terça-feira, 1 de setembro de 2015

Até quando?

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O advogado e fundador do PT, Hélio Bicudo, a quem, durante a ditadura nós, que nos opúnhamos a ela, reverenciávamos como um baluarte da democracia, uma voz na escuridão autoritária, um homem de coragem cujo exemplo deveria ser seguido por quem pleiteava a liberdade, aos 93 anos ainda está a ensinar como se pratica o direito do cidadão que não se conforma com um governo corrupto, inepto e incompetente.

Bicudo protocolou na Câmara dos Deputados um pedido de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff, juntando na peça várias acusações que pesam sobre seu governo e sobre o governo anterior, de Lula, alegando que a própria presidente disse que ele jamais teria saído da presidência, que sempre estaria ali, o tempo todo.

2
O governo de Dilma Rousseff mandou ao Senado a peça orçamentária de 2016 com um rombo de R$ 30,5 bilhões, contrariando a Lei de Responsabilidade Fiscal, que existe exatamente para obrigar o governante – de qualquer instância – a produzir orçamentos equilibrados, onde a receita prevista jamais ultrapasse a despesa necessária.

E, contrariando a lei e a lógica, Dilma pede socorro ao Congresso para que ele faça o que ela não consegue (uma confissão total da incompetência, diga-se): aumentar a receita e/ou cortar despesas para equilibrar o orçamento do ano que vem. Como se deputados e senadores estivessem dispostos a cortar receitas e ficar com o ônus de uma ação que deve ser praticada pelo Executivo.

3
O tesoureiro da campanha de Dilma Rousseff – João Vacarri – é indiciado pela Polícia Federal acusado no processo conhecido como Petrolão, de crimes como formação de quadrilha, corrupção ativa e passiva, falsidade ideológica e lavagem de dinheiro.

O outrora todo-poderoso José Dirceu, o principal ministro de Lula até ser descoberto como chefe do corrupto esquema do Mensalão, também é indiciado, no mesmo processo do Petrolão, pela PF, por corrupção passiva, lavagem de dinheiro, falsidade ideológica e formação de quadrilha. E, acrescente-se, esses crimes ocorreram todos durante e depois do processo do Mensalão, o que significa que, mesmo condenado por corrupção, continuou corrompendo, formando quadrilha, praticando falsidade ideológica e lavando dinheiro.

4
A eleição de Dilma Rousseff, em 2010, ocorreu financiada, em boa parte, pelo dinheiro sujo da corrupção, como atestam alguns delatores nos processos da Lava Jato.

A reeleição de Dilma Rousseff, em 2014, ocorreu financiada, em grande parte, pelo dinheiro sujo da corrupção, como atestam alguns delatores da Lava Jato e como comprovam inúmeros documentos oriundos de empresas fantasmas, criadas para lavar dinheiro da campanha. Documentos, diga-se, anexados na prestação de contas da campanha eleitoral do PT.

Em ambas as eleições, o dinheiro sujo da corrupção saiu, principalmente, da Petrobras, como atestam alguns dos etc. e tal, mas já há delações que informam que a corrupção se espalhou por todos os ministérios dos governos Lula e Dilma, como, aliás, era facilmente previsível.

5
O Tribunal de Contas da União está em vias de rejeitar as contas de 2014 do governo Dilma, por conterem falsidades orçamentárias e maquiagens diversas, principalmente as chamadas “pedaladas fiscais”, onde o governo obrigava bancos estatais a pagarem contas do governo e depois escondia essas dívidas da composição orçamentária, divulgando um cenário positivo das contas quando ele era extremamente negativo. Isso é crime, previsto na Lei de Responsabilidade Fiscal. A prática, diz o TCU, continuou em 2015, agravando ainda mais a situação.

6
A inflação já começa a fazer enormes estragos na economia. O dólar elevado em relação ao real faz sua parte na desgraça geral também, aumentando preços de produtos e dívidas de empresas. A consequência primeira é a alta do desemprego e a consequência seguinte é a volta para o estado de pobreza ou de miséria de milhões de famílias que haviam conseguido galgar um degrau na escala social, por conta de uma distribuição irresponsável de recursos, quer via programas sociais, quer via crédito fácil bancado pelo governo. A fonte secou e o país entrou em recessão, como aliás, muitos analisas e economistas previram. A previsão mais famosa, de uma economista do Santander, foi duramente criticada por Lula que exigiu sua demissão e o imbecil do banco obedeceu.

A lista é enorme e poderiam ser incluídas aqui inúmeras promessas não cumpridas, obras não 
terminadas, outras nem começadas, a violência campeando solta pelo Brasil, o descuido com as fronteiras por onde passam livres drogas, armas e todo tipo de contrabando possível, a penúria da saúde e das universidades federais (quase todas em greve por falta de recursos), a falta de estrutura que encarece nossas exportações etc.

A pergunta que fica pairando no ar é: até quando o Brasil vai suportar tudo isso? Até quando seremos obrigados a ter um governo:

- ilegítimo porque eleito com o dinheiro da corrupção

- incompetente porque só sabe gastar dinheiro sem o devido retorno à população

- mentiroso porque se elegeu pintando um Brasil na tevê que não existe e prometeu sabendo que 
jamais cumpriria e

- corrupto como provam os inúmeros processos em curso?

O Brasil não vai aguentar muito tempo mais nessa agonia.

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