Aedes aegypti: o novo cidadão campineiro |
“A dengue veio para ficar, vai ter sazonalidade e essa coisa
cíclica. As ações de prevenção são as mais importantes”.
A frase acima é de ninguém menos que o secretário de Saúde
de Campinas, Carmino de Souza, e mostra que o governo de Jonas Donizette (PSB)
jogou a toalha, desistiu de combater a doença como ela deveria ser combatida.
Depois de quebrar por dois anos consecutivos os recordes em
número de casos na cidade, o secretário de Jonas se entrega à sua incompetência
e afirma que a doença – que matou 19 pessoas na Região Metropolitana de
Campinas, a maior parte na sede – vai acompanhar a vida do campineiro por muito
tempo ainda.
Em 2014, a cidade viu, atônita, mais de 40 mil pessoas contraírem
a doença que deixa o cidadão prostrado, com febre, sem poder sair de casa para
trabalhar por vários dias. E, em alguns casos, mata.
Se fosse uma doença incurável ou da qual não se soubesse a
origem, vá lá. Mas a dengue é transmitida por um mosquito que todo mundo
conhece e cujo combate não é difícil de fazer. Exige competência para a
logística de combate e, claro, recursos financeiros. Mas, numa cidade onde o
governo consegue ser incompetente em quase todos os setores, não seria no
combate à dengue que ele iria se mostrar competente.
E um governo que gasta
rios de dinheiro com publicidade, ocupando espaços nobres nos jornais, rádios e
televisão para dizer ao cidadão gastar mais água, que anuncia projetos que não
começam nunca, que não consegue trazer verba federal para implantar um sistema
de transporte mais moderno, não vai fazer jamais um remanejamento orçamentário e
dirigir para o combate à dengue a soma necessária de recursos.
O resultado não poderia ser outro: em 2015 a dengue explodiu
em Campinas e chegou a inacreditáveis 57.759 casos, mais de 16 mil a mais que
no ano anterior. E 11 pessoas morreram em consequência da doença.
Agora, com a declaração do secretário de Saúde estampada no
Correio Popular deste domingo, de que “a dengue veio para ficar”, só resta ao
cidadão campineiro torcer – e muito – para que um mosquito transmissor da
doença não o escolha como fornecedor de sua cota de sangue. A picada vai deixá-lo
num estado bem pior do que uma gripe brava o deixaria, por vários dias. Ou matá-lo.
Infelizmente no Brasil saúde é ligada a saneamento básico e morte de larva de mosquito. A dengue só nos deixará em paz quando tiver uma vacina contra seus efeito. Até lá vamos que vamos.
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