O governo Dilma Rousseff pode até conseguir algumas vitórias
no Congresso, os números da economia podem até melhorar um pouco (não muito,
porque é impossível no curto prazo), o PT pode até comemorar alguma coisa, mas
a presidente da República não comanda mais nada e o partido dela não tem mais
como dar suporte às decisões no campo político.
Esse melancólico fim de governo depois de menos de um ano da
posse, foi revelado hoje na sessão do Congresso, convocada exclusivamente para referendar
vetos presidenciais em projetos de lei aprovados pelo Legislativo. O governo
petista dava como favas contadas que, após aumentar a cota de participação do
PMDB no governo para sete ministérios cujos orçamentos somados dão um total maior
do que os orçamentos dos ministérios que o PT comanda, o que é inédito no
Brasil, a base aliada estava recomposta e voltaria a votar maciçamente a favor
dos desejos do Planalto.
Só que a sessão teve de ser encerrada 30 minutos depois de
aberta por falta de quórum. Não estavam presentes os 257 parlamentares, que é o
mínimo necessário à votação dos vetos. Havia 250 em plenário. A oposição na
Câmara, fazendo o papel que tem de fazer, não marcou presença, afirmando que só
ia fazê-lo se a base aliada conseguisse dar quórum. Dos 64 deputados do PMDB,
faltaram 34. Nova sessão foi convocada para amanhã.
Só que amanhã o governo petista pode ver aumentada a pressão
sobre a base aliada. Hoje o TSE deve retomar a sessão de julgamento das contas
da campanha da chapa Dilma/Temer e iniciar o processo que pode resultar na
cassação dos vencedores no pleito do ano passado. Irregularidades não faltam.
Dos sete votos do TSE, quatro já foram a favor de abrir o processo e a sessão
de hoje deve apenas marcar o início do procedimento.
Além disso, amanhã o Congresso se reunirá sob a expectativa
da rejeição das contas do governo Dilma de 2014. Apesar de toda pressão do
governo, o TCU manteve o julgamento e o governo pode sofrer sonora goleada. A rejeição
das contas enseja um processo de impeachment pela Câmara.
Portanto, quem pensava que o clima ia amenizar para os lados
do governo com o “refatiamento” dos ministérios, com a chegada de Lula para
mandar de fato e com o PMDB ganhando agrados nunca outrora imaginados, pode
tirar o cavalinho da chuva. A semana promete chumbo grosso e já começou
mostrando não haverá vida mansa para o PT e seus asseclas. O governo começa a
viver, daqui pra frente, num cenário de fim de feira que só tende a crescer.
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