O que poderia ser um raro sinal positivo na administração de
Campinas, parece mais consequência de um irresponsável autoritarismo. Estou me
referindo ao presidente da Emdec e secretário dos Transportes de Campinas,
Carlos José Barreiro, que andou expulsando jornalistas de uma entrevista para a
qual haviam sido convidados e sendo extremamente mal educado com uma repórter
do Correio Popular.
O sinal positivo que ele poderia estar dando é de que é não atende
a pedidos de vereadores. É positivo porque, infelizmente, a grande maioria da
Câmara Municipal quer se reeleger e para tanto, tenta conseguir “benfeitorias”
para suas regiões. Eles trocam a obrigação de fiscalizar o Executivo e fazer
leis que realmente beneficiem a população por esse troca-troca de benfeitorias,
exercendo para tanto verdadeira romaria diária aos gabinetes do Executivo.
Como tenho ouvido várias queixas de que Barreiro não os
atende, pensei que se tratava de um secretário que não se rendia às pressões
dessa maioria de vereadores. Era, talvez, a única qualidade que eu via nele, já
que o trânsito e os transportes públicos de Campinas que estão sob suas atribuições
na Secretaria e na empresa pública, andam cada vez piores na cidade.
Mas a possível qualidade desapareceu em consequência desse
episódio: o que lhe move para recusar atendimento a pedidos de vereadores não
são outras prioridades de sua gestão e sim a prática de um autoritarismo típico
dos incompetentes, pois ataca jornalistas em pleno exercício de suas funções.
Impedir a permanência, numa entrevista coletiva, de dois
jornalistas alegando – de modo mentiroso, diga-se – que eles não haviam sido
convidados, é usar o poder para tomar atitude covarde, o que só evidencia a
falta de caráter e o despreparo para o cargo público.
Já destratar uma repórter, acrescentando a uma resposta a
uma pergunta técnica frases como “seus óculos e seus cabelos estão sujos”, é mostrar
que é uma pessoa desprovida de educação básica que jamais deveria ter sido
nomeada para as funções que exercem, pois elas que exigem um mínimo da
dignidade própria dos seres humanos.
Não sei se o secretário, homem de total confiança do
prefeito Jonas Donizette (PSB), vai ser sequer advertido por sua conduta
totalmente fora dos padrões civilizados. Merecia ser excluído da equipe de
secretários, mas aí já é esperar demais de um prefeito fraco como Donizette.
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