasil e que, ao invés de entrar para o panteão dos heróis ou dos ilustres, vai terminar seus dias como a viúva Porcina da política brasileira: aquele que foi tudo sem nunca ter sido nada. 

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