Quatro “intelectuais” opinaram, para a Folha de São Paulo,
sobre a prisão de José Dirceu. Todos contra, claro. São os velhos comunistas
Fernando Morais, José de Abreu, Luiz Fernando Veríssimo e Luiz Carlos Barreto.
Em comum eles têm o fato de se manterem adeptos de uma
ideologia que não tem mais sentido em lugar nenhum do mundo civilizado.
Saudosos do império ditatorial soviético, que acabou há mais de 20 anos e do Muro
de Berlim que caiu. Sobraram apenas esqueletos da “glória” esquerdista como
Cuba, Coreia do Norte e, agora, a triste Venezuela com um louco no poder e o
povo invadindo supermercados para conseguir um pouco de comida. Há exemplos
menores ainda, espalhados pela África ou pelo Oriente Médio, ditadores geralmente
sangrentos, muito ricos com povos muito pobres. São péssimos exemplos, mas a velha
esquerda não os critica, fecha os olhos aos horrores em nome de uma “causa”.
Barreto, o cineasta, disse que a prisão de Dirceu foi “redundante”,
pois ele estrava em prisão domiciliar e não poderia fugir ou pressionar
ninguém. O diretor de cinema se esqueceu de que na Papuda, que não é
domiciliar, Dirceu continuou praticando crimes, recebendo por “consultorias”
que jamais existiram. Se recebia, alguém cobrava, né? Ou seja, a quadrilha estava ativa, mas Barreto
vê redundância em estancar a sangria dos cofres públicos com a prisão de
Dirceu. E apela a uma velha cantilena, afirmando que é exagerada a
prisão e que estamos num Estado de Direito democrático. Exatamente por isso que
se pode prender alguém como Zé Dirceu, né? Se estivéssemos numa ditadura de esquerda, como gostaria Zé Dirceu, o Estado seria de exceção e o corrupto ex-ministro seria
eminência parda.
Já Fernando Morais rezou o mantra que o PT soltou e fez seus
cupinchas repetirem por aí. Diz ele que Dirceu foi “vitimado” na tentativa de
atingir Lula. Pois é, Morais fala como se não houvesse prova alguma contra Zé
Dirceu, se esquecendo dos depoimentos todos que apontavam para a continuidade
dos crimes. De resto, Morais, que escreve bem, aliás, louvou a ditadura cubana
no seu livro mais famoso, onde Dirceu, digamos, “forjou seu caráter” e, na
ausência de argumentos mais concretos, ele assume a “imprensa chapa branca” que
existe dentro dele e repete a fala oficial do partido.
José de Abreu, essa triste figura que, pateticamente,
defende bandidos como se recitasse um script de mais uma novela, considerou “piada”
prender alguém que já foi condenado alegando continuidade criminosa. Talvez por
ser tão mau ator, Abreu esteja querendo tentar a carreira jurídica e se arvore
a julgar atos judiciais. A prisão de Dirceu foi tão legal, tão dentro da lei,
que o Supremo Tribunal Federal aprovou a transferência do preso para Curitiba,
ele que não poderia sair de Brasília. Fosse “piada” o STF certamente impediria
sua viagem. E Abreu ainda critica o juiz Sergio Moro, num ato insano que mostra
bem a debilidade de seu argumento.
Por fim, o velho comunista e bom humorista Luis Fernando
Veríssimo, não viu piada na prisão e sim que se trata de uma prisão política “pelo
que Dirceu representa”. Veríssimo deve ter saudade da ditadura, quando
políticos eram presos pelo que diziam ou escreviam, ou mesmo representavam. Dirceu
não escreveu nada, não disse anda e o silêncio do seu partido sobre sua prisão
mostra que ele não representa mais nada. Está preso apenas por que roubou
dinheiro público fartamente.
Ainda bem que o Brasil não depende desses “intelectuais”
para forjar um pensamento crítico. Fosse assim, seríamos candidatos a frequentar
eternamente a rabeira da História.
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