Um amigo leitor do blog me enviou um e-mail sobre o assessor
da Prefeitura de Campinas que foi preso hoje de manhã. O e-mail, eu diria, é deveras
sugestivo e, por isso, faço questão de compartilhá-lo com os leitores do blog. Ele
fez rápida pesquisa nos arquivos disponíveis e descobriu sobre Alexandre Cora
Francisco, o tal Xandão, o seguinte:
- Foi candidato a
vereador em Hortolândia pelo PTB, como “Xandão do Transporte Público” (teve 42
votos) e foi diretor da Cooperativa do Transporte Alternativo de Hortolândia;
- À Justiça Eleitoral
declarou zero de patrimônio, mesmo sendo proprietário da Alexandre Cora
Francisco Transportes Ltda. - ME, empresa de transporte rodoviário de passageiros,
com CNPJ 74.439.498/0001-20, aberta em 1994 e ativa até hoje. Empresa
é patrimônio de declaração obrigatória, mesmo que deficitária;
- Teve as contas de
campanha rejeitadas pelo TER;
- Em janeiro de 2013
virou Assessor XI do Gabinete do Secretário das Relações Institucionais com salário
(atual) de R$ 6.992,00;
- Foi nomeado dias
depois (em 16/01/2013) “representante do Gabinete do Prefeito na Força-Tarefa
para, em regime de urgência, formular plano de ação visando à regularização do
comercio informal”;
- De quebra, segundo o
mesmo Diário Oficial, passou a acumular cadeira como titular do Conselho
Municipal de Meio Ambiente, o Condema;
Esse meu amigo não resiste às ironias e pergunta: “Agora, cá entre nós, com tanta informação
correndo solta pela web nestes anos todos, com essas pequenas contradições no
currículo, você acha que alguma empresa de capital privado contrataria o Xandão
para Analista de Assuntos Institucionais ou algo parecido, mesmo com os 4
semestres do curso de Administração Pública na Anhanguera?
O Jonas afirmar que
são questões de ordem pessoal e exonerar rapidinho o assessor XI logo, logo,
vai parecer pouco. Teria que ser estilo “mulher de César”, teria que levantar
urgente e por conta própria tudo em que o cidadão esteve envolvido ou de que
participou nos conselhos e na administração. Para quem gosta de um visual
cosmético, nada melhor para enfeitar a pílula. Cosmético ou não, seria a hora
de fazer um pente fino e se livrar de figuras inconvenientes com currículos parecidos
com o do Assessor XI. Duro é ter peito pra fazer isso.”
Pois é, caro amigo, já foi o tempo em que Campinas tinha um
prefeito que era também um líder político. O último morreu em fevereiro de
1996.
E por que cargas d'água alguém contrataria um assessor comissionado (e lembremos que esses cargos de livre provimento, sem concurso, são disputados a tapa) com essas, digamos, qualificações? E para trabalhar ali pertinho do prefeito? Ainda: ninguém checou a folha corrida do cara, antes de transformá-lo em digno funcionário municipal? Dizem que ele apresentou todos os documentos necessários para provar sua idoneidade. Será que eram verdadeiros?
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