Na semana mais importante dos últimos anos, quando grande
parte dos brasileiros irá às ruas para mostrar aos políticos que não suportam
mais o governo petista, o Palácio do Planalto tenta reagir para diminuir o
grande impacto que as manifestações do dia 16 –domingo próximo – terão na
sequência dos acontecimentos.
A reação é pífia, embora o poder de fogo do governo seja
enorme. O problema é que esse poder de fogo já deveria ter sido usado muito
antes, ainda no primeiro governo, para que hoje houvesse uma maioria folgada no
Congresso. Claro que o ideal teria sido o governo, ainda no segundo mandato de
Lula, ter tomado as medidas corretas para que o país não fosse engolido pela
crise. Os países que admitiram os problemas e enfrentaram suas consequências,
hoje estão apresentando índices positivos na economia.
Já o Brasil de Lula e, depois, de Dilma, preferiu nadar nas
águas fáceis do populismo e não aproveitou o bom momento anterior para criar condições
básicas de enfrentamento dos problemas que a crise mundial traria,
inevitavelmente, aos países menos preparados.
Agora, com a água no pescoço, quando as medidas que Dilma jurou
que não tomaria estão sendo rejeitadas e a base aliada está completamente esfacelada,
ela tenta, em uma semana, fazer o que não fez nos últimos anos.
Temo que seja tarde. A conversa com lideranças da base aliada
não poderá ter o efeito que teria há alguns anos, mesmo porque essa base nem
existe mais: o governo não consegue emplacar um projeto sequer de seu interesse
na Câmara. E, sem a Câmara, o Senado não tem poder para resolver tudo sozinho
por mais que Renan Calheiros se venda ao canto da sereia.
Sobram ao governo as conversas e o pedido de apoio a
movimentos de esquerda que já o apoiam e sem influência na sociedade, com a UNE
e o MST ou outros menos notórios. Os estudantes da entidade há muito perderam a
importância ao se revelarem desonestos: as bandeiras que ergueram outrora,
contra a ditadura, contra corrupção e contra Collor deveriam estar hoje
desfraldadas, pois a situação se não é de ditadura, é de gigantesca corrupção e
de um governo fraco e desonesto. Ao contrário, a UNE é hoje um braço do PT a
quem obedece cegamente e, pior, faz campanha contra setores democráticos do
país, mostrando sua verdadeira face de esquerda que, no fundo, sonha com uma
ditadura do proletariado, seja ela comunista ou bolivariana.
O MST é hoje um bando de marginais comandando por um facínora.
Invade terras públicas e privadas, produtivas ou não, destrói experiências que
custaram caros a empresas legalmente instaladas, atrasam o desenvolvimento
agropecuário e se colocam à disposição do PT como um “exército” que lutaria fisicamente
contra a um processo de impeachment da atual mandatária.
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