Com 0,1% de “crescimento” em 2014, o Brasil fecha o primeiro
mandato de Dilma Rousseff com uma das menores taxas de evolução econômica e
fica muito aquém das necessidades mínimas para alavancar qualquer
desenvolvimento.
A esse cenário junte-se uma inflação estourando o teto da
meta, uma economia enorme nas contas e investimentos, uma taxa de juros oficial
de 12,75% para atrair capital para financiar o governo, uma indústria andando
pra trás e uma queda nas exportações do agronegócio de mais de 12% no último
trimestre do ano passado, e temos um quadro que aponta para a recessão.
E nesse cenário não se falou de política ou de corrupção,
dois fatores tão importantes quanto a economia em geral para desgraçar de vez
um país. Na política, uma presidente que parece cada vez mais abandonada pelo
seu próprio partido, perdida entre seus 39 ministérios e refém de um ministro
da Fazenda que, se sabe o que está fazendo, angaria antipatias entre quase
todas as forças políticas do país.
Já no setor jurídico-policial, a Operação Lava-Jato continua
produzindo seus estragos no seio do governo e entre as maiores empreiteiras do
país, ao descobrir o maior esquema de corrupção já instalado por um governo
para enriquecer alguns e comprar uma base para aprovar seus projetos sem
questionamentos.
Esse o Brasil que começa 2015 cambaleante, com vagas
promessas de que tudo vai se acertar até o final de 2016. É muito tempo. O povo
na rua tem pressa e quer duas coisas básicas: que os responsáveis pela
corrupção sejam punidos – e isso envolve todos os responsáveis e não apenas os
peixes pequenos – e a troca de comando no Palácio do Planalto.
No próximo dia 12 de abril o Brasil será novamente tomado
por passeatas de norte a sul. Se as de 15 de março provocaram uma reviravolta
nas preferências nacionais – o PT e seu presidente nunca foram tão
rejeitados - as de abril prometem mudar até
o apoio, já tímido, no Congresso. Ou seja, se as ruas se encherem novamente
tanto ou mais quanto em março, o mandato de Dilma Rousseff pode pedir o boné.
Se continuar, mesmo que não haja impeachment, viverá de rusgas eternas com um
Congresso arredio e com um PT procurando uma saída que não o enterre de vez. Ou
seja, Dilma estará inexoravelmente sozinha, tendo a renúncia como única solução.
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