Enquanto o clima azeda cada vez mais em Brasília, com um
governo sem rumo, estupidamente corrupto e totalmente incompetente, dirigido
por uma senhora que ficaria melhor numa clínica psiquiátrica para urgente tratamento
das faculdades mentais, cá na terrinha (Campinas, para quem não sabe), o
péssimo governo municipal vai tentando maquiar a cidade e enganar os eleitores.
O trânsito está cada vez pior; o atendimento à saúde se mede pelos recordes nacionais
no número de casos de dengue e pelas longas esperas (às vezes de meses para
fazer um exame) nos postos de saúde; a qualquer chuvinha bairros inundam e a
enxurrada leva obras que acabaram de ser inauguradas; o transporte público não
melhora de jeito nenhum, mas o preço da passagem, que já é um dos maiores do
Brasil, sofre reajustes anuais; a empresa que trata e distribui água para a
cidade, inunda a mídia de propaganda incentivando o consumo e aumenta o preço
do metro cúbico mais de 50% num ano; as emissoras de rádio e tevê e as mídias
impressas estão abarrotadas de publicidade da Prefeitura, que, além de ocupar
espaços onde provavelmente haveria críticas ao governo, mostra uma Campinas tão
“embelezada” que faria inveja aos
cenógrafos da Walt Disney Corporation.
O prefeito Jonas Donizette (PSB) chega ao seu último ano de
governo sem ter conseguido ser um líder político e sem transformar a confiança
do eleitor em seu nome em realizações dignas para a cidade. Um governo pífio
cuja maior obra a “revitalização” da Avenida Francisco Glicério, se deixou um
trecho do Centro, de menos de um quilômetro, melhor do que estava, em nada
acrescentou à cidade. Vizinhas às obras, as ruas e avenidas continuam com uma
fiação escandalosa pendurada nos postes, com lixeiras impedindo a passagem de
pedestres ou atrapalhando (ainda mais) o trânsito, com mendigos dormindo ou pedindo
esmolas nas calçadas, com camelôs desafiando autoridades, com comércios ilegais
de todos os tipos, com “guardadores de carros” burlando a zona azul etc. e tal.
O pequeno trecho da Glicério “revitalizado” é apenas um arremedo de oásis em
meio a um cenário de horrores.
Já na nossa Câmara de Vereadores, pródiga em fazer a cidade
passar vexames nacionais e internacionais (devia haver uma lei para cassar
vereadores que propõem projetos ridículos e absurdos), a turma quase toda pensa
em continuar com a mamata por mais quatro anos. O “quase” fica por conta da
candidatura a prefeito do único vereador que teve a coragem de peitar esse
governinho cosmético, Artur Orsi, um tucano de origem, mas que terá de sair do
partido para ser candidato a prefeito. No PSDB, o feudo dominado pelo deputado Carlos
Sampaio há muito o impede de tentar qualquer voo mais alto. Nem o número de
votos conseguidos na última eleição, que o tornou o vereador mais votado da atual
legislatura, foi cacife suficiente para sensibilizar o poderoso chefão do PSDB
local.
O partido que, depois de Magalhães Teixeira, não conseguiu
mais voltar ao poder em Campinas (já lá se vão 20 anos), parece se conformar
com seu papel de derrotado para corruptos como Hélio de Oliveira Santos, ou de
coadjuvante de políticos inexpressivos como o atual prefeito. Além de impedir a
ascensão de novas lideranças, o partido ainda tem de “pagar um mico” ao eleger
para a Câmara figuras como Marcos Bernardelli, Gilberto Vermelho ou Jorge da
Farmácia.
A disposição de Artur Orsi se candidatar a prefeito de
Campinas é a grande novidade da eleição de 2016. Baseado na sua postura oposicionista
em todos os últimos governos municipais e numa ficha totalmente limpa, Orsi tem
ainda como grande atração de sua candidatura o fato de representar como ninguém
o desejo do eleitor de, finalmente, eleger alguém honesto para dirigir a cidade.
Se vai conseguir vencer o atual cacique que, usando o poder da caneta já
conseguiu formar ampla aliança fisiológica, é difícil de prognosticar, mas que
ele representa o novo e o diferente para uma cidade cansada da mesmice
improdutiva, não resta dúvida.
O quadro por aqui, como disse o vice-presidente Michel Temer
(PMDB) recentemente, “está totalmente indefinido”. Temer deve
saber do que fala e deve ter tido acesso a algumas pesquisas que corroboram sua
posição. De resto, a cidade chegar ao ano eleitoral sem um grande favorito é
sinal de que o atual governo não conseguiu realizar suas promessas de campanha
e nem se tornar um político notável. Ou seja, estamos diante de uma
administração falha e que pode muito bem ser substituída em 2017.
Se tivesse o "recall" duzamericanus
ResponderExcluirestava perfeito!