sexta-feira, 8 de maio de 2015

Mujica expõe Lula como mensaleiro



A “confissão” de Lula, exposta no livro de José Mujica, ex-presidente uruguaio, não surpreende o mundo político. Aliás, nem o jornalístico. Até eu que estou fora das redações há quase 8 anos, jamais acreditei que Lula não soubesse de nada. A engenharia do mensalão pode até ter sido pensada por José Dirceu, já que ele, além de ser o cabeça pensante da dupla, era quem tratava diretamente com o Congresso.  E, com certeza, – jamais deixaria para outro ministro essa função. Mas quem conhece um mínimo de como funciona o poder no Brasil, não pode aceitar o “eu não sabia” do Lula.

A Justiça deixou-o de fora porque ninguém o acusou formalmente – o PSDB ficou com medo e o PT, que nunca foi bobo, percebeu que seria melhor queimar alguns quadros, mas manter o poder.
Agora, Mujica, talvez sem querer , afinal ele mostra grande admiração por Lula no livro, escancarou o óbvio: Lula lhe disse, e na frente de, pelo menos, uma testemunha, que aquela era a única forma de governar o Brasil. Não era, claro, mas para o que o PT queria, não havia outra forma mesmo

Explico: para se manter no poder por tempo indeterminado e, se possível, implantar um governo com ares de socialista, o PT sabia que precisaria dominar a maior parte do espectro político, vale dizer, os partidos representados no Congresso Nacional. Além disso, precisaria de recursos, muitos recursos para espalhar seus poderes por organizações de todos os tipos e “influenciar” o máximo de pessoas e organizações possíveis.

Para conseguir os recursos iria meter a mão no erário e, de tal forma e tanto, que seria impossível encobrir. Vai daí, precisaria da cumplicidade da maioria do Congresso para que seus mandos e desmandos fossem sempre abafados por maioria arrasadora. Como foram até o ano passado.

Comprar os políticos, acho eu, foi apenas uma das ações a que Lula e o PT se propuseram. O que foi desviado de dinheiro só da Petrobras, daria para comprar muito mais que o Congresso inteiro. E muitos outros desvios passam pelo BNDES (que motivo haveria para empréstimos secretos?), pelas estatais todas – o Petrolão talvez seja o maior de todos, mas com certeza não é o único caso de estatal surrupiada – pelo Banco do Brasil (a tranquilidade com que um presidente desse banco burla regras e libera dinheiro para uma notória amante é sinal inequívoco de que ele faz o que quer porque sabe que já fizeram coisas muito piores, com muitos milhões a mais) passa por perdões de dívidas a ditaduras que se alinhariam com o Brasil na tentativa de angariar poder no cenário mundial, por centenas de obras superfaturadas (muitas paradas, num crime inominável), pela farra dos partidos aliados em ministérios conseguidos a troco de votos no Congresso, enfim, o carnaval petista é tão grande que a Justiça – fosse esse um país sério – poderia escolher qualquer artigo do Código Penal que Lula e as quadrilhas do PT nela se encaixariam.

Agora, a novidade da “confissão” de Lula está ganhando as manchetes como deveria mesmo ganhar. E talvez esteja aí a pá de cal a ser jogada nesse “sapo barbudo” que há tanto tempo vem enganando os brasileiros. Ao confessar que sabia do mensalão, ele mostra que vinha mentindo sobre o tema desde 2005, quando estourou o escândalo e ele, primeiro negou que soubesse para, depois, admitir que era “apenas” caixa 2 e, num terceiro momento, já fortalecido pela fraqueza da oposição, soltar uma de suas costumeiras bravatas dizendo que, depois do segundo mandato, iria “sair pelo Brasil mostrando a todos que o mensalão nunca existiu”.

Agora cai, definitivamente, a máscara do enganador contumaz, do mentiroso doentio, do bravateiro de botequim, enfim, do corrupto que o Brasil teve e ainda tem de suportar. 

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