Além das piadas todas que estão sendo produzidas tendo como
tema o presidente interino da Câmara, Waldir Maranhão (MA), por ele ter tentado
anular o processo de impeachment cometendo uma patuscada jurídica de fazer
corar até um vestibulando de Direito, circulam também pelo menos três versões
sobre os bastidores que antecederam a assinatura da malfadada medida.
A primeira que li é que ele teria sido convencido pelo advogado
geral da União, José Eduardo Cardozo que lhe garantiu que Renan Calheiros
(PMDB) acataria a medida. Com isso, o processo de impeachment seria anulado e
teria de começar de novo, dando enorme tempo para que Lula comprasse mais
algumas dezenas de deputados, suficientes para salvar o mandato de Dilma.
A segunda também inclui Cardozo, mas tem um cenário mais
amplo. O governador do Maranhão, Flávio Dino (PC do B) teria iniciado o processo
de convencimento ainda no estado, em conversas com o conterrâneo. Em seguida, o
governo federal teria mandado um jatinho da FAB buscar o presidente da Câmara
em São Luís, que voltou para Brasília acompanhado do governador. Durante a
viagem, mais promessas de guloseimas depois de assinatura do ato. E já em
Brasília, uma reunião com Cardozo, regada a várias garrafas de Velho Barreiro
(pode ter sido também uísque 12 anos...) e à lábia do advogado de Dilma teriam
definido a situação: Waldir Maranhão saiu dali convencido que iria entrar para
a história e teria apoio do “povo” e a gratidão eterna da presidente...
E há uma terceira versão, a de que ele teria sido convencido
por Lula que lhe garantira apoio para uma candidatura a senador. Das três, essa
é a mais fraquinha, mas pode ter lá seu fundo de verdade, afinal, prometer é
uma das coisas que Lula mais fez na vida.
Seja qual for o motivo verdadeiro que levou Maranhão a
assinar a estrovenga, há uma só conclusão possível: ele nunca esteve preparado
para ser sequer vereador em São Luís. Entrou na política par “se dar bem”, como
muitos outros políticos que esse Brasil elege. Uma nota no site O Antagonista
mostra um outro lado da figura: ele tem uma dívida de campanha de R$ 1,3 milhão
com uma gráfica, não pagou e está sendo processado, correndo o risco de perder
a própria casa.
Enfim, o Brasil poderia ter passado sem essa, não fosse a
ignorância e a ganância de muitos homens públicos que elegemos e a desejo
incontido do PT de se manter no poder.
Tudo indica que o PT está disposto a criar, nesse ocaso do
poder em que vive, um clima de beligerância para que, acirrados os ânimos e o
pau quebrando, ele possa posar, derrotado que será, como vítima de uma maioria política
momentânea “movida por interesses escusos”.
É apenas mais um truque de um partido que teve tudo nas mãos
para transformar o Brasil num país de primeiro mundo, mas que, agarrado às
benesses do poder, preferiu o pior caminho: se manter no poder a qualquer
custo, realizando o governo mais corrupto da história do país, quiçá do mundo.
Por isso, mesmo que antes de terminar esta semana Dilma
desça a rampa do Palácio do Planalto, acompanha de um vergonhoso séquito, o PT,
depois de 13 anos no poder, terá sido obrigado a sair pelas portas do fundo,
escorraçado pela jovem democracia brasileira que ele, apesar de tentar, não
conseguiu extinguir.
Que assim seja. Meu coração não aguenta tanto sobressalto. Ontem eu estava uma pilha de nervos. Ninguém merece.
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