sexta-feira, 8 de abril de 2016

O santo ódio do povo

Assistindo ao pequeno vídeo postado nas redes, em que a senadora Gleisi Hoffmann é hostilizada por um grupo de pessoas, ao sair do aeroporto, eu tentei lembrar onde esse ódio começou.

Não faz muito tempo, foi em 1991, durante o governo de Fernando Collor, quando houve o leilão de privatização da Usiminas na Bolsa do Rio. Um grupo de pessoas ligadas ao PT começou a hostilizar os empresários que chegavam para participar do leilão.

A hostilidade era violenta, com gritos e xingamentos que nem podiam sair na televisão. Mas parece que isso não bastava para conter o ódio que aquelas pessoas estavam sentindo contra uma ação que só faria bem ao Brasil, como e viu depois.

A privatização de estatais, aliás, deu bom resultados em todos os países em que foi levada a sério. No Brasil, na das telefônicas, já na era FHC, por exemplo, o resultado imediato foi a universalização de um bem que beira o essencial, o telefone. Em poucos anos, o preço da linha caiu de cerca de até 5 mil dólares, para algumas centenas de reais, hoje já não se cobra “linha” alguma, não se espera  anos para receber o que comprou e há mais telefones do que gente no Brasil.

Mas o ódio dos sindicalistas ligados ao PT era grande, como eram também os ódios que o partido sentia contra tudo que só iria fazer bem ao Brasil. Além das privatizações, o PT e suas cambadas foram contra o Plano Real, contra a Lei de Responsabilidade Fiscal e contra toda e qualquer medida que significasse um passo à frente no caminho do desenvolvimento do país.

O ódio demonstrado contra os empresários na porta da Bolsa do Rio não se restringiu às palavras de ordem e aos palavrões. Há uma foto histórica que os jornais estamparam na primeira página de um desses trogloditas chutando a bunda de um empresário. Sim, partiram para a agressão física e, não fosse a segurança no local, o caso poderia ser mais grave ainda.

Sindicalista ligado ao PT chuta empresário em frente à Bolsa de Valores do Rio, 
A foto, que reproduzo acima, correu o mundo e mostrou a que ponto a esquerda chega quando não vê sua ideologia predominar, quando sente a derrota chegando. Ali, a esquerda brasileira demonstrava que a luta política poderia ir muito além da disputa democrática, do debate de ideias e do respeito ao resultado das urnas. Não, eles não se conformavam com a derrota.

Mais de 25 anos depois e com 13 anos no poder, a esquerda hoje sente na pele a reverberação do ódio que plantou na política. Os petistas e os políticos que se aliam ao governo petista não conseguem mais andar nas ruas ou em qualquer lugar público que são hostilizados assim que reconhecidos.

A esquerda e seus aliados fisiológicos e oportunistas estraçalhou de tal forma o Brasil, que o povo – sempre quieto e aceitando tudo quase calado – não teve mais paciência e passou a atuar como protagonista de uma história que ele quer ver mudada.

Não aceita mais que a roubalheira e a incompetência sigam impunes. Exige nas ruas, nos bares, nos restaurantes ou nos aeroportos que o político mude de lado e use sua prerrogativa para fazer o que o povo quer.

O impeachment de Dilma Rousseff e o fim do PT como partido dominante no Brasil são condições não negociáveis para aqueles que saem às ruas reclamando a volta do país aos eixos da mínima decência.

A manutenção da Operação Lava Jato investigando todas as roubalheiras que a quadrilha instalada no poder patrocinou e realizou é também condição essencial para que o país alcance um patamar digno de uma nação que quer ter vez e voz no concerto mundial.

O povo brasileiro, mesmo demonstrando ódio aos políticos que levaram o país a essa situação, quer a paz para poder ter um emprego, para poder trabalhar em paz e construir sua vida sem se sentir enganado e roubado por quadrilhas de políticos formadas dentro de partidos cujo único objetivo é o poder e o enriquecimento de seus dirigentes.

O povo brasileiro está dizendo basta com ódio estampado nos olhos: essa é a única linguagem que os bandidos que estão no poder entendem.

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