Assistindo ao pequeno vídeo postado nas redes, em que a
senadora Gleisi Hoffmann é hostilizada por um grupo de pessoas, ao sair do aeroporto,
eu tentei lembrar onde esse ódio começou.
Não faz muito tempo, foi em 1991, durante o governo de Fernando Collor, quando houve o leilão de privatização da Usiminas na Bolsa do Rio. Um grupo de pessoas ligadas ao PT começou a hostilizar os empresários que
chegavam para participar do leilão.
A hostilidade era violenta, com gritos e xingamentos que nem
podiam sair na televisão. Mas parece que isso não bastava para conter o ódio
que aquelas pessoas estavam sentindo contra uma ação que só faria bem ao
Brasil, como e viu depois.
A privatização de estatais, aliás, deu bom resultados em todos os
países em que foi levada a sério. No Brasil, na das telefônicas, já na era FHC, por exemplo, o resultado imediato foi a universalização
de um bem que beira o essencial, o telefone. Em poucos anos, o preço da linha
caiu de cerca de até 5 mil dólares, para algumas centenas de reais, hoje já não se
cobra “linha” alguma, não se espera anos para receber o que comprou e há mais
telefones do que gente no Brasil.
Mas o ódio dos sindicalistas ligados ao PT era grande, como
eram também os ódios que o partido sentia contra tudo que só iria fazer bem ao
Brasil. Além das privatizações, o PT e suas cambadas foram contra o Plano Real,
contra a Lei de Responsabilidade Fiscal e contra toda e qualquer medida que significasse
um passo à frente no caminho do desenvolvimento do país.
O ódio demonstrado contra os empresários na porta da Bolsa do Rio não se restringiu às palavras de ordem e aos palavrões.
Há uma foto histórica que os jornais estamparam na primeira página de um desses
trogloditas chutando a bunda de um empresário. Sim, partiram para a agressão
física e, não fosse a segurança no local, o caso poderia ser mais grave ainda.
Sindicalista ligado ao PT chuta empresário em frente à Bolsa de Valores do Rio, |
A foto, que reproduzo acima, correu o mundo e mostrou a que ponto a esquerda
chega quando não vê sua ideologia predominar, quando sente a derrota chegando. Ali,
a esquerda brasileira demonstrava que a luta política poderia ir muito além da
disputa democrática, do debate de ideias e do respeito ao resultado das urnas.
Não, eles não se conformavam com a derrota.
Mais de 25 anos depois e com 13 anos no poder, a esquerda
hoje sente na pele a reverberação do ódio que plantou na política. Os petistas
e os políticos que se aliam ao governo petista não conseguem mais andar nas
ruas ou em qualquer lugar público que são hostilizados assim que reconhecidos.
A esquerda e seus aliados fisiológicos e oportunistas estraçalhou
de tal forma o Brasil, que o povo – sempre quieto e aceitando tudo quase calado
– não teve mais paciência e passou a atuar como protagonista de uma história
que ele quer ver mudada.
Não aceita mais que a roubalheira e a incompetência sigam
impunes. Exige nas ruas, nos bares, nos restaurantes ou nos aeroportos que o
político mude de lado e use sua prerrogativa para fazer o que o povo quer.
O impeachment de Dilma Rousseff e o fim do PT como partido dominante no Brasil
são condições não negociáveis para aqueles que saem às ruas reclamando a volta
do país aos eixos da mínima decência.
A manutenção da Operação Lava Jato investigando todas as
roubalheiras que a quadrilha instalada no poder patrocinou e realizou é também
condição essencial para que o país alcance um patamar digno de uma nação que quer
ter vez e voz no concerto mundial.
O povo brasileiro, mesmo demonstrando ódio aos políticos que
levaram o país a essa situação, quer a paz para poder ter um emprego, para
poder trabalhar em paz e construir sua vida sem se sentir enganado e roubado
por quadrilhas de políticos formadas dentro de partidos cujo único objetivo é o
poder e o enriquecimento de seus dirigentes.
O povo brasileiro está dizendo basta com ódio estampado nos
olhos: essa é a única linguagem que os bandidos que estão no poder entendem.
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