A prova de que a campanha de Hélio de Oliveira Santos (PDT)
em 2004 foi irrigada com dinheiro sujo da corrupção foi revelada hoje, através
da divulgação do depoimento do empresário e amigo de Lula, José Carlos Bumlai.
Depois de confirmar que emprestou R$ 12 milhões, em 2004, junto ao banco Schahin e que esse dinheiro era para o PT, Bumlai afirmou que a metade foi para Santo André e que ficou sabendo depois que era para pagar a chantagem que o empresário Ronan Maria Pinto estava fazendo à cúpula do partido: se não recebesse o dinheiro, diria o que sabia sobre o assassinato do prefeito Celso Daniel (PT). E se o PT pagou é porque o que o chantagista sabia, envolvia a alta cúpula petista, ou seja, está quase provado que o PT mandou matar Celso Daniel.
Bumlai jamais pagou o empréstimo ao banco, o que acabou sendo feito através da Petrobras.
Depois de confirmar que emprestou R$ 12 milhões, em 2004, junto ao banco Schahin e que esse dinheiro era para o PT, Bumlai afirmou que a metade foi para Santo André e que ficou sabendo depois que era para pagar a chantagem que o empresário Ronan Maria Pinto estava fazendo à cúpula do partido: se não recebesse o dinheiro, diria o que sabia sobre o assassinato do prefeito Celso Daniel (PT). E se o PT pagou é porque o que o chantagista sabia, envolvia a alta cúpula petista, ou seja, está quase provado que o PT mandou matar Celso Daniel.
Bumlai jamais pagou o empréstimo ao banco, o que acabou sendo feito através da Petrobras.
Mas o fato que diz respeito a Campinas vem logo em seguida. Diz o empresário em sua delação premiada que soube que parte do dinheiro iria para Campinas por causa da presença de marqueteiros que atuavam na campanha daquela cidade.
Vamos lembrar então da campanha de 2004 em Campinas. Eu
trabalhava então no Correio Popular, era responsável pela coluna Xeque Mate e
recebia muitas informações. O primeiro turno terminou com Carlos Sampaio (PSDB)
em primeiro e, surpreendentemente, Hélio de Oliveira Santos (PDT) em segundo. Luciano Zica, o candidato do PT, que esteve em
segundo lugar durante boa parte do primeiro turno acabou perdendo por pouco do “doutor”.
Sampaio despontava como franco favorito no segundo turno,
pois o PT estava fora e Hélio não parecia ter fôlego para continuar disputando.
Foi aí que o PT de Brasília, através de José Dirceu, então poderoso ministro
chefe da Casa Civil de Lula, veio em socorro de Hélio.
Essa entrada do PT federal na campanha irritou Luciano Zica.
Chamado ao Planalto para colaborar na campanha de Hélio, saiu de lá
esbravejando, pois havia sido deixado à míngua por Brasília no primeiro turno
e, agora, pediam para que ele apoiasse o candidato do PDT. Na garagem do Palácio
do Planalto, soltou vários palavrões contra a cúpula do PT que foram ouvidos
por um repórter do jornal O Estado de São Paulo. O repórter do Estadão publicou
o fato no dia seguinte e eu repiquei na coluna depois. Não sem antes ligar para
Zica, que confirmou a notícia.
Ora, se Zica ficou à míngua e o PT mandou dinheiro para
Campinas, só pode ter sido para a campanha do “doutor” Hélio. Para o PT era
importante vencer um adversário do PSDB.
Para confirmar mais ainda o envio de dinheiro sujo pra a
campanha de Hélio, eu, como colunista, havia recebido a informação de que o candidato
do PDT estava quase desistindo do segundo turno, pois não tinha mais dinheiro.
Eu ia publicar essa informação quando soube que um emissário do PT havia
chegado a Campinas com muito dinheiro, em malas até. E a campanha de Hélio, no
segundo turno, ganhou enorme impulso, com marqueteiros da equipe do PT de
Brasília e muitos recursos visuais que, agora, o dinheiro podia comprar.
O homem da mala enviado por Zé Dirceu a Campinas era seu
grande amigo Luiz Carlos Rocha Gaspar que, no governo de Hélio, foi nomeado presidente
da empresa municipal Companhia do
Desenvolvimento do Polo de Alta Tecnologia. Eu cheguei a entrevistá-lo uma vez
e perguntei sobre a amizade dele com Zé Dirceu (já então cassado e preso). Ele
confirmou e disse que eram amigos desde as aventuras cubanas. De resto, foi um
dos secretários mais omissos que Campinas já teve. E só saiu da Ciatec um ano
depois da posse do atual prefeito Jonas Donizette (PSB).
O apoio financeiro do PT acabou contagiando os petistas de
Campinas que viram na eleição de Hélio a possibilidade de derrotar o PSDB e
fazer parte do governo. Com os votos de
Zica indo todos para Hélio e com o clima de já ganhou da campanha de Carlão
muito bem aproveitado pelo adversário, não foi difícil para os experientes marqueteiro
do PT reverter a tendência eleitoral. Eleito no segundo turno, Hélio iniciaria,
em 2005, uma trajetória na Prefeitura que seria marcada pelo maior escândalo de
corrupção da história da cidade.
Hélio de Oliveira colocou sua mulher, Rosely dos Santos como chefe de
Gabinete e, através dela, a corrupção correu solta em Campinas durante quase
sete anos. Ela hoje está condenada a uns 40 anos de prisão e Hélio foi cassado
pela Câmara por corrupção, estando inelegível, nesse processo, até 2018.
Como se vê, os boatos que circularam à época – e que eu não
pude publicar por falta de provas – tinham seu fundo de verdade: Hélio foi
eleito com dinheiro sujo do PT e, fazendo jus à aliança inicial, cometeu um
governo eivado de corrupção.
Essa quadrilha está agindo há anos. Celso Daniel e Toninho que o diriam, se não tivessem sido assassinados.
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