segunda-feira, 10 de agosto de 2015

Reação pífia e tardia

Na semana mais importante dos últimos anos, quando grande parte dos brasileiros irá às ruas para mostrar aos políticos que não suportam mais o governo petista, o Palácio do Planalto tenta reagir para diminuir o grande impacto que as manifestações do dia 16 –domingo próximo – terão na sequência dos acontecimentos.

A reação é pífia, embora o poder de fogo do governo seja enorme. O problema é que esse poder de fogo já deveria ter sido usado muito antes, ainda no primeiro governo, para que hoje houvesse uma maioria folgada no Congresso. Claro que o ideal teria sido o governo, ainda no segundo mandato de Lula, ter tomado as medidas corretas para que o país não fosse engolido pela crise. Os países que admitiram os problemas e enfrentaram suas consequências, hoje estão apresentando índices positivos na economia.

Já o Brasil de Lula e, depois, de Dilma, preferiu nadar nas águas fáceis do populismo e não aproveitou o bom momento anterior para criar condições básicas de enfrentamento dos problemas que a crise mundial traria, inevitavelmente, aos países menos preparados.
Agora, com a água no pescoço, quando as medidas que Dilma jurou que não tomaria estão sendo rejeitadas e a base aliada está completamente esfacelada, ela tenta, em uma semana, fazer o que não fez nos últimos anos.

Temo que seja tarde. A conversa com lideranças da base aliada não poderá ter o efeito que teria há alguns anos, mesmo porque essa base nem existe mais: o governo não consegue emplacar um projeto sequer de seu interesse na Câmara. E, sem a Câmara, o Senado não tem poder para resolver tudo sozinho por mais que Renan Calheiros se venda ao canto da sereia.

Sobram ao governo as conversas e o pedido de apoio a movimentos de esquerda que já o apoiam e sem influência na sociedade, com a UNE e o MST ou outros menos notórios. Os estudantes da entidade há muito perderam a importância ao se revelarem desonestos: as bandeiras que ergueram outrora, contra a ditadura, contra corrupção e contra Collor deveriam estar hoje desfraldadas, pois a situação se não é de ditadura, é de gigantesca corrupção e de um governo fraco e desonesto. Ao contrário, a UNE é hoje um braço do PT a quem obedece cegamente e, pior, faz campanha contra setores democráticos do país, mostrando sua verdadeira face de esquerda que, no fundo, sonha com uma ditadura do proletariado, seja ela comunista ou bolivariana.

O MST é hoje um bando de marginais comandando por um facínora. Invade terras públicas e privadas, produtivas ou não, destrói experiências que custaram caros a empresas legalmente instaladas, atrasam o desenvolvimento agropecuário e se colocam à disposição do PT como um “exército” que lutaria fisicamente contra a um processo de impeachment da atual mandatária.

Enfim, é uma espécie de canto do cisne ou baile da ilha fiscal o que vai ocorrer esta semana em Brasília. Nada que mude a intenção de milhões de brasileiros de sair às ruas domingo próximo para protestar contra um estado de coisas que não se admite mais que continue a vigorar. O fim do governo Dilma e do PT é condição básica para o Brasil voltar a trilhar o caminho do desenvolvimento. E o povo na rua dará a certeza aos políticos para que eles tomem as medidas necessárias. 

Nenhum comentário:

Postar um comentário