Continuar com Dilma na presidência e o PT ocupando tudo o
que pode ocupar em cargos pelo país afora, é o mesmo que assinar um documento
entregando à sorte – ou ao azar – o destino do Brasil.
A saída do presidente do Conselho da Petrobras, Murilo
Ferreira (presidente da Vale) se deu por motivos diferentes dos “pessoais” que
ele alegou. Os motivos, informa o colunista da Veja.com, Geraldo Samor, estão
no desentendimento de Ferreira com o presidente da estatal, Aldemir Bendine e com
Ivan Monteiro, um de seus diretores, ambos nomeados por Dilma. Esse desentendimento
esbarra no preço da gasolina, que Bendine não quer aumentar por ordem explícita
do Planalto. Sem o aumento no combustível, a Petrobras não terá como cumprir
seus compromissos e, depois de perder o grau de investimento da Standard &
Poors, pode perder o de outras agências também, o que significará mais despesas
para financiar seus projetos, já que o mercado só lhe emprestará dinheiro com
juros mais elevados. A saída de Ferreira pode ser seguida por outros
conselheiros independentes. Ou seja, com o PT mandando – e mandando errado – a
Petrobras não sai da areia movediça em
que o próprio PT a enfiou.
A semana começou com empresários aumentando a previsão de
PIB negativo em 2015 (agora chega a terríveis 2,55% menor que em 2014). Para
2016 a retração prevista é de 0,60% (era 0,50% na semana passada). A previsão
da inflação oficial, medida pelo IPCA, também foi ajustada para baixo, para
9,28% no fechamento de 2015, frente 9,29% previstos na semana anterior.
Atualmente, o índice está em 9,53%. Para 2016, o ajuste foi para 5,64%
ante a previsão anterior, de que seria de 5,58%.
Como se vê, o humor do mercado só piora semana a semana. E o
pacote anunciado hoje pelo ministro Joaquim Levy tem tudo para azedar de vez a
vida politica e econômica do Brasil.
Depois de anunciar um superávit, de diminuir o superávit, de
mandar um inédito orçamento com déficit de 30,5 bilhões de reais, de dizer que
o Congresso que se virasse para mudar o déficit, de voltar a falar em superávit,
de tentar ressuscitar a CPMF, de voltar atrás na ressurreição do imposto, o
governo anunciou hoje cortes (sem diminuir ministérios ou assessores) e uma
nova tentativa de ressuscitar a CPMF com uma alíquota de 0,2%.
Com um roteiro assim, percebe-se que não há rumo a seguir. A
CPMF dificilmente será aprovada na Câmara, o que inviabilizará quase a metade
do que o governo pretende arrecadar para superar o déficit. A outra metade é
através de impostos que podem ser aumentados por decreto, que devem desagradar
o empresariado que já anda cortando gastos e diminuindo a folha de pagamentos
com demissões.
Ou seja, as medidas só devem piorar o clima de fim de feira
do governo Dilma.
Com isso, o processo de impeachment pode ganhar mais corpo
ainda a partir de amanhã, quando deputados podem pedir a Eduardo Cunha uma
decisão sobre os pedidos que chegaram à Câmara. Um deles – talvez o de Hélio
Bicudo – pode ser aprovado pelo plenário e, se aprovado, marcará o início
do
fim do governo Dilma.
Pior: o empresário e delator da Lava Jato, Ricardo Pessoa, foi
autorizado pelo juiz Sérgio Moro a prestar depoimento ao TSE no processo do
PSDB sobre as irregularidades da campanha de Dilma Rousseff. O depoimento dele
é bombástico, pois contém fatos que ligam a propina da Petrobras para abastecer
a campanha de Dilma em 2014. O que pode levar à cassação da candidatura dela,
com a anulação de sua eleição.
Chance de o Congresso aprovar a criação da CPMF ?
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