quarta-feira, 18 de maio de 2016

A grande mentira petista


Como escreveu o jornalista Josias de Souza, “o PT presume que o Brasil é uma nação de tolos”. Ele disse isso baseado na “resolução sobre a conjuntura” que o Diretório Nacional do partido produziu ontem. 

Esses documentos geralmente são para consumo interno do partido, são eivados de erros grosseiros de avaliação da realidade e todo ele escrito a partir de princípios ideológicos de esquerda que não encontram amparo em nenhuma nação desenvolvida do mundo. Até na China esses conceitos já foram deixados de lado há um bom tempo. E até em ditaduras que têm de vagabundas o que têm de violentas e opressivas, como Cuba, Venezuela, Coreia do Norte, são conceitos ultrapassados, pois enxergam sempre o capitalismo em crise sucumbindo à inexorável marcha do socialismo...

Só que a resolução produzida ontem pelo PT traz mais bobagens que costumeiramente costuma trazer, já que o partido deixou o poder, como sabemos, e vive uma espécie de princípio do fim, execrado pela população, corroído pela corrupção e abatido pela incompetência.

A bobagem maior, como disse Josias, é que se depreende do texto que somos todos tolos. E por dois motivos: primeiro por não perceber – e apoiar – o magnífico governo petista; segundo, porque a análise da realidade atual do Brasil é tão absurda que somente os tolos poderiam acreditar nela. Creio que nem mesmo os autores do texto acreditam no que escreveram, pois só cabeças completamente deturpadas pela ideologia opressiva da esquerda e completamente alheias aos fatos recentes da política brasileira poderiam produzir tantas asneiras sem, ao menos, soltar um risinho pelo deboche encetado.

Chamar o processo de impeachment de “golpe” é fato que domina o documento. Mesmo que até o STF rejeite a farsa, o PT insiste em classificar o processo assim, talvez na esperança de que os “tolos” um dia acreditem.

Como se sabe, o impeachment ganhou corpo a partir das mentiras de Dilma sobre a situação econômica do Brasil, do uso dessas mentiras para se reeleger, das pedaladas fiscais (que sustentaram as mentiras) e das mudanças no orçamento que exigiam aprovação do Congresso e ela as fez sem qualquer autorização.  Mas o PT tem a cara de pau de dizer que foi “uma ofensiva planificada, que culminou com a unificação de distintos centros de comando ao redor da conspiração golpista”. E acrescentam que “a maioria conservadora do Congresso Nacional fabricou pretexto casuístico para depor um governo legitimamente eleito...” se esquecendo que essa maioria conservadora, poucos meses antes, estava toda no bloco de apoio ao governo petista e que só mudou de lado quando viu que a encrenca era maior do que ela poderia suportar. Ou seja: a presidente foi eleita com base em mentiras e o país estava em situação financeira que beirava o caos.

O “planejamento” foi tal que o PT afirma que o governo Dilma “era obstáculo a ser removido de forma imediata e a qualquer custo, de tal sorte que um governo de transição pudesse dispor de tempo suficiente para aplicar o programa neoliberal antes que as urnas voltassem a se pronunciar”. Esse trecho, aliás, parece admitir como certo o impeachment a ser julgado pelo Senado. Talvez seja a única conclusão realista que o documento sugere.

Claro que o documento, em duas dez páginas, não reserva uma linha sequer para falar do Mensalão ou do Petrolão como práticas ilegais patrocinadas pelo partido. Mas mencionam a Lava Jato, não para elogiar a maior operação anticorrupção já realizada no Brasil e que tem apoio da grande maioria da população, mas para dizer que ela “desempenha papel crucial na escalada golpista”. Eles têm a coragem de dizer que ela se tornou “instrumento político para a guerra de desgaste contra dirigentes e governantes petistas, atuando de forma cada vez mais seletiva quanto a seus alvos, além de marcada por violações do Estado Democrático de Direito”.

Para tanta bobagem assinada pelo PT, só mesmo lembrando que, no mesmo dia em que o documento é produzido, o juiz Sérgio Moro assina sentença condenando o “guerreiro herói do povo brasileiro” José Dirceu a 23 anos de prisão e o ex-tesoureiro do partido, José Vaccari, a 8 anos.  No caso de Dirceu, um trecho da sentença diz tudo sobre esse facínora: “O mais perturbador, porém, em relação a José Dirceu, consiste no fato de que recebeu propina inclusive enquanto estava sendo julgado pelo Plenário do Supremo Tribunal Federal a Ação Penal 470 [Mensalão], havendo registro de recebimentos pelo menos até 13/11/2013. Nem o julgamento condenatório pela mais Alta Corte do País representou fator inibidor da reiteração criminosa, embora em outro esquema ilícito".

É bem possível que os petistas digam que Moro esperou o documento do partido ser divulgado para publicar a sentença contra Dirceu...

Pode parecer incrível e altamente retrô, mas o documento chega a citar “a longa crise do capitalismo”, fala sobre uma “estratégia para desestabilizar as demais experiências progressistas na América Latina” e conclui o “raciocínio” afirmando que tudo isso “influirá sobre a evolução do bloco BRICS, cujo potencial... coloca em xeque a velha engenharia mundial das potências capitalistas”.

Sentiu um cheiro de papel carbono? Dos anos 1960, 1970, por aí? Pois é, o PT é velho e ultrapassado.

Na parte da autocrítica (sim ela existe!), o PT não deixa por menos. Depois de dizer que deveriam ter sido mais rigorosos à esquerda, voltam à velha história de reformas que não fizeram (embora, como se sabe, tivessem folgada maioria no Congresso para fazê-las). Diz o texto: “Logo ao assumirmos, relegamos tarefas fundamentais como a reforma política, a reforma tributária progressiva e a democratização dos meios de comunicação.” Essa última, foi quase um mantra petista ao longo de 13 anos. Como é costumeiro nas ditaduras de esquerda, o governo domina todo e qualquer meio de comunicação. O jornalismo só existe no modo “chapa branca”, ou seja, apenas veículos oficiais que só produzem notícias favoráveis ao governo. Todos os jornalistas – como de resto todo mundo numa ditadura de esquerda – são funcionários públicos. Era isso que o PT sonhava para o Brasil. Para implantar a ditadura, precisavam antes  dominar a “mídia”. Seria o começo das trevas.

Mas vejam só que meigo: ao invés de dizer que o PT saiu fazendo caixa 2 adoidado desde antes da eleição de Lula (o caso Celso Daniel, por exemplo, envolveu arrecadação ilegal de empresas de ônibus de Santo André para o partido, ocorrida entre 2000 e 2002), o documento assinala que “fomos contaminados pelo financiamento empresarial de campanhas, estrutura celular de como as classes dominantes se articulam com o Estado, formando suas próprias bancadas corporativas e controlando governos”. Parece piada, né? E pensar que pessoas que conhecem bem a língua portuguesa, o que pressupõe boa quantidade de leitura, tenham escrito algo assim é mais que lamentável.

O arremate dessa joia do pensamento contemporâneo é fantástico: “Apesar dos esforços constantes, nos últimos anos, para corrigir esses desvios, temos claro que suas sequelas debilitaram o PT e fragilizaram o conjunto da esquerda frente à escalada golpista”.

My God! O PT roubou desde o princípio e, quando chegou ao poder, não só continuou roubando como aumentou de tal forma o saque ilegal aos cofres públicos que conseguiu falir a maior estatal brasileira e uma das maiores do mundo, produzindo o maior escândalo de corrupção da história. E o partido tem a desfaçatez de escrever, num documento oficial, que fizeram esforços constantes nos últimos anos para corrigir esses desvios...

Eu poderia desconstruir linha por linha de todo o documento, mas acabaria produzindo um texto enorme, que apesar do constante humor surreal que ele exala, tornaria maçante a leitura. Para encerrar, registro aqui que o PT tenta contar uma história diferente e mentirosa da protagonizada por ele mesmo à frente dos destinos do Brasil. Trata-se de um partido farsante, pra dizer o mínimo. 

Creditam, ao final do documento, a crise brasileira à crise mundial (como sempre) e afirmam que foi feito um ajuste fiscal que “foi destrutivo sobre a base social petista”. Mentira! Não houve ajuste fiscal algum, os próprios parlamentares petistas impediram votações nesse sentido que seriam propostas por Joaquim Levy.

Enfim, trata-se de um papel que não serve nem pra embrulhar peixe. O PT, mais uma vez, tenta engambelar o Brasil, com suas análises equivocadas da realidade, com mentiras grosseiras e sugerindo uma forma de governo que não deu certo em lugar nenhum do mundo.

O documento, me parece, marca, principalmente, o melancólico fim de um partido que carregou as esperanças da maioria do povo brasileiro, mas se perdeu ao tentar impor uma ideologia fracassada, ao implantar a corrupção como meio administrativo e ao relegar a um plano inferior a capacidade do povo e das instituições brasileiras de perceberem o grande engodo que o partido produziu para se eternizar no poder.  

3 comentários:

  1. Esse PT me enoja em tudo o que faz. Eles não respeitam a inteligência dos demais, como diz o Edmilson, achando que continuarão a enganar todos. São ladrões, irresponsáveis, nojentos e tudo o mais de ruim que existir.

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  2. Edmilson, não deveríamos também nos lembrar do caso de Campinas, denunciado pelo Toninho e que levou o Jacó Bittar a 'deixar' o partido que ele ajudou a fundar? “Em 1988 elegeu-se prefeito de Campinas com 32,4% dos votos . Desavenças com o secretário de obras Antonio da Costa Santos, o "Toninho do PT" (posteriormente eleito prefeito de Campinas) levaram a denúncias de superfaturamento e crise política. Em 1991, no terceiro ano de mandato, Jacó Bittar deixou o PT, filiando-se ao Partido Socialista Brasileiro (PSB)”

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  3. Esse Partido das Trevas precisa ser varrido da face do Brasil. Fora Dilma definitivamente e Lula na cadeia... Demorou!!!

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