É triste ler uma entrevista de um prefeito que está há três
anos no poder e ele não ter quase nada pra mostrar à cidade e ainda dizer que
seu grande projeto – que começou no governo de Hélio há mais de quatro anos –
ainda vai ser licitado ano que vem. Não dá pra acreditar: ou seu governo foi
totalmente incompetente para realizar a obra ou ele ficou empurrando com a
barriga, num gesto quase criminoso, para iniciar a obra mais perto da campanha
para a reeleição.
Sobre política, ele que sempre ficou em cima do muro, diz
agora que sua “missão” é derrotar o PT. Não é não. Sua missão seria governar a
cidade com competência, o que não foi feito até agora. Se tivesse feito isso,
estaria reeleito. E, convenhamos, derrotar o PT hoje está mais fácil que
empurrar bêbado ladeira abaixo.
Na verdade, Jonas mira no PT para não ter de falar de seu
mais perigoso adversário, o vereador Artur Orsi (PSDB). Completamente omitido
na entrevista – como de resto tem sido no jornal que publicou a entrevista – Orsi
tem sido seu maior opositor, apesar de seu partido ser aliado de Jonas e fazer
parte do governo. Só que Orsi é oposição também à postura do PSDB em Campinas.
Por ter uma trajetória política marcada pela honestidade, o vereador não poderia
compactuar com o que pressentiu, constatou e denunciou nesse governo desde os
primeiros dias.
Rumores sobre pesquisas na cidade dizem que Jonas tem pouco
prestígio e alta rejeição. Por conta de suas alianças, ainda leva vantagem, mas
está pendurado no PSDB local. A dependência dos tucanos de Carlos Sampaio
mostra a fragilidade da aliança. Se Carlão resolver romper a aliança, Donizette
não se reelege.
Mas a reeleição será difícil mesmo com os tucanos tentando
carregá-lo. A dificuldade maior é que Donizette jamais se afirmou como líder na
cidade – ou mesmo no seu partido. Dono de um discurso ameno, voz mansa de
locutor de rádio do interior, o que ele fala se perde no éter... Sem ser quase
reconhecido pelo público nem quando caminha só com a mulher na Lagoa do
Taquaral, na manhã de um domingo de sol, Donizette já deve ter percebido que
sua popularidade anda em baixa.
Não é à toa. Na própria Lagoa ele passou por dois painéis
publicitários que revelam b em o que está sendo seu governo. O maior deles,
colocado há cerca de dois meses e já retirado, anunciava uma obra que ficou pronta há quase
12 meses. Isso mesmo: seu governo inventou o pós-painel, aquele que é colocado
uns 11 meses depois de a obra ter sido executada.
O outro painel foi colocado antes da realização do serviço. Aliás
havia dois desse. Hoje só há um. E foi colocado dois meses antes pois o
desassoreamento da Lagoa foi anunciado em agosto para começar em outubro. Só
que de 2014(!!!). Depois, em outubro, o prazo pra dezembro e, em dezembro do
ano passado foi jogado para março de 2015. Estamos em dezembro de 2015 e até
agora nada. Assim fica difícil ter uma imagem positiva, né?
Mas tem mais. Levantamentos realizados por aí, mesmo com a
dificuldade da obtenção de dados, mostraram que o governo de Donizette está
gastando neste ano, no mínimo, uns R$ 50 milhões em publicidade. Ele está nos
jornais, nas rádios, nas emissoras de TV, nas revistas caça-níqueis, nas mídias
da internet, nos outdoors tradicionais ou eletrônicos e nas novas mídias em
grandes monitores colocadas em pontos
comerciais de grande frequência, como supermercados e padarias famosas da
cidade.
Mas só propaganda não basta. Sem ser um político que
compreenda a cidade, tateando em promessas, realizando pouco e fazendo obras
que servem mais à publicidade que ao benefício real do público – como essa
“enfeitada” na Avenida Francisco Glicério enquanto outras avenidas transbordam
em qualquer chuva mais forte – Donizette corre o risco de caminhar para o
ostracismo depois dos seus quatro anos à frente do Executivo de Campinas.
A cidade reelegeu apenas um prefeito na sequência e assim
mesmo por não ter concorrência. Com a concorrência
de políticos que realmente conhecem Campinas, que tem um histórico de luta pela
cidade e de honestidade, Donizette, sem ter o que falar depois de três anos de
governo, deve se dar mal na eleição do ano que vem.
E o que dizer de mais um aumento da tarifa de água pela Sanasa, em agosto desse ano o presidente da autarquia municipal Arly de Lara Romeu disse à época que o segundo aumento anual seria uma antecipação do reajuste do ano que vem tendo em vista a queda de receita e aumento dos gastos com tratamento devido a baixa vazão do Rio Atibaia. Se bem calculado pela área financeira da empresa o aumento tapou o buraco financeiro e com maior nível de água, menor gasto para fazer o tratamento. E aí Arly qual desculpa para o novo aumento??? Prefeito Jonas vai fazer mais uma vez papel fantoche e jogar a responsabilidade pro Arly e dizer tem nada a ver com isso. Até quando a Sanasa vai ser o caixa 2 oficial da prefeitura??? Aliás porque a prefeitura tem que ser dona uma empresa de água, porque não privatizar essa empresa?
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