Anda ontem escrevi aqui que a Justiça brasileira e está ainda
pior depois que o PT aparelhou o STF. Evidente que os senhores ministros do STF
não leram meu blog para decidir prender o líder do governo no Senado, Delcídio
do Amaral (PT), e o bilionário banqueiro André Esteves.
A decisão do ministro Teori Zvascki, referendada depois
pelos ministros da segunda turma com eloquentes discursos contra a bandidagem
que tomou conta do governo brasileiro, teve dois motivos principais. Não sei
qual dos dois pesou mais na cabeça dos juízes do STF, mas um deles se constitui
de provas materiais. O filho de Cerveró, Bernardo, gravou longa conversa com
Delcídio onde até a rota de fuga do ex-diretor da Petrobras é planejada, além
de acertos de gordas mesadas para garantir a vida boa da família toda no
exterior, de preferência na Espanha, já que Cerveró tem cidadania espanhola
também. Diante dessas provas, se o STF bobeasse, perderia toda e qualquer
condição de julgar quem quer que seja e, embora os ministros não fossem sofrer
qualquer sanção, a opinião pública passaria a tratá-los como tem tratado
figuras petistas por aí.
O outro motivo foi o fato de Delcídio ter citado, na
conversa, que arranjaria, no STF, o relaxamento da prisão de Cerveró. Ora, isso
só poderia ser feito se o líder do governo no Senado tivesse alguma espécie de
ascensão sobre os ministros, ou seja, se tivesse poder de influenciar nas
decisões deles. E isso dito em público pegou mal, muito mal. Caso não houvesse
providências do STF, pairaria sobre a mais alta corte da Justiça brasileira a
maior desconfiança da sua história. Aliás, seria mais que desconfiança: seria a
certeza de que o aparelhamento está vivo e que vários ministros seriam
obedientes não à Constituição e às leis, mas ao governo e ao partido que o
comanda. Seria o fim de toda e qualquer esperança de um dia ver esse país
aplicar a lei e interromper o império da bandidagem e da corrupção.
Como o STF não pode ser apenas e tão somente honesto, mas é
obrigado a também aparentar honestidade, a fala de Delcídio foi fatal para que
os ministros demonstrassem ao país que não são aparelhos de um partido e que
não estão ali para prestar favores ao governo.
Agora é seguir em frente. Cerveró virou delator premiado e
sabe tudo sobre Pasadena, por exemplo. Foi dele o relatório que Dilma disse ter
sido falho e no qual se baseou para aprovar a compra da
"Ruivinha", a refinaria
norte-americana cheia de ferrugem.
Outros delatores já afirmaram que a venda – com prejuízo de
quase um bilhão de dólares para a Petrobras e com festa dos vendedores belgas –
rendeu propinas milionárias para o esquema que o governo petista implantou na estatal.
As denúncias de Cerveró agora terão o poder de consubstanciar o esquema todo
que atinge a cúpula do partido do partido e do governo petistas. Durante as
negociatas iniciais de Pasadena, Lula era presidente e Dilma chefiava o
Conselho de Administração da Petrobras, a mais alta instância da empresa e quem
dava a palavra final a esse tipo de aquisição. Quando a Petrobras pagou o
restante pela usina enferrujada (US$ 820,5 milhões, Dilma já era presidente.
Todo mundo sabe que ambos estão envolvidos até o pescoço
nessa e em outras tenebrosas transações. Parece que agora vai ser possível provar
de forma mais veemente essas participações. E o STF parece estar disposto a
fazer valer a lei. É o que se espera. É o que o povo decente do Brasil deseja.
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