sábado, 1 de agosto de 2015

Show de Sinfônica e Lenine foi mico pra muita gente

Durante toda a semana a Prefeitura encheu as emissoras de televisão e de rádio e, acho eu, a mídia impressa de anúncios sobre o show de Lenine com a Orquestra Sinfônica de Campinas, no Auditório Beethoven (concha acústica) da Lagoa do Taquaral.

A Sinfônica sozinha costuma lotar – superlotar, como aconteceu no concerto de Natal – a concha acústica. Se a ela se junta um artista de sucesso como Lenine, espera-se, obviamente, que o público seja bem maior. E foi.

Chegamos por lá às 17h30, e chegaríamos mais cedo não fosse o congestionamento na Avenida Heitor Penteado desde o 4º Distrito Policial, que fica a uns 400m antes do portão da concha acústica, e o fato de só conseguirmos estacionar a outros 400 metros da entrada. Estacionamos no meio de uma praça pública, guiados por “guardadores” de carros que exigiram dez reais adiantados. Paguei, claro.

À entrada já vimos pessoas voltando e reclamando da ausência de lugares para se sentar. Mas havia 
muito mais gente chegando.

Tentamos descer um pouco pelas passagens entre os assentos, mas muita gente já ocupava essas passagens. Todos os lugares disponíveis – além dos normais, também os muros que circundam o auditório e os canteiros elevados de jardins atrás do auditório estavam tomados. No fim da fileira de assentos, formavam-se quatro filas de gente em pé, do mesmo modo que no espaço ao lado da plateia.

Quando saímos – no início de um baião bem executado pela Sinfônica, abrindo o show – centenas de pessoas desciam a rua de pedras em direção ao auditório. Senhoras com crianças no colo, carrinhos de bebê, idosos caminhando com dificuldade naquele piso de paralelepípedos, enfim, um sacrifício de muita gente que só iria ouvir o que ocorreria no palco.

Calculo que umas vinte mil pessoas se dirigiram ao show, realizado num local onde só cabem duas mil sentadas e não há muito espaço para se ficar em pé com alguma visão do palco.

A intensa propaganda sobre o show – que nem era necessária tendo em vista a fama da Sinfônica e do artista – acabou surtindo o efeito. Pena que na Prefeitura de Campinas não tenha uma cabeça pensante que deduzisse que o local seria pequeno demais.

A menos de um quilômetro dali, a Praça Arautos da Paz com capacidade para mais de 30 mil pessoas seria o lugar ideal para um show assim. Haveria, claro, congestionamentos, “guardadores” de carro explorando solo público e outras inconveniências, afinal estamos no Brasil e em Campinas, mas todo mundo poderia pelo menos enxergar o palco.

O show deve ter sido bonito e vai servir de mais propaganda ainda para esse governinho cosmético que botaram no comando de Campinas. Mas milhares de pessoas devem ter ficado frustradas não só pela falta de conforto, mas pela total impossibilidade de sequer enxergar o palco.

Um comentário:

  1. "Governinho cosmético", a melhor definição que li até hoje.

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