Quem me conhece sabe que não morro de amores pelo governo
que Jonas Donizete (PSB) está realizando em Campinas. Com uma cara de um
governo que já vimos por aqui - e que acabou mal – Jonas não inova e não consegue
implantar em Campinas uma administração positiva, saudável e que combata os
principais problemas da cidade.
Mas agora me vejo obrigado a defender uma de suas ações.
Trata-se da terceirização de serviços em várias áreas da Prefeitura como
solução para se gastar menos dinheiro e para agilizar esses serviços. Claro que
se a coisa não for bem feita pode dar margem a distorções e corrupções, mas em
princípio, a medida é salutar para o usuário e para os cofres públicos.
Só que o PT e mais alguns partidecos de esquerda que nem
merecem ser chamados de partidos estão contra. Eles chamam a terceirização de
privatização, palavra que o PT demonizou ao longo dos anos, mas que acabou
realizando várias vezes tanto no governo de Lula quanto no de Dilma. O PT é
assim mesmo: condena o que os adversários fazem, mas faz igual, numa desonestidade
sem fim.
A principal bandeira da “luta contra a privatização” se dá
na área da Saúde, reduto da esquerda há muito tempo, desde quando por lá se
instalou um representante do partidão (antigo PCB) no primeiro governo de Chico
Amaral e transformou a secretaria num bunker das esquerdas. Depois, com o
crescimento do PT, foi fácil dominá-la expulsando os “velhos companheiros”.
Dominada a secretaria e seus serviços, o PT pode chamar seus
servidores para protestos diante de qualquer coisa que ali aconteça e com a
qual ele não concorde. Mesmo que, como é o caso, seja boa para a cidade. Ao PT
nunca interessou um benefício para o povo se ele não for tão ou mais
beneficiado. É assim que o PT trabalha para dominar o Brasil: o interesse do
partido vem primeiro.
A coisa é tão desonesta que, quando o PT era aliado do
governo de Hélio de Oliveira Santos (ODT) cassado por corrupção, se calou
completamente quando da terceirização (ou seria privatização?) do Hospital Ouro
Verde. O hospital foi construído com dinheiro público e entregue a uma empresa privada,
a Associação Paulista para o Desenvolvimento de Medicina (ASPDM), sem qualquer
concorrência. E, claro, sem qualquer protesto do PT na ocasião. Detalhe: na
época eu era colunista do Xeque-Mate do Correio Popular e recebi informações de
que a entrega da administração do hospital para a empresa privada teria
ocorrido por ordens expressas do então presidente da República, Lula. Não pude
confirmar e não lembro se publiquei apenas como uma suspeita.
Teve o caso ainda a novo estação rodoviária, também
construída com dinheiro público e entregue de mão beijada para a Socicam, uma empresa
privada. E, claro, sem qualquer protesto do PT.
Mas agora, como o PT é oposição, ele age do mesmo jeito que
sempre agiu: se a terceirização ou privatização não é feita por um governo
petista ou um governo que ele apoia, o PT é contra. E chama para a greve os
servidores públicos de um serviço mais que essencial, pois é responsável pela
vida de muita gente que não tem condição de ter um plano de saúde, ou seja, a
parcela menos favorecida da população. É ela que vai sofrer – e até morrer –
com a sacanagem petista. Mas, no discurso, o PT diz que defende o povo. Então
tá.
De resto, o PT com seus dogmas de esquerda que não deram
certo em lugar nenhum do mundo, continua sua caminhada rumo ao passado, sempre
reagindo contra o mundo mais moderno, mas econômico, mais desenvolvido. Com sua
política de viés socialista, ele acaba promovendo a pobreza, espalhando a
miséria e tentando impedir que conquistas salutares para a população sejam
alcançadas. É o rei do atraso.
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