Eu só não digo que o impeachment de Dilma Rousseff já está
decidido porque estamos no Brasil, onde palavras de honra de políticos são
trocadas a todo instante por algum dinheiro e cargos. Mas a situação hoje é
extremamente favorável a que, em duas semanas mais ou menos, a gente esteja se
livrando da maior praga política que já se abateu sobre esse sofrido país.
Se na ditadura de Vargas o Brasil viu melhorarem algumas
relações de emprego como lenitivo ao governo autoritário e de tendências nazistas
e na ditadura militar houve de fato progresso econômico e desenvolvimento
sustentável em meio a prisões ilegais, censura total, tortura e mortes, o que
vemos hoje é um quadro de horrores, onde um governo eleito aparelha totalmente
o estado a ponto de falir a maior empresa da América do Sul, de colocar o
Brasil no segundo ano consecutivo de recessão, de mentir descarada e
diariamente sobre as finanças do país e de promover a maior corrupção que se
tem notícia na história do mundo.
Esse quadro esgarçou de tal modo a paciência do brasileiro
que, hoje, o governo conta com uma rejeição de mais de 80% da opinião pública e
esse percentual está refletindo diretamente nos corações e mentes daqueles que têm o
poder de decidir se esse governo continua ou se será impedido de continuar desgovernando
o Brasil.
A desesperada oferta de ministérios e cargos a obscuros
políticos, cujos objetivos sempre foram se enriquecer à custa do erário, não
está dando certo. A negociação em curso não está surtindo efeito algum por um
motivo muito simples: a pressão sobre os novos e velhos aderentes e
fisiológicos nunca foi tão grande. Os que estão sendo contatados para votar a
favor do governo ou para se ausentar no dia da votação, estão sofrendo toda
sorte de assédio desde que embarcam num avião de volta às suas bases. E, nas
bases, a situação não é diferente: praticamente em todo lugar que ele se
encontre, inclusive dentro da própria casa, há quem diga que esse governo não
pode continuar. Sem contar, é claro, que o próprio deputado está vendo a
economia derreter, os preços subirem e o mercado reagir de modo distinto quando
há notícias boas e ruins em relação à permanência do PT no poder. Se a possibilidade de impeachment aumenta, cai
o dólar e sobe a bolsa, Quando o governo consegue algum fato favorável a ele,
cai a bolsa e sobe o dólar.
A pressão é também da imprensa. Da boa imprensa que resta ao
Brasil, já que esse setor foi um dos mais visados pelos planos de poder eterno
do PT: aparelharam-se jornais desde há muito tempo. Eu entrei, pela segunda
vez, no Correio no ano 2000. Nas eleições daquele ano foi descoberto um núcleo
do PT funcionando em plena redação e com poderes de publicar reportagens
distorcidas a favor do candidato petista e contra o candidato tucano. O núcleo
foi desfeito, mas sobraram muitos jornalistas que se colocavam a lealdade ao PT
acima da lealdade à notícia e à
profissão.
O jornal O Estado de São Paulo está publicando, a partir de
hoje, um painel sobre o placar do impeachment. A primeira publicação mostra boa
vantagem dos que querem que o governo Dilma se encerre já, mas insuficiente
para que o processo saia da Câmara vitorioso e seja enviado ao Senado. São,
segundo o jornal, 234 deputados a favor do impeachment e 110 contra. E, no
meio, 56 indecisos, 10 que não revelaram o voto e 103 que não foram encontrados
ainda.
Mas, embora não haja motivo para desconfiar dos números do
Estadão, há fatores que podem distorcer o resultado e, claro, não por culpa do
jornal. Entre os indecisos, há os que não revelam o voto por temer pressões de
um lado ou de outro, do mesmo modo entre os poucos que dizem não revelar mesmo.
E há os 103 ainda não encontrados, que podem fazer o placar pender totalmente
para um lado ou para o outro.
Mas há um outro placar que talvez seja mais confiável que o
do Estadão e, de novo, sem que o jornal tenha culpa. É o placar que uma
comissão de deputados vem fazendo e refazendo diariamente. Ela é composta de deputados
que estão a favor do impeachment e que, por isso mesmo, têm de ser precisos em
seus cálculos, já que deles dependem a atuação em busca dos votos.
Dois deputados dessa “comissão” disseram, entre ontem à
noite e hoje, que o placar definido por políticos com larga experiência e com
acesso a todos os partidos, ou seja, com conhecimento da grande maioria dos pares
e de suas tendências, era de 352 votos a favor do impeachment. O que significa que já há 10 votos a mais do
que o mínimo necessário para enviar o processo aprovado ao Senado. Onde,
diga-se, não haverá muito o que fazer diante da vontade soberana da Câmara dos
Deputados.
E, para completar, o discurso de Dilma de que só vai
entregar os cargos prometidos depois da votação do impeachment, segundo se
comenta em Brasília, é mentiroso. Os ministérios não estão sendo assumidos
porque os que foram contemplados sabem que não podem conter seus deputados e
obrigarem-nos a votar a favor do governo ou se ausentar no dia da votação. Eles
temem aceitar um ministério e se verem obrigados a sair em menos de um mês.
Eles sabem a tendência de seus partidos e, por isso, não querem assumir agora.
Enfim, o quadro hoje é extremamente positivo para o Brasil,
vale dizer, para todos aqueles que querem a saída do poder de um partido que se
exauriu na roubalheira, na corrupção e na total incompetência de gerenciar um
país.
Como sempre, perfeito!!!
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