terça-feira, 1 de dezembro de 2015

O tal Xandão do Gabinete

Um amigo leitor do blog me enviou um e-mail sobre o assessor da Prefeitura de Campinas que foi preso  hoje de manhã. O e-mail, eu diria, é deveras sugestivo e, por isso, faço questão de compartilhá-lo com os leitores do blog. Ele fez rápida pesquisa nos arquivos disponíveis e descobriu sobre Alexandre Cora Francisco, o tal Xandão, o seguinte:

- Foi candidato a vereador em Hortolândia pelo PTB, como “Xandão do Transporte Público” (teve 42 votos) e foi diretor da Cooperativa do Transporte Alternativo de Hortolândia;

- À Justiça Eleitoral declarou zero de patrimônio, mesmo sendo proprietário da Alexandre Cora Francisco Transportes Ltda. - ME, empresa de transporte rodoviário de passageiros, com CNPJ 74.439.498/0001-20, aberta em 1994 e ativa até hoje. Empresa é patrimônio de declaração obrigatória, mesmo que deficitária;

- Teve as contas de campanha rejeitadas pelo TER;

- Em janeiro de 2013 virou Assessor XI do Gabinete do Secretário das Relações Institucionais com salário (atual) de R$ 6.992,00;

- Foi nomeado dias depois (em 16/01/2013) “representante do Gabinete do Prefeito na Força-Tarefa para, em regime de urgência, formular plano de ação visando à regularização do comercio informal”;

- De quebra, segundo o mesmo Diário Oficial, passou a acumular cadeira como titular do Conselho Municipal de Meio Ambiente, o Condema;

Esse meu amigo não resiste às ironias e pergunta: “Agora, cá entre nós, com tanta informação correndo solta pela web nestes anos todos, com essas pequenas contradições no currículo, você acha que alguma empresa de capital privado contrataria o Xandão para Analista de Assuntos Institucionais ou algo parecido, mesmo com os 4 semestres do curso de Administração Pública na Anhanguera?

O Jonas afirmar que são questões de ordem pessoal e exonerar rapidinho o assessor XI logo, logo, vai parecer pouco. Teria que ser estilo “mulher de César”, teria que levantar urgente e por conta própria tudo em que o cidadão esteve envolvido ou de que participou nos conselhos e na administração. Para quem gosta de um visual cosmético, nada melhor para enfeitar a pílula. Cosmético ou não, seria a hora de fazer um pente fino e se livrar de figuras inconvenientes com currículos parecidos com o do Assessor XI. Duro é ter peito pra fazer isso.”

Pois é, caro amigo, já foi o tempo em que Campinas tinha um prefeito que era também um líder político. O último morreu em fevereiro de 1996.

Um comentário:

  1. E por que cargas d'água alguém contrataria um assessor comissionado (e lembremos que esses cargos de livre provimento, sem concurso, são disputados a tapa) com essas, digamos, qualificações? E para trabalhar ali pertinho do prefeito? Ainda: ninguém checou a folha corrida do cara, antes de transformá-lo em digno funcionário municipal? Dizem que ele apresentou todos os documentos necessários para provar sua idoneidade. Será que eram verdadeiros?

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