quinta-feira, 22 de outubro de 2015

A guerra fria em Brasília



Quem tem um pouco mais de idade lembra bem da guerra fria. Estados Unidos e União Soviética lideravam dois blocos de países que viviam em permanente tensão. E se equivaliam em forças não pelo número de exércitos, aviões ou navios disponíveis, mas pelo arsenal atômico. Se um maluco apertasse o botão errado e o outro lado respondesse, bye bye civilização humana, pois ambos os lados tinham bombas atômicas suficientes para acabar com todo mundo, mesmo que o mundo fosse muito maior do que é. O medo do fim equilibrava tudo e mantinha uma “paz” artificial. Com o fim da URSS e a derrocada do socialismo, não se fala mais em guerra fria, embora o mundo não possa dizer que viva em paz.

Pois o Brasil vive hoje uma situação semelhante, onde dois lados mantêm tesa a corda da disputa pelo poder e expõem suas armas sem detoná-las totalmente.

De um lado, o todo poderoso governo que, num piscar de olhos, consegue enorme quantidade de provas contra um desafeto, mas se mostra lentíssimo para investigar seus pares.

De outro, o desafeto, acuado, pressionado, e que tem uma “bomba atômica” que pode usar contra seus inimigos, mas sabe que, ao detoná-la, será um dos primeiros a cair na retaliação.

Resumindo: Dilma está nas mãos de Eduardo Cunha e ele está nas mãos de Dilma.

Para quem conhece um pouco da política brasileira, o cenário armado tem tudo para terminar em pizza. Isso porque Cunha nunca foi mesmo oposição, andou levando muita grana da corrupção e se chegou onde chegou, foi com muitos favores prestados a deputados que se tornaram seus seguidores. Não há nele um resquício de uma liderança nata, de um formador de opinião que seja.

Já a presidente sabe que está por um fio no cargo e é nesse fio que ela tenta se equilibrar, ora atirando, ora fingindo que chora, ora apelando a Lula, ora fazendo discursos desconexos da realidade. E mentindo sempre. Sua meta é terminar seu governo e, tal qual o último ditador militar, pedir para que a esqueçam.

A rápida investigação e acúmulo de provas com Eduardo Cunha foi seu primeiro tiro. Guarda outros, com maiores potenciais: a Comissão de Ética da Câmara e o STF. Na primeira, pode mandar seus asseclas (asseclas do PT) inocentar ou cassar Cunha. E no segundo também, infelizmente.

Assim, o Brasil de mais de 200 milhões de habitantes, fica vivendo essa “guerra fria”, “parado no meio do mundo”, como disse o poeta, assistindo à inflação corroer seu dinheiro, o desemprego acabar com seu salário, o PIB negativo destruir seus sonhos, o dólar disparando destruir sua Miami e muitas outras desgraças proporcionadas por uma formidável sequência de desgoverno, incompetência e corrupção que afundaram um país que tinha tudo para ser a nova potência mundial.

Não sei quando tempo será preciso para consertar o Brasil do estrago que o PT fez. Só sei que já passou da hora de decretar o fim da “guerra fria”, de botar essa gente toda na cadeia e começar a reconstrução. Antes que seja tarde demais.

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