A possibilidade da entrada de mais um concorrente na corrida
à Prefeitura de Campinas, revelada hoje na coluna Xeque Mate do Correio Popular,
se não tem grande peso num possível resultado, mostra, ao menos, estratégias
que estão sendo pensadas.
O novo personagem na corrida, o presidente da Câmara Rafa Zimbaldi
(PP), sabe que não tem chance alguma de ser eleito, mas coloca seu nome no
páreo para medir sua força a uma candidatura a deputado em 2018 e, ao mesmo
tempo, tentar pavimentar a estrada para um novo mandato de Jonas Donizette
(PSB), de quem é aliado.
O quadro até agora tinha três concorrentes com chance de
chegar ao segundo turno: o próprio prefeito, o candidato do PT, que deve ser
Márcio Pochmann e o vereador Artur Orsi, de malas prontas para o PSD, já que no
seu partido, o PSDB, os caciques Carlos Sampaio e Célia Leão não admitem que qualquer
outra liderança local apareça e, portanto, jamais dariam a legenda a Orsi.
Sem lideranças para o cargo de prefeito, o PSDB
vive fase amarga em Campinas: não teve candidato a prefeito pela primeira vez e
caminha para não ter pela segunda vez, abandonando um enorme eleitorado. Desde
que foi criado, elegeu um prefeito e em apenas uma eleição não foi ao segundo
turno. Agora está a reboque do inexpressivo Donizette.
A entrada de Zimbaldi pode significar um pouco menos de
votos para o PT e para Orsi? Talvez. Na última
eleição, Zimbaldi teve pouco mais de 9 mil votos, um número que, se é bom para
a Câmara, é insignificante para a Prefeitura. Claro que eleição para prefeito
tem muito menos candidatos, mas o mandato de Zimbaldi na Câmara, sem qualquer
fato que o faça sobressair além de ter conseguido a presidência com as bênçãos
do prefeito, não o projeta como um candidato cotado para um segundo turno, nem com mais votos que qualquer um dos três já colocados.
O PT é uma incógnita. Pode até não ter candidato, pois
esbarra no mar de lama em que está envolvido, na possibilidade de seu maior líder
ser até preso por corrupção e também na pouca vontade de seu único candidato em
Campinas concorrer. Pochmann, um intelectual de esquerda, preso a conceitos marxistas
retrógrados e autoritários, jamais dirigiu uma Prefeitura e chegou ao segundo
turno na eleição passada por que o PT ainda não tinha tantos podres revelados e
Lula desfrutava de algum prestígio. Hoje, o apoio de Lula pode significar o
contrário do que significou há quatro anos. (A reeleição de Dilma eu não conto,
pois há enormes suspeitas de fraude e de uso de dinheiro público roubado para
fazer sua campanha).
É esse PT combalido que Donizette “elegeu” em entrevista, como seu maior
adversário nas urnas em outubro. Não deve ser. A entrada de Orsi no PSD e sua
firme determinação de concorrer à Prefeitura, é o fato novo e importante para a
próxima eleição. Donizette sabe disso e, ao mesmo tempo em que tenta desviar o
foco dizendo ser o PT seu maior adversário, incentiva (ou
determina) uma nova candidatura originária do mesmo campo de Orsi, a Câmara.
Portanto, é mais provável que Donizette tenha chamado Zimbaldi para concorrer. Os dois - Orsi e Zimbaldi - concorreriam pela primeira vez, são oriundos da Câmara e tiveram participação
ativa na cassação de Hélio de Oliveira. Só que as coincidências terminam aí e
não dá pra dizer que elas podem dividir
o eleitorado.
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